«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

POLÊMICA: PAPA FRANCISCO ANALISADO

As escolhas de Francisco:
as dúvidas sobre a reviravolta de Francisco

Vittorio Messori*
Corriere della Sera
24-12-2014
Vittorio Messori - escritor católico italiano
 
Acredito que seja honesto admitir logo: abusando, talvez, do espaço que me foi concedido, o que eu aqui proponho, mais de um artigo, é uma reflexão pessoal. Ou, melhor, uma espécie de confissão que eu teria adiado com gosto, se não me tivesse sido solicitada. Mas, sim, adiada porque a minha (e não só minha) avaliação deste papado oscila continuamente entre adesão e perplexidade, é um juízo mutável dependendo dos momentos, das ocasiões, dos temas. Um papa não imprevisto: para deixar claro, eu estava entre aqueles que esperavam um sul-americano e um homem de pastoral, de experiência cotidiana de governo, quase para equilibrar um admirável professor, um teólogo refinado até demais para alguns paladares, como o amado Joseph Ratzinger. Um papa não imprevisto, portanto, mas que logo, desde aquele primeiríssimo "boa noite", revelou-se imprevisível, a ponto de fazer repensar, pouco a pouco, alguns cardeais que tinham estado entre os seus eleitores.

Uma imprevisibilidade que continua, perturbando a tranquilidade do católico médio, habituado a deixar de pensar por conta própria, quanto a fé e costumes, e exortado a se limitar a "seguir o papa".

Sim, mas qual papa? Aquele de certas homilias matinais em Santa Marta, das pregações de pároco das antigas paróquias, com bons conselhos e sábios provérbios, até mesmo com insistentes advertências para não cair nas armadilhas que o diabo nos prepara? Ou aquele que telefona para Giacinto Marco Pannella [político italiano do Partido Radical, n.d.t.], envolvido no enésimo e inócuo jejum e que lhe deseja "bom trabalho", quando, há décadas, o "trabalho" do líder radical consistiu e consiste em pregar que a verdadeira caridade está em lutar pelo divórcio, aborto, eutanásia, homossexualidade para todos, teoria de gênero e assim por diante?

O papa que, no discurso destes dias à Cúria Romana, se referiu com convicção a Pio XII (mas, na verdade, ao próprio São Paulo), definindo a Igreja como "corpo místico de Cristo"? Ou aquele que, na primeira entrevista com Eugenio Scalfari, ridicularizou aqueles que pensavam que "Deus é católico", quase como se a Ecclesia una, sancta, apostolica, romana fosse um opcional, um acessório a ser enganchado ou não, dependendo do gosto pessoal, à Trindade divina?

O papa argentino consciente, por experiência direta, do drama da América Latina, que está prestes a se tornar um continente ex-católico, com a passagem em massa daqueles povos ao protestantismo pentecostal? Ou o papa que toma o avião para abraçar e desejar bom sucesso de um amigo muito caro, pastor justamente em uma das comunidades que estão esvaziando a católica e, precisamente, com o proselitismo por ele condenado duramente nos seus?

Naturalmente, se poderia continuar com esses aspectos que parecem – e talvez realmente sejam – contraditórios. Poder-se-ia, mas não seria justo, para um crente. Este sabe que não se olha para um pontífice como para um presidente eleito da República ou como para um rei, herdeiro casual de outro rei.

Certamente, no conclave, aqueles instrumentos do Espírito Santo que, segundo a fé, são os cardeais eleitores compartilham os limites, os erros, talvez os pecados que distinguem a humanidade inteira. Mas a cabeça única e verdadeira da Igreja é aquele Cristo onipotente e onisciente, que sabe um pouco melhor do que nós qual é a melhor escolha, em relação ao seu temporário representante terreno.

Uma escolha que pode parecer desconcertante para a visão limitada dos contemporâneos, mas que depois, na perspectiva histórica, revela as suas razões. Quem conhece realmente a história fica surpreso e pensativo ao descobrir que – na perspectiva milenar, que é a da Catholica – cada papa, consciente ou não, interpretou a sua parte idônea e que, no fim, se revelou necessária.

