«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

PAPA FRANCISCO SEGUE INOVANDO NA IGREJA

Consistório sobre a reforma da cúria e 20 novos cardeais

Redação

Depois das palavras de introdução à oração do ângelus, em que o papa Francisco disse que “o coração do homem pode rejeitar a luz e preferir as trevas, porque a luz revela as suas obras más”, ele declarou diante dos milhares de peregrinos e fiéis reunidos na Praça de São Pedro:

“Dirijo a todos uma cordial saudação, queridos peregrinos que vieram da Itália e de vários países para participar neste encontro de oração. Em particular, saúdo os fiéis de Casirate d’Adda, Alfianello, Val Brembilla e Verona.

A cada um, desejo que vivam com paz e serenidade este segundo domingo depois do Natal, em que se prolonga a alegria do nascimento de Jesus.

E, como já foi anunciado, no próximo dia 14 de fevereiro terei a alegria de realizar um consistório durante o qual nomearei 15 novos cardeais, que provêm de 14 países de todos os continentes, o que manifesta a indissolúvel relação entre a Igreja de Roma e as Igrejas particulares presentes no mundo.
Dom Charles Maung Bo - salesiano - um nos novos cardeais
Ele é arcebispo de Yangon (Mianmar) - país que jamais tinha tido um cardeal
 
No domingo, 15 de fevereiro, presidirei uma solene celebração com os novos cardeais, após o consistório dos dias 12 e 13 de fevereiro, que reunirá todos os cardeais para refletir sobre a orientação e as propostas da reforma da cúria romana.

Os novos cardeais são:

1 – Dom Dominique Mamberti, arcebispo titular de Sagona, prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.

2 – Dom Manuel José Macário do Nascimento Clemente, patriarca de Lisboa (Portugal).

3 – Dom Berhaneyesus Demerew Souraphiel, C.M., arcebispo de Addis Abeba (Etiópia).

4 – Dom John Atcherley Dew, arcebispo de Wellington (Nova Zelândia).

5 – Dom Edoardo Menichelli, arcebispo de Ancona-Osimo (Itália).

6 – Dom Pierre Nguyên Văn Nhon, arcebispo de Hà Nôi (Vietnã).

7 – Dom Alberto Suárez Inda, arcebispo de Morelia (México).

8 – Dom Charles Maung Bo, S.D.B., arcebispo de Yangon (Mianmar).

9 – Dom Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, arcebispo de Bangkok (Tailândia).

10 – Dom Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento (Itália).

11 – Dom Daniel Fernando Sturla Berhouet, S.D.B., arcebispo de Montevidéu (Uruguai).

12 – Dom Ricardo Blázquez Pérez, arcebispo de Valladolid (Espanha).

13 – Dom José Luis Lacunza Maestrojuán, O.A.R., bispo de David (Panamá).

14 – Dom Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago de Cabo Verde (Cabo Verde).

15 – Dom Soane Patita Paini Mafi, bispo de Tonga (Tonga).

Além disso, unirei aos membros do colégio cardinalício 5 arcebispos e bispos eméritos, de diversos países, que se distinguiram pela sua caridade pastoral no serviço da Santa Sé e da Igreja.

Eles representam muitos bispos que, com a mesma solicitude de pastores, deram testemunho de amor a Cristo e ao povo de Deus, seja nas Igrejas particulares, seja na cúria romana, seja no serviço diplomático da Santa Sé.
Dom Luis Héctor Villalba - arcebispo emérito de Tucumán (Argentina)
Um dos bispos eméritos nomeados como cardeal
 
São eles:

1 – Dom José de Jesus P. Rodríguez, arcebispo emérito de Manizales (Colômbia).

2 – Dom Luigi De Magistris, arcebispo titular de Nova, pró-penitenciário maior emérito.

3 – Dom Karl-Joseph Rauber, arcebispo titular de Giubalziana, núncio apostólico.

4 – Dom Luis Héctor Villalba, arcebispo emérito de Tucumán.

5 – Dom Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai.

Rezemos pelos novos cardeais, para que, renovando o seu amor por Cristo, eles sejam testemunhas do seu evangelho na cidade de Roma e no mundo, e, com a sua experiência pastoral, me ajudem no meu serviço apostólico.

Desejo a todos um bom domingo. É uma linda jornada para visitar os museus. E, por favor, não se esqueçam de rezar por mim”.

Francisco encerrou com seu já famoso “Bom almoço e até logo!”.

Fonte: ZENIT.ORG  – Cidade do Vaticano, 05 de Janeiro de 2015  – Internet: clique aqui.

