«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

EMPREGOS EM RISCO!

Maus sinais para o emprego

José Pastore*
José Pastore - professor e economista da USP

Já estamos no meio do ano. A Copa chegou e as eleições se aproximam. E, junto com elas, acumulam-se fatos preocupantes para o emprego neste e no próximo ano. Detesto ser pessimista por se tratar de uma profissão que sempre teve pouco futuro no Brasil. Mas sou obrigado a olhar para o que acontece hoje a fim de visualizar o que pode ocorrer amanhã com o emprego, a renda e o bem-estar dos brasileiros.

No acumulado, os dados disponíveis antecipam dias difíceis. No primeiro trimestre deste ano, as vendas no setor imobiliário despencaram mais de 50%. Os corretores me dizem que, de repente, os negócios nesse setor pararam por completo. Isso é ruim, pois a construção civil é fonte de muitos empregos. A diminuição das vendas é igualmente preocupante no setor de veículos que envolve muitos empregos diretos e indiretos. Só em março a queda foi de 15%, o que provocou a redução de 21% da produção em abril. As empresas suspenderam turnos de trabalho, deram férias coletivas, entraram em lay off [trad.: dispensar, demitir] e demitiram empregados. O quadro é grave e assim continua. Os dados de maio indicam que as vendas recuaram 10% em comparação com maio de 2013.
No setor do comércio, a apreensão é idêntica. As vendas do varejo ampliado (que inclui veículos, autopeças e materiais de construção) do mês de março baixaram quase 6% em relação a março de 2013. Em particular, preocupa o recuo de vendas nos supermercados, alimentos e bebidas que, em março de 2014, foram 2,3% menores do que no mesmo mês do ano passado, assim como tecidos, vestuário e calçados, que caíram mais de 7%. A confiança dos consumidores para os próximos meses - medida pela Fecomércio de São Paulo, em abril de 2014 - caiu 4% e, para o Brasil, medida pela Fundação Getúlio Vargas, caiu 3%.
Com exceção dos bons ventos da agricultura, o clima geral é de incerteza. O índice de confiança dos produtores brasileiros nos pequenos e médios negócios para os próximos meses caiu 8%. A confiança dos CEOs mundiais em relação ao Brasil, medida pelo YPO Global Pulse, recuou 35% em relação ao que foi em outubro de 2010 - quando o País era considerado a bola da vez.
Boa parte da desconfiança reinante reflete situações objetivas, pois o País cresce pouco, a inflação é alta, a infraestrutura está em frangalhos, a produtividade é baixíssima, o cipoal trabalhista só aumenta e os salários, contribuições e impostos não param de subir.
É a partir dessas reflexões que visualizo o quadro do mercado de trabalho no futuro próximo. Apesar de o Brasil manter uma taxa de desemprego baixa e invejada por muitos países, começam a surgir sinais preocupantes. O emprego industrial, que já não vinha bem, caiu mais 2% no primeiro trimestre de 2014. A geração de emprego continua fraca tendo sido, em março de 2014, 88% menor da ocorrida em março de 2013. Se levarmos em conta os fatos que estão por acontecer, a preocupação é redobrada. Listo aqui o "tarifaço" dos preços públicos agendado para 2015. Adiciono a ameaça de racionamento de água e de energia. Lembro o medo que se espalha nas cidades com depredações de prédios públicos, lojas e bancos. Destaco o desrespeito ao direito de propriedade praticado por invasores em bens públicos e privados nas barbas de autoridades que se mantêm indiferentes.
A conjugação desses fatos conspira contra um bom ambiente de negócios e inibe os investimentos e a geração de empregos de boa qualidade. Tudo indica que o modelo de consumo que até aqui respondeu por boa parte dos empregos atuais entrou em fase terminal. Isso pode trazer efeitos dramáticos na área social com provável elevação do desemprego logo após as eleições e, com grande probabilidade, ao longo de 2015. Os fatos alinhados não me levam a pessimismo quanto ao futuro do País, mas me tiram o sono quando penso nos próximos 12 meses.
* José Pastore é professor de Relações do Trabalho da FEA-USP [Faculdade de Economia e Administração], presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomércio-SP e membro da Academia Paulista de Letras. 
Fonte: O Estado de S. Paulo - Economia - Terça-feira, 20 de maio de 2014 - Pg. B2 - Internet: clique aqui.

Geração de empregos é a menor para abril em 15 anos


Nivaldo Souza
País gerou 105,3 mil vagas com carteira assinada, abaixo das expectativas dos analistas
Emprego formal

Criação de empregos com carteira para meses de abril, sem ajuste
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O Brasil criou 105.384 empregos com carteira assinada em abril, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). É o menor resultado para um mês de abril em 15 anos. A geração de vagas foi 46,48% menor na comparação com mesmo mês de 2013, na série sem ajuste. Já entre as vagas ajustadas, o que inclui dados repassados por empresas fora do prazo dado pelo Ministério do Trabalho para que elas informem contratações e demissões, o recuo foi de 95,89%.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, minimizou o resultado. "Vamos fechar este ano melhor que o ano passado", disse, ressaltando que no acumulado do ano foram geradas 458.145 vagas. Ele manteve a perspectiva oficial de geração de até 1,5 milhão de empregos neste ano, como parte da meta do governo Dilma Rousseff de encerrar seus quatro anos com o total de 5 milhões de vagas criadas.

Dias colocou na conta a geração de vagas para a Copa, que, segundo ele, começaram a ser realizadas em maio e deverão se manter no setor de serviços após o mundial de futebol. "Certamente teremos um mês de maio melhor (do que abril), porque boa parte do emprego para a Copa será feita nesse mês", disse.

O otimismo do ministro foi questionado com base no número da indústria de transformação. O setor havia gerado 47.040 vagas em abril de 2013, segundo os dados ajustados do Caged, e encerrou o mesmo mês neste ano com a demissão de 3.427 trabalhadores. Dias argumentou que a redução é resultado do "pleno emprego" atingido no País, o que teria como efeito colateral fazer com que as gerações de novos postos de trabalho sejam menores. "Não vamos ficar com essa situação de pleno emprego mantendo a média de crescimento espetacular que tivemos no passado", afirmou.
Setores. O setor de serviços foi responsável pela maior parte dos empregos gerados no mês passado - 68,8 mil. No agronegócio, foram admitidos 14.052 trabalhadores do setor no quarto mês deste ano. O MTE afirma que o resultado foi puxado pelas atividades de cultivo de café e cana-de-açúcar, que compensaram demissões verificadas nos segmentos da soja e frutas. No comércio, foram criadas 16.569 novas vagas.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Economia - 21 de maio de 2014 - 14h03 - Internet: clique aqui.

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