Precisamente por essa consciência, eu escolhi, no que diz respeito a mim, observar, escutar, refletir sem me arriscar em pareceres prematuros, se não até temerários. Para nos remetermos a uma pergunta citada até demais fora do contexto: "Quem sou eu para julgar?". Eu que – assim como qualquer outro, apenas um excluído – certamente não sou assistido pelo "carisma pontifício", pela assistência prometida pelo Paráclito. E, para quem quisesse julgar, não diz nada a aprovação plena, várias vezes repetida – verbalmente e por escrito – da atividade de Francisco por parte daquele "papa emérito", embora tão diferente por estilo, por formação, por programa mesmo?

É terrível a responsabilidade daqueles que hoje são chamados a responder à pergunta: "Como anunciar o Evangelho aos contemporâneos? Como mostrar que o Cristo não é um fantasma desbotado e remoto, mas o rosto humano daquele Deus criador e salvador que a todos pode e quer dar sentido para a vida e a morte?". Muitas são as respostas, muitas vezes contrastantes.

Naquele pouco que conta, depois de décadas de experiência eclesial, eu também teria as minhas respostas. "Teria", digo: o condicional é obrigatório, porque nada nem ninguém me assegura de ter entrevisto o caminho adequado. Não correria o risco de ser como o cego evangélico, aquele que quer guiar outros cegos, acabando todos na fossa?

Assim, certas escolhas pastorais do "bispo de Roma", como ele prefere ser chamado, me convencem; mas outras me deixariam perplexo, me pareceriam pouco oportunas, talvez suspeitas de um populismo capaz de obter um interesse tão vasto quanto superficial e efêmero. Eu teria a observar algumas coisas a propósito de prioridades e de conteúdos, na esperança de um apostolado mais fecundo.

"Teria", "pensaria": no condicional, repito, como exige uma perspectiva de fé, em que qualquer um, mesmo leigo (lembra o Código canônico), pode expressar o seu pensamento, contanto que pacato e motivado, sobre as táticas de evangelização. Mas deixando ao homem que saiu vestido de branco do conclave a estratégia geral e, acima de tudo, a custódia do "depositum fidei".

Em qualquer caso, não esquecendo que o próprio Francisco lembrou justamente no duro discurso à sua Cúria: é fácil, disse ele, criticar os padres, mas quantos rezam por eles? Querendo também lembrar que ele, na Terra, é o "primeiro" entre os padres. E, portanto, pedindo, a quem critica, aquelas orações das quais o mundo ri, mas que guiam, em segredo, o destino da Igreja e do mundo inteiro.

Traduzido do italiano por Moisés Sbardelotto. O artigo, no original italiano, pode ser acessado clicando aqui.
* Para saber quem é Vittorio Messori, pode-se acessar um site em português (clique aqui) ou o site do próprio autor na internet, em língua italiana, clicando aqui.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 7 de janeiro de 2015 – Internet: clique aqui.

Apoio ao Papa Francisco contra um escritor nostálgico

Leonardo Boff*
Corriere della Sera
04-01-2015

Leonardo Boff - teólogo brasileiro
Um pouco por todas as partes, surge forte oposição ao Papa Francisco, ao seu modo pastoral, aberto, ecumênico e claramente posicionado ao lado dos pobres e sofredores deste mundo. Isso ocorre dentro da Cúria Romana, com cardeais e outros prelados e, em geral, em certos grupos mais conservadores do catolicismo italiano e também brasileiro. Pressionado por esses grupos, o conhecido convertido e escritor Vittorio Messori publicou, exatamente na noite de Natal, um artigo critico sobre o modo do papa exercer seu ministério. No meu modo de ver, não podemos deixar agredida uma fonte de esperança e de alegria que o Papa Francisco, bispo de Roma e Pastor universal, trouxe para uma Igreja, altamente desmoralizada e para o mundo sem condução de líderes com envergadura moral e de liderança confiável. Aqui vai a minha resposta ao escritor.

