Richard Furst
Belém, Cisjordânia
Especial
Papa Francisco na Jordânia (24/05/2014) |
O papa
Francisco chega hoje ao Oriente Médio, numa viagem repleta de simbolismo
político. Ele vai demonstrar forte apoio a um Estado palestino durante a
primeira visita à Terra Santa, que se estenderá até segunda-feira. Francisco
será o primeiro papa a viajar diretamente para a Palestina, sem passar antes
por Israel. Ele chegará de helicóptero a Belém. Os voos para o local são
restritos a visitantes estrangeiros.
“Se
olharmos bem a programação, há uma
chegada para cada Estado, com recepções diferentes (além de Belém, o papa
irá a Jerusalém e Amã, na Jordânia). A
Santa Sé reconhece os territórios palestinos como Estado”, disse o
israelense Amnon Ramon, especialista
político-religioso na relação entre Israel e o Vaticano.
Enquanto
soldados árabes hasteavam as bandeiras da Palestina onde Francisco vai se
encontrar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o assunto
entre eles era a visita papal. “Ele vai
olhar para nós como um país”, afirmou um deles.
Francisco
disse que a visita de três dias ao Oriente Médio é “uma viagem puramente
religiosa” e “está se esforçando para manter o equilíbrio”. Desta forma, no dia
seguinte à chegada a Belém, o pontífice pretende se tornar também o primeiro
líder do Vaticano a depositar flores no túmulo de Theodor Herzl, o fundador do sionismo.
O
roteiro do papa, porém, enfurece alguns palestinos. “Como podemos equilibrar a
situação Israel-Palestina? Estamos falando de duas forças diferentes: uma
ocupante e outra com territórios ocupados”, disse o embaixador palestino no
Vaticano, Issa Kassissieh.
Questões
diplomáticas farão que, em vez de atravessar os 12 quilômetros entre Belém e o
Getsêmani, em Jerusalém, por terra, o papa viajará de helicóptero de Belém até
o aeroporto de Tel-Aviv. Lá, terá uma recepção presidencial exigida pelo
protocolo de Israel e depois outro para um voo para Jerusalém.
Francisco
não andará em carro aberto em Israel, nem celebrará missa campal. A celebração
marcada para segunda-feira, no Monte Sião, onde, segundo a tradição, foi o
local tanto da última ceia de Jesus quanto do túmulo do rei David, causou
protestos de judeus religiosos e pichações anticristãs em diversas igrejas e
conventos.
Houve
aumento, também, na força e na ousadia
de certos grupos na sociedade judaica (principalmente os ultraortodoxos e
nacionalistas), que veem os cristãos e o cristianismo como grandes inimigos. “A
grande questão é como a corrente central da sociedade israelense vai se
comportar e como os líderes israelenses vão reagir em resposta a essas
percepções”, afirma Ramon.
VISITA A ISRAEL SERÁ
CURTÍSSIMA
A
estada do papa em Israel deve ser de não mais do que cinco horas.
Além do
túmulo de Theodor Herzl, ele visitará também o Muro das Lamentações e o Museu
do Holocausto. Francisco também vai se reunir com o grão-mufti de Jerusalém,
maior autoridade sunita da região.
Ele
também manterá breves encontros com o presidente israelense, Shimon Peres, e
com o primeiro-ministro, Binyamin “Bibi” Netanyahu.
Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Sábado,
24 de maio de 2014 – Pg. A21 – Edição impressa.
Papa pede solução urgente para conflito na Síria
Agência EFE
Em discurso na Jordânia, ao lado do rei Abdullah II,
pontífice lamentou situação dos refugiados no Oriente Médio
Papa Francisco recebido pelo rei Abdullah II da Jordânia em Amã (24/05/2014) |
O papa Francisco afirmou neste sábado, 24, na Jordânia que é urgente acabar com o conflito na Síria a pediu uma solução justa para o conflito entre palestinos e israelenses.
Em um discurso realizado ao lado do rei Abdullah II, da Jordânia, o pontífice disse "constatar com dor" a tensão que se vive no Oriente Médio, lamentou a situação triste em que vivem os refugiados sírios, palestinos e iraquianos e renovou o compromisso de ajuda da Igreja Católica.
"Este país acolhe generosamente uma grande quantidade de refugiados palestinos, iraquianos e de outras zonas em crise, especialmente da vizinha Síria, destruída por um conflito que está durando tempo demais. A acolhida merece o reconhecimento e a ajuda da comunidade internacional", afirmou.
"A Igreja Católica, dentro de suas possibilidades, quer se comprometer a ajudar os refugiados e aos necessitados, sobretudo por meio da Caritas Jordânia", afirmou Francisco.
"Agradeço às autoridades do reino tudo o que fazem e os encorajo a seguirem se esforçando para conseguir a tão desejada paz duradoura em toda a região. Para isto, é necessário e urgente encontrar uma solução pacífica para a crise síria, além de uma justa solução ao conflito entre israelenses e palestinos", disse.
O papa agradeceu, além disso, ao reino da Jordânia por seus esforços para fomentar o diálogo inter-religioso e destacou o reino hachemita como exemplo de convivência pacífica e enriquecedora entre cristãos e muçulmanos.
Francisco também fez uma saudação "afetuosa" à comunidade cristã "presentes no país desde a idade apostólica, plenamente integrados" em um reino onde "contribuem ao bem comum da sociedade".
Já o Abdullah II destacou "o compromisso pessoal" que o papa assumiu na busca pela paz e o diálogo no mundo, e agradeceu "a liderança" rumo ao entendimento e a coexistência.
O monarca hachemita lembrou que a Jordânia foi o primeiro país árabe visitado por um pontífice, Paulo VI, que há cinquenta anos também iniciou em Amã sua histórica peregrinação pela Terra Santa, a primeira de um papa desde os tempos do imperador Constantino.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Internacional - 24 de maio de 2014 - 12h09 - Internet: clique aqui.
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