«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

10% do PIB terá de ir para a Educação

Ricardo Della Coletta
Brasília

Câmara dos Deputados aprova texto-base do Plano Nacional de Educação (PNE),
que prevê metas e gastos para a área nos próximos dez anos

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 28, um plano que amplia o investimento público em educação para, no mínimo, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo dos próximos dez anos. Os deputados analisaram o Plano Nacional de Educação (PNE) em Plenário e estabeleceram ainda que, no quinto ano subsequente à vigência do plano, o aporte mínimo na área deverá atingir 7% do PIB. Os parlamentares aprovaram apenas o texto-base e devem analisar três emendas na semana que vem, que podem promover alterações no texto.


A principal polêmica deverá ficar por parte de um dispositivo no texto atual que quer obrigar a União a cobrir estados e municípios que não consigam atingir o repasse mínimo do Custo Aluno-Qualidade (CAQ), novo parâmetro para o financiamento da educação básica e de aplicação mínima por aluno a ser criado. O PMDB apresentou um destaque pedindo a supressão dessa obrigação. Pela redação aprovada, a União deverá ainda enviar projeto de lei estabelecendo os critérios para o cálculo do Custo-Aluno-Qualidade.
Outro dispositivo que deve sofrer tentativa de alteração é a fórmula do cálculo para as inversões mínimas estabelecidas pelo projeto. Um destaque apresentado pelo PDT e pelo PSB quer remover dessa conta programas de expansão como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Ciência sem Fronteiras, além de medidas de educação especial. O governo argumenta que essas ações representam um gasto pequeno em relação ao total.
Após três anos tramitando no Congresso, o PNE coloca como diretrizes para o próximo decênio a erradicação do analfabetismo; universalização do atendimento escolar; superação das desigualdades educacionais; melhoria da qualidade da educação; formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do PIB; valorização dos profissionais da educação e promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
Quanto ao ensino médio, um dos maiores gargalos do País, o projeto prevê taxa líquida de matrículas de 85% de adolescentes de 15 a 17 anos. No ensino superior, há a previsão de R$ 25 bilhões para metas como a elevação da taxa de matrícula para a população de 18 a 24 anos - com, pelo menos, 40% das vagas em universidades públicas.
O último PNE, também com prazo de duração de dez anos, terminou em 2010 com apenas um terço das metas cumpridas. De acordo com a consultora em educação Ilona Becskeházy, existe hoje um novo contexto de cobrança. "Hoje temos a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que fica em cima, e um novo cenário democrático de participação, principalmente depois das manifestações do ano passado", diz ela.
Ilona entende, entretanto, que o texto final acabou "assimétrico" entre metas de qualidade e acesso. "Para metas de qualidade, não houve uma quebra de paradigmas. Alfabetizar até 8 anos é não mudar nada e também não está especificado o que é alfabetizar." 
Já o professor Gaudêncio Frigotto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), acredita que o PNE "chegou tarde". "A demora na aprovação demonstra que a educação não é prioridade", diz ele, que defende mais investimentos na área. "Mas não adianta aprovar 10% e ficar na promessa do pré-sal e de mecanismos protelatórios."
Colaborou Paulo Saldaña.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Educação - 28 de maio de 2014 - 21h31 - Internet: clique aqui. E O Estado de S. Paulo - Metrópole - Quinta-feira, 29 de maio de 2014 - Pg. A22 - Edição impressa.
ANÁLISE
Plano acerta nas metas, mas poderia ter sido mais ousado

Priscila Cruz*
Priscila Cruz
É indiscutível a contribuição do Plano Nacional de Educação (PNE), em especial para o alinhamento de esforços de diferentes setores, áreas e entes da Federação para elevarmos mais aceleradamente nossos resultados educacionais – a situação das 20 metas do plano pode ser consultada no Observatório do Plano Nacional da Educação (clique aqui).

O plano acerta na maioria das suas metas e estratégias, mas poderia ter sido mais ousado. Por se tratar de um plano para os próximos dez anos, nos quais teremos mudanças profundas na sociedade, no mundo do trabalho e na ciência, o PNE olha apenas de relance para o futuro. Os alunos são do século 21 e o plano tenta resolver pendências do século 20.

Também poderia ter estipulado uma meta de alfabetização mais adequada ao enorme e insistente desafio do Brasil. O plano determina que as crianças estejam alfabetizadas até  o fim do 3º ano do ensino fundamental. Deveríamos garantir a plena alfabetização até, no máximo, 8 anos. A palavra “plena” faz diferença: não é só aprender a decodificar, mas assegurar que os alunos tenham domínio da leitura e da escrita. Além disso, infelizmente, ainda temos crianças com 10 anos ou mais cursando o 3º ano. É essa meta que queremos?

O PNE não é perfeito, mas é um passo importante. A longa caminhada do seu cumprimento, como sabemos, é outra história. A celebração deve acontecer quando as metas forem atingida.

* É diretora executiva do Movimento Todos pela Educação.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole – Quinta-feira, 29 de maio de 2014 – Pg. A22 – Edição impressa.

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