Li com um pouco de tristeza o artigo crítico de Vittorio Messori no Corriere della Sera, exatamente no dia menos adequado: a feliz noite de Natal, festa de alegria e luz: "As escolhas de Francisco: as dúvidas sobre a reviravolta do Papa Francisco". Ele tentou prejudicar essa alegria ao bom pastor de Roma e do mundo, Papa Francisco. Mas em vão, porque não conhece o sentido de misericórdia e de espiritualidade desse papa, virtude que Messori seguramente não demonstra. Por trás de palavras de piedade e de compreensão, traz um veneno. E o faz em nome de tantos outros que se escondem por trás dele e não têm a coragem de aparecer em público.

Quero propor outra leitura do Papa Francisco, como contraponto à de Messori, um convertido que, a meu ver, ainda precisa levar a termo a sua conversão com a recepção do Espírito Santo, para não dizer mais as coisas que escreveu.

Messori demonstra três insuficiências: duas de natureza teológica e outra de compreensão da Igreja do Terceiro Mundo.

Ele se escandalizou com a "imprevisibilidade" desse pastor, porque "continua perturbando a tranquilidade do católico médio". É preciso se perguntar sobre a qualidade da fé desse "católico médio", que tem dificuldade de aceitar um pastor que tem o cheiro das ovelhas e que anuncia a "alegria do evangelho".

São, em geral, católicos culturais habituados à figura faraônica de um papa com todos os símbolos do poder dos imperadores pagãos romanos. Agora, aparece um papa "franciscano", que ama os pobres, que não "veste Prada", que faz uma crítica dura ao sistema que produz miséria em grande parte do mundo, que abre a Igreja não só aos católicos, mas também a todos aqueles que trazem o nome de "homens e mulheres", sem julgá-los, mas acolhendo-os no espírito da "revolução da ternura", como ele pediu aos bispos da América Latina reunidos em 2013 no Rio.

Há um grande vazio no pensamento de Messori. Estas são as duas insuficiências teológicas: a quase ausência do Espírito Santo. Diria mais, que ele incorre no erro teológico do cristomonismo, isto é, só Cristo conta. Não há propriamente um lugar para o Espírito Santo. Tudo na Igreja se resolve com o Cristo somente, o que o Jesus dos Evangelhos exatamente não quer.

Por que digo isso? Porque o que ele deplora é a "imprevisibilidade" da ação pastoral deste papa. Pois bem, esta é a característica do Espírito, a sua imprevisibilidade, como diz São João: "O Espírito sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai" (3, 8). A sua natureza é a repentina irrupção com os seus dons e carismas. Francisco de Roma no seguimento de Francisco de Assis se deixa conduzir pelo Espírito.

Messori é refém de uma visão linear, própria do seu "amado Joseph Ratzinger" e de outros papas anteriores. Infelizmente, foi essa visão linear que fez da Igreja uma cidadela, incapaz de compreender a complexidade do mundo moderno, isolada no meio de outras Igrejas e dos caminhos espirituais, sem dialogar e aprender com os outros, também eles iluminados pelo Espírito.

Significa ser blasfemos contra o Espírito Santo pensar que os outros pensaram apenas de modo equivocado. Por isso, é sumamente importante uma Igreja aberta como a quer Francisco de Roma. É preciso estar aberta às irrupções do Espírito chamado por alguns teólogos de "a fantasia de Deus", por causa da sua criatividade e novidade, nas sociedades, no mundo, na história dos povos, nos indivíduos, nas Igrejas e também na Igreja Católica.

Sem o Espírito Santo, a Igreja se torna uma instituição pesada, cansativa, sem criatividade e, em um certo ponto, não tem nada a dizer ao mundo que não sejam sempre doutrinas sobre doutrinas, sem suscitar esperança e alegria de viver.

