«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

A I D S : CAI INFECÇÃO NO MUNDO, MAS CRESCE NO BRASIL

Apesar de queda mundial,
novas infecções por HIV sobem 11% no Brasil

Fabiana Cambricoli
Paulo Saldaña (colaborou)

Dados da agência da ONU para o combate à doença indicam que o mundo teve redução de 35% nos óbitos entre 2005 e 2013, enquanto o Brasil teve aumento de 7%. No ano passado, houve registro de 2,1 milhões de novos casos de HIV no mundo – 44 mil no País 

Na contramão da tendência mundial de queda, o Brasil registrou alta de 11% no número de novas infecções pelo vírus HIV entre 2005 e 2013, conforme relatório divulgado nesta quarta-feira, 16 de julho, pela Unaids, agência das Nações Unidas voltada para o combate à aids. Em todo o mundo, o índice de novas infecções caiu 27,6% no mesmo período e 38%, se considerado o intervalo entre os anos de 2001 e 2013.

A mesma situação foi observada quando analisados os números de mortes decorrentes da doença. Enquanto o mundo teve redução de 35% nos óbitos entre 2005 e 2013, o Brasil viu o número de vítimas crescer 7% no mesmo período. No ano passado, foram registrados 2,1 milhões de novos casos de HIV em todo o mundo - 44 mil deles ocorreram no Brasil, o equivalente a 2% dos registros.

O desempenho do País também foi inferior ao da América Latina. O número de novas infecções caiu 3% no continente no período analisado. No México, a redução chegou a 39%. No Peru, a queda foi de 26%.

Nações vizinhas também tiveram redução no número de mortes por causa da doença. No Peru, Bolívia e Colômbia, os óbitos caíram 50%, 47% e 33%, respectivamente. De todos os novos casos registrados na América Latina, 47% estão no Brasil, onde, no fim de 2013, viviam cerca de 720 mil pessoas soropositivas.
Georgiana Braga Orillard - Diretora da UNAIDS no Brasil

Razões
Para especialistas e ativistas, falhas nos programas de prevenção e as realidades distintas dos países levaram a essa diferença entre os panoramas mundial e nacional.

Diretora da Unaids no Brasil, Georgiana Braga Orillard afirma que, antes de analisar as falhas nos programas governamentais, é preciso lembrar que alguns países menos desenvolvidos, sobretudo os africanos, estão registrando só agora declínio de casos similar ao que o Brasil viveu no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000. “Quando o tratamento começou a ser ofertado no Brasil, tivemos redução significativa de casos de transmissão vertical, em que o vírus é transmitido de mãe para o filho. Essa redução só está acontecendo agora em alguns países da África.”

Georgiana afirma, porém, que a alta de casos no Brasil também está relacionada com a discriminação e a falta de políticas de prevenção específicas voltadas para os grupos mais vulneráveis, sobretudo jovens homossexuais, principais vítimas das novas contaminações. “Faltam iniciativas voltadas para essa geração que está vivendo a chamada nova onda da epidemia. São aqueles que não vivenciaram o início da aids, não viram seus ídolos morrerem por complicações da doença, então não se cuidam, não usam preservativo, não fazem o teste”, afirma.

A diretora da Unaids diz que não há programas consistentes voltados para essa população. “Eles são discriminados. Tem receio de procurar os serviços de saúde porque o preconceito está em toda parte. Não adianta apenas fazer campanhas. Tem de ser algo trabalhado desde cedo. É preciso falar sobre o assunto na escola”, defende Georgiana.

Segundo o informe da Unaids, um terço de todos os novos casos de infecção por HIV registrados na América Latina no ano passado está concentrado entre jovens com idades entre 15 e 24 anos.

Resistência conservadora
Para o ativista Rodrigo Pinheiro, presidente do Fórum de ONGs Aids do Estado de São Paulo, o governo não consegue chegar até a população mais vulnerável, que, além de gays, inclui profissionais do sexo, usuários de drogas e transgêneros. “Qualquer ideia de campanha mais ousada que surge tem a resistência das bancadas mais conservadoras do Congresso e de setores do Executivo e acaba não sendo colocada em prática”, afirma.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole – Quinta-feira, 17 de julho de 2014 – Pg. A13 – Internet: clique aqui.

TRÊS PERGUNTAS PARA...

Zarifa Khoury
Médica infectologista do Instituto Emílio Ribas

1. Campanhas de prevenção voltadas para os grupos mais vulneráveis da população seriam suficientes para tentar diminuir o número de novas infecções por HIV no Brasil?
Resposta: Não. Temos também de agregar outras formas de prevenção de novas contaminações, além do preservativo. É preciso divulgar melhor a profilaxia pós-exposição, já disponível para quem teve uma relação sexual desprotegida e ofertar a profilaxia pré-exposição (nos dois casos, são administrados antirretrovirais para evitar a contaminação).

2. Como as campanhas governamentais poderiam sensibilizar os grupos mais vulneráveis?
Resposta: Trabalhando diretamente com os ativistas de cada grupo. Hoje já é feito treinamento dessas pessoas para trabalhar diretamente com os grupos, mas não é suficiente.

3. Essa população tem o atendimento adequado nos serviços de saúde?
Resposta: Acho que os profissionais de saúde devem ser mais bem treinados sobre a forma de acolhimento dessas pessoas, tanto os que buscam prevenção quanto os que precisam do tratamento. Hoje nem todos os serviços têm uma abordagem correta e o usuário desiste de fazer o acompanhamento correto.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole – Quinta-feira, 17 de julho de 2014 – Pg. A13 – Internet: clique aqui.

