«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 13 de maio de 2014

O QUE FALTA NÃO É DINHEIRO (Leia, imperdível!)

Editorial

Se demandas sociais não são atendidas, como as manifestações de rua comprovam; se obras atrasam porque os recursos não são liberados e aplicados de acordo com o cronograma; e se, ainda assim, o governo enfrenta dificuldades cada vez maiores para cumprir a já limitada meta fiscal, e sempre à custa de artimanhas contábeis, não é por falta de dinheiro. Dinheiro há, suficiente para o governo cumprir adequadamente seu papel, prestando os serviços reclamados pela população, concluindo as obras necessárias para sustentar a atividade econômica e estimular o crescimento e mantendo as finanças públicas em ordem. Há até mais do que o suficiente para isso. O problema do governo federal não é falta de recursos; o que lhe falta é outra coisa.
Quanto à disponibilidade de dinheiro para cumprir seu papel, estudo feito pelo próprio governo, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que não há problemas. De acordo com o estudo - cujos dados foram divulgados pelo jornal Valor (8/5) -, como porcentagem do PIB brasileiro, a arrecadação federal nos três primeiros anos do mandato da presidente Dilma Rousseff foi sempre maior do que a de 2010, último ano do governo Lula.
Em dois dos três anos da gestão Dilma, a fatia do PIB absorvida pelo governo federal como tributo foi mais de 1,5 ponto porcentual maior do que a de 2010 (22,53% do PIB em 2010, 24,08% em 2011, 23,89% em 2012 e 24,04% em 2013). Vê-se que, em 2011 e no ano passado, o governo federal abocanhou praticamente um quarto de tudo o que o País produziu. Incluindo Estados e municípios, a carga tributária em 2013 foi estimada em 35,83% do PIB.
O documento em que esses números são apresentados é uma nota de responsabilidade do Tesouro acrescentada como "informações adicionais" à prestação de contas. O presidente da República tem a obrigação legal de apresentar anualmente sua prestação de contas, que inclui, entre outras demonstrações contábeis e financeiras oficiais, o Balanço Geral da União.
Cauteloso, o texto redigido pela Secretaria do Tesouro deixa claro que esses números são estimativas, pois, como esclarece, o cálculo oficial da carga tributária é feito pela Secretaria da Receita Federal, que costuma divulgar os resultados no segundo semestre de cada ano. Curiosamente, as estimativas do Tesouro para a carga tributária têm sido menores do que a carga oficial calculada pela Receita. Para 2012, por exemplo, a estimativa do Tesouro foi de 35,58% do PIB, enquanto o resultado da Receita foi de 35,85%. É possível que também em 2013 o total de impostos efetivamente pagos pelos contribuintes tenha sido maior do que o estimado pelo Tesouro e pelo Ipea.
O aumento da arrecadação federal em 2013, na comparação com 2012, em ritmo maior do que o do crescimento da economia - e que resultou no aumento da carga tributária -, foi justificado pela Receita como decorrente de medidas extraordinárias, especialmente a ampliação das possibilidades de parcelamento de débitos tributários vencidos, permitida pela reformulação do Refis. Só nos últimos três meses de 2013, a receita adicional propiciada pela adesão de grandes contribuintes ao Refis alcançou R$ 21,6 bilhões.
Além disso, em 2013, para o cálculo do superávit primário - necessário para o pagamento da dívida pública -, o governo cortou determinados itens das despesas, antecipou a apropriação de resultados de estatais e incorporou receitas extraordinárias, que não se repetirão no futuro, como o bônus de R$ 15 bilhões pago pelo consórcio vencedor do leilão do campo gigante de Libra, na área do pré-sal. No entanto, nem dispondo de receitas adicionais como essas, e em grandes volumes, nem atrasando a liberação de recursos para obras e serviços públicos, como tem feito, o governo consegue gerir suas finanças de maneira que os contribuintes possam confiar na preservação do equilíbrio fiscal.
Neste ano, mesmo dispondo de mais dinheiro, conforme dados da Receita, o governo continua com dificuldades para cumprir a meta fiscal, sinal de que as manobras continuam ativas.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Notas & Informações - Segunda-feira, 12 de maio de 2014 - Pg. A3 - Internet: clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.