É um dom do Espírito que este papa venha de fora da velha cristandade europeia. Ele não aparece como um teólogo sutil, mas como um Pastor que realiza aquilo que Jesus pediu a Pedro: "Confirma os irmãos na fé" (Lc 22, 31). Traz consigo a experiência das Igrejas do Terceiro Mundo, especialmente as da América Latina.

Esta é outra insuficiência de Messori: não ter a dimensão do fato de que, hoje em dia, o cristianismo é uma religião do Terceiro Mundo, como acentuou tantas vezes o teólogo alemão Johan Baptist Metz. Na Europa, vivem apenas 25% dos católicos; 72,56% vivem no Terceiro Mundo (na América Latina, 48,75%).

Por que não pode vir dessa maioria alguém que o Espírito fez bispo de Roma e Papa universal? Por que não aceitar as novidades que derivam dessas Igrejas, que já não são Igrejas-imagem das velhas Igrejas europeias, mas Igrejas-fonte, com os seus mártires, confessores e teólogos?

Talvez, no futuro, a sede do primado não será mais Roma e a Cúria, com todas as suas contradições, denunciadas pelo Papa Francisco na reunião dos cardeais e dos prelados da Cúria com palavras só ouvidas na boca de Lutero e, com menos força, no meu livro condenado pelo cardeal J. Ratzinger, Igreja: carisma e poder (1984), mas lá onde vive a maioria dos católicos: na América, África ou Ásia. Seria um sinal justamente da verdadeira catolicidade da Igreja dentro do processo de globalização do fenômeno humano.

Esperava mais inteligência e abertura de Vittorio Messori com os seus méritos de católico, fiel a um tipo de Igreja e renomado escritor. Este Papa Francisco trouxe esperança e alegria para tantos católicos e outros cristãos. Não percamos esse dom do Espírito em função de raciocínios bastante negativos sobre ele.

Traduzido do italiano por Moisés Sbardelotto. O artigo, no original italiano, pode ser lido clicando aqui.
* Para saber quem é Leonardo Boff e sua obra, pode-se clicar aqui e aqui.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 7 de janeiro de 2015 – Internet: clique aqui.

A resposta de Vittorio Messori a este artigo de Leonardo Boff pode ser lida clicando aqui (por enquanto, apenas em italiano)
 
 
Para a Cúria, é tempo de reformas, não de nomeações
 
Andrea Riccardi*
Corriere della Sera
05-01-2015
 
Andrea Riccardi - historiador católico italiano
O Papa Francisco não está em xeque, como algumas coletas de assinaturas em seu favor levam a acreditar. Os novos cardeais são uma iniciativa forte: indicam os bispos que ele quer como seus conselheiros, aos quais, dentre outras coisas, é confiada a escolha do seu sucessor.
 
Todos pastores, exceto um curial. Mas o papa não ignora a Cúria. Ele lhe dedicou um grave discurso antes do Natal, pedindo uma reforma espiritual da cúpula para dar alma à instituição, a ser discutida no próximo consistório. Ele quer mudar a Cúria: dois anos de papado o confirmam naquele que foi o pedido dos seus eleitores. Para a Cúria, é tempo de reformas mais do que de nomeações.
 
A "caridade pastoral" é a chave de todas as nomeações de Francisco. Vê-se isso também nos cardeais com mais de 80 anos escolhidos por ele. Ele não olhou para as carreiras: um colombiano de 95 anos que foi padre conciliar no Vaticano II e um bispo moçambicano que reconstruiu a Igreja depois da revolução. Há também um ex-núncio, Rauber, conhecido por uma entrevista crítica sobre as nomeações de Bento XVI.
 
Francisco, acima de tudo, chama as periferias para participar. Com 14 cardeais bispos, fortalece o laço com mundos distantes, inserindo-os nos processos colegiais. Há muito tempo acabaram as nunciaturas "cardinalícias", cujos titulares recebiam automaticamente a púrpura. Agora caem as dioceses "cardinalícias". Os cardeais são a voz de um povo no concerto da Igreja, não mais os titulares de uma sede histórica.
 
