«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

POR QUE TEMOS MENOS DESEMPREGO? ENGANA-ME QUE EU GOSTO!

Não se procura emprego


Celso Ming

O desemprego no Brasil alcançou em abril apenas 49 em cada mil trabalhadores, nível mais baixo em meses de abril desde 2002, quando começou a medição com a metodologia hoje adotada.
Já seria um dado intrigante, apenas se contraposto ao avanço econômico medíocre dos últimos quatro anos, à baixa disposição da indústria em contratar pessoal e à diluição do poder aquisitivo pela inflação.
Mas é ainda mais intrigante na medida em que esse recorde está sendo atingido não porque tenham aumentado os postos de trabalho no País, mas porque cada vez menos brasileiros se dispõem a procurar emprego.
Não falta quem diga, como o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse dia 16, que brasileiro não quer trabalhar. Como ninguém vive de vento e como essa queda do índice de ocupação é relativamente recente – porque quase sempre o desemprego foi mais alto do que é hoje – é preciso explicação.
[1º] Muito já foi dito sobre a necessidade de mais instrução e de mais treinamento prévio, exigências que vêm adiando a entrada dos jovens no mercado de trabalho[2º] (Também segue sendo repisado que cada vez mais aposentados têm de continuar trabalhando porque os proventos da Previdência são insuficientes.)
[3º] Por outro lado, é notório o aumento de renda da população, graças em parte aos programas distributivos do governo. E, ainda, estão aí as conclusões das pesquisas de que, nos últimos 15 anos, pelo menos 30 milhões de brasileiros chegaram a segmentos mais altos de consumo.
[4º] Outra parte das explicações parece relacionada ao mais forte crescimento do segmento de serviços. Este não é apenas o setor que mais oferece empregos no Brasil, mas, também, o que mais proporciona remunerações extras por pequenas atividades, muitas vezes a quem já tem ocupação fixa. É a empregada doméstica que aceita serviços de faxina; é o eletricista que trabalha “por conta própria”; é o guardador de carros que ganha mais com o que faz do que se tivesse um emprego numa firma, onde o salário está sujeito a descontos de lei, além das despesas com transporte que, de resto, consome horas por dia, em trens ou ônibus cujos níveis de conforto conhecemos.
[5º] Por aí se vê, também, que, na percepção do brasileiro comum, ter um emprego firme nem sempre compensa. É também o que se pode chamar de “precarização do trabalho”[6º] Alguns analistas chamam a atenção para o tal fator de desalento, que leva o trabalhador a desistir de procurar emprego. Nenhum desses fatores isolados explica tudo. É na combinação entre eles que se pode procurar a explicação por esse fenômeno relativamente novo na economia.
Até agora, a queda ou a manutenção do desemprego em níveis tão baixos deixaram estressado o mercado de mão de obra e concorreram para elevar os custos do fator trabalho. Mas já é acentuada a desaceleração da atividade econômica, a ponto de atingir em cheio até mesmo o setor de serviços. É uma pulsação bem mais fraca que pode voltar a acelerar os índices de desemprego.
CONFIRA:

A tabela [ao lado] mostra como estavam os principais indicadores do mercado de trabalho do Brasil em abril.
Falta de interesse
Pelos cálculos do economista Alexandre Schwartsman, se a participação da força de trabalho na População Economicamente Ativa (PEA) permanecesse nos mesmos níveis históricos, de cerca de 57% (hoje está em 53%), o desemprego (nível de desocupação) no Brasil em abril não teria sido de 4,9%, mas de 6,8%. É outro jeito de avaliar a falta de interesse na procura de trabalho.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Economia - Sexta-feira, 23 de maio de 2014 - Pg. B2 - Internet: clique aqui.
DADOS DO MERCADO DE TRABALHO PARECEM CONTRADITÓRIOS

Fernando de Holanda Barbosa Filho
Economista – Pesquisador do IBRE/FGV


Os dados do mercado de trabalho brasileiro parecem cada vez mais contraditórios.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que abril teve a menor geração líquida de vagas desde 1999, com 105 mil postos.
Já a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada ontem mostra a menor taxa de desemprego da série histórica, iniciada em 2002.

Logo, o leitor desavisado poderia concluir que o mercado de trabalho está mais forte que nunca (desemprego baixo) e o mês de abril do Caged foi uma breve derrapada. Não parece ser o caso. Por um lado, é natural a redução do ritmo de contratações após a forte queda do desemprego (5,5% em 2012 e 5,4% em 2013).

Por outro, mesmo com rendimentos reais em alta e baixo desemprego, pessoas estão parando de procurar emprego. Sinal de preocupação. Essa redução diminui o desemprego, via desalento.

Nesse sentido, a queda do desemprego nos últimos meses não sinaliza mercado de trabalho forte, e sim preocupação para o futuro. A demissão na indústria pode indicar que a não recuperação do setor e a baixa expectativa para um futuro próximo começam a causar demissões.

O crescimento do rendimento real em ritmo menor mostra um mercado menos dinâmico. Porém, a Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios] contínua (outra fonte de dados!) mostra cenário mais confortável, com alta do pessoal ocupado de 1,4% em 2013 ante 0,7% na PME. A Pnad contínua (de abrangência nacional) indica um mercado menos dinâmico, mas ainda capaz de manter o desemprego baixo.

O mercado de trabalho não é a tragédia do Caged, muito menos a festa que a PME aponta. Está mais para uma desaceleração suave.

Fonte: O Estado de São Paulo – Economia/Análise – Sexta-feira, 23 de maio de 2014 – Pg. B4 – Edição impressa.

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