Nos novos cardeais, a universalidade da Igreja

Redação

Porta-voz da Santa Sé diz que o papa não considerou as sedes cardinalícias como vinculantes
Pe. Federico Lombardi - porta-voz da Santa Sé
 
Na eleição dos novos cardeais, “o critério mais evidente é o da universalidade”, declarou neste domingo o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, afirmando que, entre os novos eleitores, há representantes de 14 países, dos quais 6 não tinham cardeais atualmente e alguns nunca tinham tido nenhum. Levando-se em conta os cardeais eméritos recém-nomeados, os países chegam a 18.

O diretor da sala de imprensa destacou que, “entre os eleitores, há 5 da Europa, 3 da Ásia, 3 da América Latina, 2 da África e 2 da Oceania”. Não há novos cardeais dos Estados Unidos e do Canadá, mas é "porque o seu número já é consistente”.

“Ficou confirmado”, prosseguiu Lombardi, “que o papa não se atém às tradicionais 'sedes cardinalícias', motivadas por razões históricas dos diversos países, nas quais o cardinalato era considerado quase 'automático'”. Por isso, “temos várias nomeações de arcebispos e bispos de sedes que não tinham cardeal. Isto se aplica, por exemplo, à Itália, à Espanha, ao México, ao Panamá”.

O porta-voz destacou a presença de “países que nunca tinham tido um cardeal (Cabo Verde, Tonga, Mianmar, comunidades eclesiais pequenas ou em situação minoritária; o bispo de Tonga é presidente da Conferência Episcopal do Oceano Pacífico; a diocese de Santiago de Cabo Verde é uma das mais antigas dioceses africanas; a de Morelia, no México, é uma região muito afetada pela violência).

“Só um dos novos cardeais é da cúria romana”, disse Lombardi, “o que também é destacável, já que os cardeais ‘romanos’ continuam sendo cerca de um quarto dos eleitores”.

“É evidente que o papa tem a intenção de considerar os postos de prefeitos das congregações e algumas outras importantes instituições dentro da cúria, como, neste caso, o Tribunal da Assinatura”.

Sobre os cardeais eméritos, o porta-voz ressaltou a intenção simbólica do papa: “Eles representam muitos bispos que, com a mesma solicitude pastoral, serviram como pastores de dioceses, mas também na cúria e no serviço diplomático”. É “um reconhecimento dado simbolicamente a alguns, mas que reconhece os méritos de todos”.

Para os 12 lugares “vacantes”, o Santo Padre nomeou 15 eleitores: “Superou ligeiramente o número, mas se manteve muito perto disso”, encerrou Lombardi.

Fonte: ZENIT.ORG – Roma, 05 de Janeiro de 2015 – Internet: clique aqui.
 


Francisco dá nova dimensão à diplomacia papal
 
Jamil Chade
 
Pontífice argentino tenta influenciar a política internacional e recuperar a relevância global da Igreja
 
Pelos corredores das Nações Unidas, um dos personagens mais requisitados nos últimos meses não tem sido embaixadores ou negociadores, mas um arcebispo. Com pouco mais de um metro e meio de altura e sempre andando de forma apressada, o representante do Vaticano na organização, Silvano Tomasi, é alvo de todas as atenções.

Dom Silvano Tomasi - arcebispo representante do Vaticano na ONU
Ele já ocupa o posto há dez anos, mas foi em 2014 que passou a dar entrevistas coletivas, organizar reuniões e debates públicos e, acima de tudo, agir nos bastidores para aproximar diferentes governos. "Estamos envolvidos na busca do diálogo", disse ele ao [jornal] O Estado de S. Paulo.

Ao caminhar com sua roupa tradicional entre diplomatas de terno e gravata, ouve cumprimentos às ações da Santa Sé e dezenas de pedidos e sugestões. A atitude de Tomasi não deixa dúvidas: a mediação do Vaticano para aproximar Cuba e EUA foi apenas parte de um projeto muito mais amplo da diplomacia papal e Francisco decidiu recuperar a relevância da instituição milenar no cenário político mundial.

De fato, Tomasi, falando em nome do pontífice em Viena há duas semanas, deixou claro que o papa não pretende se limitar a falar apenas quando é convidado. Em uma reunião sobre desarmamento nuclear, o arcebispo leu uma mensagem do chefe. "Os passos para um mundo livre das armas nucleares são limitados, insuficientes e congelados." O recado foi dado diante dos ministros das potências nucleares.

Este mês, Francisco publicará sua primeira encíclica e o assunto escolhido foi o meio ambiente, justamente no momento em que governos de todo mundo negociam um acordo sobre o clima. O papa quer influenciar no debate e alertar a humanidade que "a custódia da criação" é um dos maiores desafios que o planeta enfrenta.

