«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 8 de julho de 2014

NÃO HÁ ELEIÇÃO GRÁTIS

Dora Kramer

O início oficial da campanha eleitoral neste domingo não trouxe nada de novo no tocante à movimentação dos candidatos. Isso devido à revogação, na prática, do marco legal da largada, dada muito antes.

Portanto, o que temos é só a continuidade do mesmo até o começo da propaganda em rádio e televisão e dos debates. Os candidatos registraram seus programas de governo, que tampouco revelam inovações. 

As previsões de gastos, como sempre, em trajetória ascendente. Desta vez, chegam à casa do bilhão de reais considerados todos os 11 candidatos. Aumento de 50% a 60% em relação a 2010.

Não tendo havido inflação correspondente no período, resta a conclusão de que os partidos recorrem a instrumentos e estruturas cada vez mais sofisticadas e por isso mesmo dispendiosas. Quanto menos convincente é o conteúdo, mais sedutora aos olhos precisa ser a forma. E isso custa muito dinheiro.

Por enquanto, na maior parte de origem privada, embora em boa parte de natureza pública: Fundo Partidário, renúncia fiscal decorrente da cessão do horário das emissoras para a propaganda política, custeio de parcela do conteúdo dos programas de candidatos à reeleição ou doações de pessoas físicas cujos salários sejam pagos por governos.

O grosso do financiamento das campanhas é sustentado por doações de pessoas jurídicas que, como sabem o senhor e a senhora, está para acabar. De um lado o Supremo Tribunal Federal já formou maioria de 6 a 1 para tornar inconstitucional essa regra e, de outro, o Senado já aprovou projeto de lei proibindo empresas de custearem campanhas. Sem entrar no mérito sobre a contribuição dessa providência para a moralização do sistema, temos uma questão prática: não existe eleição grátis. Alguém terá de pagar por ela.

Não temos tradição de grandes mobilizações de pessoas físicas dispostas a pôr a mão no bolso em prol de partidos. Como tradições não se criam do dia para a noite nem a confiança da população na política é algo que se construa por decreto, algum jeito haverá de ser dado já para a eleição de 2016.

Isso significa que o jeito precisa ser encontrado até outubro de 2015 devido à obrigatoriedade de que as regras para uma eleição devem ser validadas até um ano antes do pleito seguinte.

O PT - muito amigo da atual direção da OAB, que apresentou a ação de inconstitucionalidade no STF - gostaria, e vai lutar para isso, que a solução fosse o financiamento público integral.

A regra preserva a igualdade? Não, não, ganha mais o partido mais forte, assim como na distribuição do Fundo Partidário e no tempo de televisão. De onde já se vê que o item isonomia [1] não é o motivo da defesa da tese.

De qualquer modo, encerrada a eleição de 2014, estará aberto esse debate. Do qual é bom que não se exclua a seguinte questão: os partidos estarão dispostos a fazer campanhas mais modestas ou, no caso de financiamento público, esse aumento de gastos a cada eleição vai recair sobre o Orçamento?

Posto avançado

Desde a última sexta-feira o senador Francisco Dornelles passou a integrar como vice a chapa de Luiz Fernando Pezão, na disputa pelo governo do Rio de Janeiro. Dornelles é tio de Aécio Neves, homem de confiança e articulador da candidatura do tucano em várias frentes: estaduais (notadamente no Rio e em Minas), congressuais e partidárias.

Pezão continua declarando voto e empenho na candidatura à reeleição da presidente Dilma junto com o antecessor Sérgio Cabral e o prefeito, Eduardo Paes - todos do PMDB.

Nenhum deles deixa passar a oportunidade de renovar as juras de fidelidade e agradecimento a "tudo que o governo federal fez pelo Rio".

Enquanto isso, como se sabe, o partido dos três trabalha de modo explícito e assumido para o principal oponente da presidente, o sobrinho de Dornelles.

NOTA:

[1] Isonomia: princípio geral do direito segundo o qual todos são iguais perante a lei; não devendo ser feita nenhuma distinção entre pessoas que se encontrem na mesma situação (Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0).

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Terça-feira, 8 de julho de 2014 – Pg. A6 – Internet: clique aqui.

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