Casos de aids entre gays elevam estatísticas no Brasil, diz secretário

Lígia Formenti

Para Jarbas Barbosa, do Ministério da Saúde, problema também é enfrentado por outros países da Europa e pelos Estados Unidos
Jarbas Barbosa da Silva Júnior - Secretário de Vigilância em Saúde
Ministério da Saúde - Governo Federal

O secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, atribuiu o aumento de 11% nos casos de infecção pelo vírus HIV no Brasil ao crescimento do número de ocorrências entre homens jovens que fazem sexo com homens. A prevalência de pessoas com HIV entre esse grupo está entre 10%, enquanto na população em geral está em 0,4%. "A epidemia no Brasil tem várias faces. Em algumas regiões, como Sudeste, os números caem, algo que não ocorre nas regiões Norte e Sul", disse. Os números foram apresentados nesta quarta-feira, 16, no relatório da Unaids, programa da Organização das Nações Unidas voltada para HIV/Aids.

De acordo com Barbosa, os dados retratam um problema enfrentado não apenas pelo Brasil, mas por países que convivem com um padrão de epidemia de aids concentrada. Estimativas publicadas no trabalho indicam que o País registrou entre 2005 e 2013 um aumento de 11% nos casos de aids, enquanto no mundo todo caíram 27,6%.

"Não estamos isolados. Estados Unidos e alguns países da Europa tiveram aumento de 8% no mesmo período - o que comprova a dificuldade, em locais onde a epidemia está concentrada, em reduzir esse patamar". O secretário argumentou que a queda mais significativa nos números de casos de aids ocorreu em países da África e da Ásia, locais onde até pouco tempo grande número de pessoas morria em decorrência da doença e que registravam altíssimas taxas de infecção. "Em países com essas características, a introdução de tratamento, por si só, já se encarrega de puxar para baixo as estatísticas."

Barbosa afirma que os números apresentados pela Unaids são condizentes com as estatísticas do Ministério da Saúde. "O organismo fez uma projeção, nós trabalhamos com casos novos diagnosticados. São dados que se complementam", disse. Para Barbosa, os resultados, embora esperados, estão longe de deixar o País numa situação confortável. "Mas não temos dúvida em dizer que todos os mecanismos existentes para prevenir novas transmissões estão sendo colocados em prática."

Tratamento
Ele cita como trunfo o início precoce do tratamento de pessoas com HIV e a ampliação no diagnóstico. As estimativas são de 400 mil pessoas no Brasil são portadoras do vírus e não saibam. "Nesse semestre, identificamos 35 mil casos novos", contou. Se o ritmo for mantido, calcula, até dezembro o número de diagnósticos novos pode chegar a 100 mil. "Em quatro anos, em tese, podemos chegar aos 400 mil, ofertar tratamento, o que reduz de forma significativa as transmissões", diz.

Estudos mostram que o início precoce no tratamento reduz os índices de HIV circulantes no organismo do portador, algo que pode ajudar a diminuir a possibilidade de contaminação do parceiro, em casos de relações sexuais desprotegidas.

Barbosa afirma que a oferta precoce de tratamento é feita em combinação com ações de prevenção, como distribuição de preservativos e campanhas voltadas para populações mais vulneráveis. Grupos ligados à prevenção de aids, no entanto, defendem ações inovadoras para atingir a população de maior risco para doença - homens jovens que fazem sexo com homens, prostitutas e usuários de drogas. "Todas as inovações foram e vão continuar sendo adotadas."

O Brasil registrou ainda alta no número de mortes provocados pela doença, de acordo com relatório. Para Barbosa, o aumento é esperado, porque leva em consideração o número acumulado de casos.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole – Quinta-feira, 17 de julho de 2014 – Pg. A14 – Internet: clique aqui.

 Metade dos infectados não sabe que tem HIV

Fabiana Cambricoli

Segundo a Unaids, agência das Nações Unidas, até o fim do ano passado, cerca de 35 milhões de pessoas eram soropositivas
SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) ou AIDS

Mais da metade das pessoas infectadas pelo HIV no mundo não sabe que é portadora do vírus, de acordo com o relatório da Unaids divulgado nesta quarta-feira, 16 de julho. Segundo a agência das Nações Unidas, até o fim do ano passado, cerca de 35 milhões de pessoas eram soropositivas, das quais 19 milhões desconheciam sua condição.

No momento do levantamento, apenas 37% dos infectados pelo vírus tinham acesso ao tratamento com antirretrovirais. A América Latina é a região com o segundo melhor índice de cobertura do tratamento no mundo, com 45% dos soropositivos sendo tratados. O melhor desempenho foi registrado na Europa ocidental e central e América do Norte, com 51% de cobertura dos pacientes.

Fim da epidemia
A estimativa da Unaids é de que a epidemia de aids possa ser controlada em 2030. De acordo com a agência, se a meta for atingida, o mundo deixaria de ter 18 milhões de novos casos até lá. Mais de 11 milhões de mortes decorrentes da doença também seriam evitadas neste período.

A Unaids ressalta, porém, que há países nos quais o combate à doença está esquecido. As situações mais preocupantes são registradas na República Centro-Africana, Congo, Indonésia, Nigéria, Rússia e Sudão do Sul.

Segundo a Unaids, apenas 15 países concentraram 75% dos novos casos de HIV registrados em 2013.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole – Quinta-feira, 17 de julho de 2014 – Pg. A14 – Internet: clique aqui.

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