«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PT: coerência passou longe!

Encruzilhada petista

Editorial

Afinal, Lula manda fechar acordo com os tais “golpistas”,
mas aqueles mais à esquerda no PT acham
essa decisão um “escândalo”
RUI FALCÃO (em pé - Presidente do Partido dos Trabalhadores - PT) e o grande líder
LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA (ao lado, sentado e sorrindo)

A decisão do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a mando de Lula da Silva, de autorizar sua bancada no Congresso a apoiar a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara e a de Eunício Oliveira (PMDB-CE) à presidência do Senado deflagrou uma grave crise dentro do partido. Os petistas que se consideram mais à esquerda, fiéis ao espírito radical que fundou a legenda, dizem não aceitar que o partido se engaje em candidaturas que, segundo sua visão, representam aqueles que se articularam para dar um “golpe” e derrubar a presidente Dilma Rousseff.

É claro que, assim como aconteceu em outras ocasiões como essa ao longo da trajetória petista, todos os que ousarem questionar as decisões daquele Politburo, que nada mais faz do que dar formato institucional às ordens do chefão Lula, serão devidamente expurgados ou marginalizados. Desta vez, porém, a crise parece mais grave, dadas as circunstâncias muito adversas.

Será um teste importante para medir o atual alcance da liderança de Lula entre os próprios petistas, que andam pelos cantos a se queixar de que o chefão não aproveita a oportunidade oferecida pelas recentes derrotas do partido para reconduzi-lo às suas “origens” – que podem ser resumidas em uma frase do manifesto de fundação do PT, na qual o partido diz que “pretende ser uma real expressão política de todos os explorados pelo sistema capitalista”.

A principal reclamação dos dissidentes petistas diz respeito à flagrante contradição de um partido que, enquanto denuncia o “golpe” contra Dilma Rousseff, aproxima-se dos partidos que apoiam um governo cuja legitimidade questiona. “O PT não deve apoiar golpistas no Congresso Nacional”, disse Bruno Elias, secretário nacional de movimentos populares do PT, que defendeu candidatura própria ou apoio a um nome da oposição. Para ele, “a militância petista e o campo democrático e popular devem se mobilizar contra essa posição”.

A manifestação mais contundente partiu do senador Lindbergh Farias (RJ), expoente da defesa de Dilma Rousseff no processo de impeachment. “É um escândalo, um erro brutal, uma decisão descolada da realidade, sem consonância com a militância do partido e da esquerda em geral”, disse Lindbergh.

Nos tempos em que estavam acocorados nos píncaros da glória, os petistas pouco se queixaram publicamente quando o PT se associou ao que havia de pior na política nacional – com o objetivo de reduzir o Congresso a uma mercearia e destruir os fundamentos da democracia representativa – para permanecer para sempre no poder. Naquela época, Lula da Silva era considerado por essa turma um gênio da tática política. [Basta citar as alianças feitas com a escória da política nacional: Sarney’s, Calheiros, Maluf, Oliveira’s, Lobão & Cia. Bela]

Hoje, depois do impeachment e da surra eleitoral de 2016, a Lula e seus estrategistas restou fazer o que sabem melhor, isto é, a baixa política. Aceitaram negociar com os “golpistas” para obter espaço na direção da Câmara e do Senado e, assim, manter uma migalha de poder no Congresso antes das eleições de 2018, além de abrir ao partido preciosas vagas para acomodar os correligionários hoje desempregados.
GILBERTO CARVALHO
Ex-Ministro da Casa Civil e fiel porta-voz e aliado de LULA, tenta explicar o inexplicável!

Aos petistas magoados, Gilberto Carvalho, espécie de porta-voz informal de Lula, disse que o PT está numa “encruzilhada”. Segundo ele, seria uma “posição mais tranquila” declarar “que não votaremos em golpistas”, mas a decisão do partido sobre a eleição na Câmara e no Senado “é apenas uma batalha dentro de uma guerra ampla que estamos travando contra os verdadeiros autores do golpe, o capital financeiro internacional, nacional e seus lacaios e representantes”. [Uai! Agora, os “golpistas” não são mais o PMDB, o PSDB, a grande imprensa etc. e tal? E pensar que jamais o “capital financeiro internacional” e nacional lucraram tanto como nos governos Lula & Dilma!]

Nesse conflito épico, os cargos nas Mesas Diretoras do Congresso darão ao PT, segundo Carvalho, “mais condições de impedir e dificultar a marcha golpista”. [Ah, sim! Entendi! Tudo claro! Com Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, o PT vai “reagir” ao golpe! Sim...]

Não surpreende que alguns petistas tenham se considerado insultados em sua inteligência por esse tipo de raciocínio. O que surpreende é que eles tenham levado tanto tempo para perceber que o partido, formado oficialmente para representar os trabalhadores, só existe mesmo para atender aos interesses de Lula da Silva.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Terça-feira, 24 de janeiro de 2017 – Pág. A3 – Internet: clique aqui.

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