Mesmo no caso de Cuba, a ação do Vaticano não se limitou à mediação com os EUA. Em Havana, o papa ordenou a seus representantes que usassem as instalações da Igreja para a realização de cursos que permitam a formação do espírito empresarial entre os cubanos. "O trabalho está sendo extraordinário", comentou ao Estado o ex-chefe do escritório de interesses dos EUA em Havana Michael Parlmy.

Diplomatas na Santa Sé garantem que Cuba não foi a única crise na América Latina que o papa tentou resolver. Francisco também atuou para que o impasse entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição fosse superado.

A tarefa de pôr em prática a nova diplomacia foi entregue ao secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, experiente diplomata da Santa Sé e considerado profundo conhecedor da América Latina. Fluente em espanhol, o italiano ocupava o posto de núncio apostólico na Venezuela.

"O objetivo da diplomacia papal é construir pontes para promover o diálogo e usar as negociações como um meio de solucionar conflitos, espalhar a fraternidade, lutar contra a pobreza e construir a paz", declarou Parolin em artigo publicado este ano. Na exortação apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho, em latim), que serve como uma espécie de plano de governo de Francisco, o papa deixa claro que a Igreja tem um papel político e deve estabelecer o diálogo.
 
[Para ler, imprimir ou baixar, na íntegra, esse documento papal, clique aqui]
Dom Pietro Parolin - Cardeal Secretário de Estado do Vaticano
Um dos casos exemplares da ação da Igreja ocorreu no Haiti, onde, há dois anos, o processo eleitoral havia chegado a um impasse. Em seu primeiro anúncio de novos cargos eclesiásticos, no início do ano, Francisco nomeou cardeal o haitiano Chibly Langlois. A iniciativa tinha como objetivo dar ao mediador a capacidade de dialogar no mais alto nível político.

Um mês depois, coube ao novo cardeal costurar um acordo entre os diferentes partidos para estabelecer a forma de trabalho do Tribunal Eleitoral, um ponto fundamental para que as eleições pudessem ocorrer.

Apoiado pelo papa, Langlois promoveu diálogos que resultaram em um acordo político. As eleições foram marcadas para outubro e a Igreja ganhou um novo status na região. Ações de mediação também foram realizadas na Colômbia e em El Salvador.

O papa, no entanto, não se limita à América Latina. Outra prioridade é a China. Em 1951, Mao Tsé-tung cortou relações com o Vaticano. Hoje, os 12 milhões de cristãos na China vivem sem contato com a Santa Sé. Restabelecer essa relação passou a ser um dos objetivos do papa argentino, já pensando no impacto que isso poderia causar em uma eventual abertura do regime chinês.

No mês passado, o papa rejeitou um encontro com o dalai-lama, algo que seu predecessor, Bento XVI, também fez. Imediatamente foram feitas várias críticas contra Francisco. "Onde estão suas convicções", declarou o prêmio Nobel da Paz Jody Williams. "Quando líderes espirituais em Roma se curvam para a China, onde está a moralidade?", questionou.

A decisão de não receber o dalai-lama, porém, tem um sentido maior. A Santa Sé sente que está em um momento crítico das negociações com Pequim e não quer deixar nada atrapalhar o que seria sua maior ação diplomática em 60 anos.

Um sinal positivo foi dado em agosto, quando, ao retornar de uma viagem à Coreia do Sul, o avião papal foi autorizado pela primeira vez a sobrevoar o espaço aéreo chinês.

Em junho, o papa promoveu uma oração conjunta entre os líderes palestinos e israelenses e, na Síria, o Vaticano não hesita em apontar para o risco que corre a população cristã, principalmente diante dos extremistas islâmicos. Em uma carta de Natal, Francisco mandou uma mensagem especial aos cristãos do Oriente Médio, dando seu apoio e destacando que eles "não estão sozinhos".

Sua meta é a de promover o ecumenismo na região, como forma de garantir a paz. Mas, no fundo, a estratégia é a de garantir que, no futuro, o Oriente Médio não seja uma das poucas regiões do mundo sem a presença de cristãos, justamente em seu berço.

Francisco também já deixou claro que continuará a viajar em 2015. Em apenas dois anos, ele passou por Brasil, Turquia, Coreia do Sul, Albânia, França e ainda visitou a ilha italiana de Lampedusa para denunciar a situação dos imigrantes.
 
Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Domingo, 4 de janeiro de 2014 – Pg. A16 – Internet: clique aqui.

 

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