«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

MENTIRAS E O POVO NO ESCURO

Vinicius Torres Freire
Pessoas caminham, perigosamente, pelo túnel do metrô da Linha 4 (Amarela) em São Paulo
Segunda-feira, à tarde - durante apagão
 
Na tarde do apaguinho gigante, uma queda relativamente miúda da produção de energia exigiu medidas de segurança para evitar um daqueles apagões históricos, aqueles blecautes de horas e horas. Perdeu-se menos de 2% da capacidade instalada de geração de energia, apenas, e a coisa quase foi à breca do breu.

É óbvio que a situação está no limite. O governo desconversa sobre o que aconteceu na segunda-feira. Se persistir na desconversa, a gente pode dizer que mente mesmo. Na verdade, o governo já mente por omissão faz algum tempo. Como o faz Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, cada vez mais desavergonhadamente. Como já se escreveu nestas colunas, Dilma Rousseff e Alckmin caminham de braços dados para o abismo no qual vão nos empurrar.

Lá por outubro, pelo menos, técnicos do setor elétrico diziam que era necessário algum programa de "racionalização do consumo". Racionalização é tanto um eufemismo como uma das variantes do racionamento. No caso, a ideia era tentar "organizar o trânsito" do consumo. Isto é, tentar fazer com que grandes consumidores de energia passassem a trabalhar em horários que não aqueles do pico do uso de eletricidade.

Disfarçadamente, era o que o governo de Fernando Henrique Cardoso começaria a fazer em maio de 2000, cerca de um ano antes da decretação do racionamento. Há gente no governo de Dilma discutindo tal coisa, neste janeiro.

Imagina-se a relutância da presidente a entregar a rapadura. Será um vexame terminal:

·        houve desastre nas contas públicas,
·        na Petrobras,
·        o país vai viver um biênio recessivo e, por fim,
·        vai ficar claro o desastre no setor elétrico, criatura integral de Dilma, mandachuva e "especialista-mor" do assunto.

Por ora, o governo enrola. Diz que houve "falha técnica", que não falta energia. Em seguida, declara que vai colocar para funcionar algumas usinas termelétricas que estavam no banco de reservas. Na verdade, que estavam no departamento médico. O governo vai colocar em campo alguns jogadores machucados, por assim dizer.

Tenha havido falha técnica, que um cavalo tenha derrubado um poste, que uma queimada tenha derretido um fio, tanto faz. Não havia reserva, ponto. O nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste equivale a uns 40% daquele medido em janeiro do ano passado. O potencial de geração de energia diminuiu. O consumo aumentou, tanto devido ao calor horrível quanto pelas medidas idióticas de estímulo ao gasto de eletricidade escassa, pois o governo baixou o preço, de modo demagógico e inepto, quando não havia mercadoria bastante para vender.

O governo precisa aparecer com uma explicação decente do que aconteceu. Qual foi falha técnica? Quais são os limites e insuficiência da rede de transmissão? Qual o motivo de uma perda pequena de capacidade de geração ter levado a um blecaute preventivo? Qual a capacidade de fato de geração de energia, neste momento? Dados os cenários "a", "b" e "c" de entrada de água nos reservatórios e de consumo, quando será preciso "racionalizar" o uso de energia?

Mas o governo espera milagres e conta com a ajuda da recessão e dos preços altos para que o consumo caia.

Para compreender melhor o que se passa no setor elétrico brasileiro,
leia uma ótima entrevista com um dos maiores especialistas no assunto, clique aqui.

Fonte: Folha de S. Paulo – Colunistas – 21/01/2015 – 02h00 – Internet: clique aqui.

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