Faltava uma voz portuguesa, e o papa escolheu Clemente, de Lisboa, herdeiro do cardeal Policarpo, conhecido pelo seu espírito aberto. Com a nomeação do arcebispo de Hanói, o Vietnã mantém a sua voz no Colégio Cardinalício. O fervoroso povo católico de Cabo Verde, composto por muitos migrantes, encontra espaço entre os cardeais. As nomeações na Ásia e na Oceania expressam a atenção do papa à parte menos católica do globo.
 
Francisco não olha apenas para o mundo eclesiástico. Ele desenha a geografia de uma Igreja amiga de muitos povos (pequenos e grandes, católicos ou não). As periferias católicas estão representadas e, de alguma forma, entram no "centro".
 
O papa também olha para a Itália. Não redimensiona o catolicismo italiano, como alguns estão dizendo. Ao contrário, quer redespertá-lo. Vai lhe dedicar tempo com a próxima visita a uma cidade complexa como Nápoles, à qual se seguirá Turim.
 
O papa segue a sua própria vida: não está ligado aos mecanismos tradicionais de promoção cardinalícia, desequilibrados em favor do Norte. Nomeia dois cardeais na Itália (é o único país): Francesco Montenegro, bispo de Lampedusa e dos migrantes, Edoardo Menichelli, bispo pastoral e colaborador do cardeal Silvestrini.
 
Depois de uma fase de passagem, Francisco amadureceu uma liderança na Itália. Vê-se isso com o discurso do dia 31 de dezembro sobre Roma, extensível à Itália: "Quando uma sociedade ignora os pobres (…) essa sociedade se empobrece até a miséria, perde a liberdade".
 
Ele perguntou: "Somos apagados, insípidos, hostis, desconfiados, irrelevantes e cansados?". É uma pergunta também para os católicos italianos. É preciso colocar novamente no centro os pobres em uma Igreja "pastoral". Com dois novos cardeais-pastores, o papa repropõe a "conversão pastoral".
 
Resistências existem, expressas e não expressas, na Cúria e na Itália. Francisco sabe disso e não faz guerras. Ele não teme o debate, mesmo que não goste quando se usa a imprensa para lutas eclesiais. Ele indicou o seu programa: a [exortação apostólica] Evangelii gaudium. Nisso, ele segue em frente. E escolheu novos companheiros de viagem.
 
Traduzido do italiano por Moisés Sbardelotto. O artigo, no original italiano, pode ser acessado clicando aqui.
* Andrea Riccardi é historiador, fundador da Comunidade de Santo Egídio e ex-ministro italiano.
 
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 7 de janeiro de 2015 – Internet: clique aqui.
 
Francisco errou declarando guerra à Cúria?
 
Anne Soupa*
Conférence Catholique des Baptisé-e-s Francophones
Site: www. baptises.fr
02-01-2015
 
Anne Soupa - jornalista, biblista e teóloga
Savonarola** havia dito que a Cúria romana era uma “prostituta orgulhosa e mentirosa”. Ele está morto.
 
Francisco é agora mais frágil por causa da denúncia das “quinze doenças da alma” [para ler este famoso discurso, clique aqui] que lançou na face dos cardeais e dos prelados da cúria? Por que não preferiu uma ação discreta, caso por caso? Estava em dificuldade antes? Está mais agora?
 
Antes de qualquer outro elemento de resposta, é preciso recordar que sua denúncia é fundada. Já Bento XVI havia fustigado aqueles maus servidores do Evangelho que querem somente o próprio bem, e depois empalideceu ante o escândalo dos Vatileaks***.
 
Enfim, os cardeais do conclave haviam inserido a limpeza da cúria como uma prioridade no roteiro proposto ao papa. Francisco, aos 22 de dezembro [no discurso aos cardeais e bispos da Cúria Romana], só fez o seu trabalho.
 
É o que as correntes tradicionalistas tentam fazer esquecer. Por exemplo, logo Nicolas Diat [vaticanista] denunciou “acusações no limite da difamação”, riscos de danos colaterais... evidentemente. Outras intervenções, despertando o legendário sentimento de culpa católico, desfrutaram de uma expressão cortês do Papa, para dizer que aquelas doenças eram “de todos nós”, para impelir os católicos ao exame de consciência e desviar, portanto, a bordoada destinada à Cúria. Velha tática: diluir, diluir ainda e sempre, o princípio ativo que resultará rapidamente neutralizado. Mas, estejamos atentos, mantenhamos o olhar na correta direção de rota: aquelas doenças não são as do católico mediano, são precisamente aquelas do poder: carreirismo, duplicidade de linguagem, mundanidade espiritual... Enfim, Dom Bernard Podvin, porta-voz do episcopado francês, escolheu, de seu lado, outro comportamento: a recusa de dar-se conta. “Nas paróquias, ninguém se põe este gênero de problemas. Francisco é muito apreciado pelos bispos e pelos fiéis... Não há nenhuma guerra..." A pergunta subsequente é saber se seria boa tática bater forte, como fez Francisco.
 
Não corre risco que se constitua verdadeira oposição, agora cimentada pelo opróbrio? Odon Vallet [historiador da Igreja] teme que a escolha do Papa seja fatal. Teria sido preferível o silêncio, teria evitado tomar a peito a pesada máquina que destruiu mais de um Papa. Fazendo assim, Odon Vallet escolhe responder afirmativamente a uma pergunta debatida com frequência: a Igreja obedece às regras e estratégias do mundo? Sim, porque é evidente que o silêncio e o poder discreto de nomeação e revogação são um remédio que demonstrou sua validade, também na Igreja.
 
Todavia, aqui eu pleitearia algo mais. A Igreja não pode limitar-se a aplicar regras prudenciais clássicas. Deve ir além. A sequela Christi [trad.: o seguimento de Cristo] é uma disposição que não se discute quando se é bispo ou cardeal. Ninguém é obrigado a permanecer num certo cargo, se não está alinhado com o próprio encargo. E evitamos invocar aqui a indulgência, que seria somente debilidade. Ela já não foi suficientemente denunciada por ocasião dos escândalos recentes de pedofilia? Francisco talvez possa prestar-se a cobrir práticas penalmente condenáveis ou contrárias à lógica de um empenho diante de Deus? No sulco do Evangelho, Francisco, o justo, denuncia aqui a duplicidade de linguagem dos fariseus: dizem e não fazem... E, incidentalmente, recorda que não se pode conduzir a um bom fim um Sínodo sobre a família destinado a recordar aos fiéis as exigências do seu empenho, quando a Cúria escolhe não dar a mínima.
 
Diversos vaticanistas, como Marco Politi, sublinham que o Papa está em dificuldade. Talvez. Mas, as dificuldades são feitas para serem superadas e todos sabem que o Papa é esperto. Sua desaprovação violenta e um pouco teatral pode ser um apelo aos católicos e à opinião pública para apoiá-lo. Certo, uns 90% o apoiam. Mas, concretamente, podem ajudá-lo? A pergunta, tragicamente, não tem uma resposta positiva: faltam aos católicos os canais institucionais para se fazerem ouvir. Cada bispo deve realizar a comunhão em sua diocese e se fazer, nolens volens [trad.: querendo ou não], o eco das expectativas dos fiéis. E eles o fazem? Alguns sim, outros não. E as “idas a Roma” dos bispos por ocasião de suas visitas ad limina se chocam com certa mesquinhez e condescendência da parte dos funcionários de cúria que, com frequência, morrem de sufocamento.
 
Quanto às Conferências episcopais nacionais, os seus comportamentos são divergentes. Enquanto a Conferência episcopal alemã soube, com maioria, tomar posição junto ao Papa em favor de uma adaptação da disciplina eclesial relativa ao matrimônio, a Conferência episcopal francesa, por outro lado, se destaca pelo seu silêncio. Aliás, ela havia “omitido” colocar online em seu site o questionário de 2013 sobre a preparação ao Sínodo. Agora não abre a boca, suscitando até a ironia do cardeal Kasper. Mas, está consciente que a sobrevivência da Igreja passa pelo seu apoio ativo a um Papa do qual se diz que é sua última chance? Aparentemente, não...
 
Restam as iniciativas específicas do povo católico, que não tem na própria Igreja algo equivalente a uma assembleia de tipo parlamentar que lhe faça eco. Sim, o povo católico, o francês em particular, está dramaticamente só neste momento. Como... o Papa, já que 90% da Cúria o desaprovaria. Estranha conjunção esta, de um Papa e de um povo, na mesma linha, mas sem meios para fazer corpo... Entender-se-á, enfim, que a máquina eclesial deve ser desbloqueada [desenferrujada]? Hoje, ao povo, resta somente a petição, a praça ou uma gigantesca, generosa reunião, em Roma, quem sabe.
 
Traduzido do francês por Benno Dischinger. O artigo, no original francês, pode ser lido clicando aqui.
* Anne Soupa, jornalista, biblista e teóloga, é representante do movimento católico leigo francês Conférence Catholique des Baptisé-e-s Francophones (Conferência Católica dos Batizados/as Francófonos), .
** Girolamo Savonarola (nascido em Ferrara [Itália], 21 de setembro de 1452 — falecido em Florença [Itália], 23 de maio de 1498), cujo nome é por vezes traduzido como Jerônimo Savonarola ou Hieronymous Savonarola, foi um padre dominicano e, por curto período, governou Florença. Este reformador dominicano veio de uma antiga e tradicional família de Ferrara. Intelectual muito talentoso devotou-se a seus estudos, em especial à filosofia e à medicina (para saber mais, clique aqui).
*** O Vatileaks é um escândalo envolvendo documentos secretos que vazaram do Vaticano, que revelam a existência de uma ampla rede de corrupção, nepotismo e favoritismo relacionados com contratos a preços inflacionados com os seus parceiros italianos. Este termo foi usado pela primeira vez pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, em comparação com o fenômeno Wikileaks. O escândalo veio à tona em janeiro de 2012, quando o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi publicou cartas do cardeal Carlo Maria Viganò, anteriormente o segundo administrador do Vaticano, em que ele implorava para não ser transferido por ter exposto uma suposta corrupção que custou a Santa Sé um aumento de milhões nos preços do contrato (para saber mais, clique aqui).
 
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 7 de janeiro de 2015 – Internet: clique aqui.


Messori, Boff e o Papa Francisco: quem ataca e quem defende

Andrea Grillo*
Come Se Non (blog)
03-01-2014

As perturbações do católico médio [Vittorio] Messori.
Se a Cúria Romana está doente, os leigos clericais não estão melhores.
Andrea Grillo - teólogo e liturgista italiano

Considero muito útil que Vittorio Messori tenha dado voz às suas reservas sobre o papado de Francisco. Ele não é o primeiro a fazê-lo, mas é importante que o tenha feita na forma de uma "confissão", como ele mesmo admite justamente no início do seu artigo.

Gostaria brevemente de examinar os argumentos que ele utiliza e gostaria de fazê-lo sine ira ac studio [trad.: sem ira nem paixão], controlando, o máximo possível, a forma do raciocínio e as implicações que ele subentende.

Começa-se, portanto, na forma de uma confissão: o Papa Francisco parece ser, aos olhos de Messori, "imprevisível" e "fonte de perturbação". Mas parece ser como tal apenas na medida em que Messori, com um esforço não exagerado, tenta se assemelhar ao "católico médio", que se identificaria naquele que tradicionalmente foi "exortado a se limitar a seguir o papa".

Já neste plano parece ser frágil demais o argumento retórico utilizado por Messori: ele constrói um modelo de católico com base em uma leitura substancialmente do século XIX, apologética e "papalina" da identidade, a qual gostaria de obrigar nada menos do que a identidade papal. Se alguém é o papa, segundo Messori, deve, acima de tudo, obedecer não à Palavra de Deus, mas à tradição humana do século XVIII de interpretação do primado petrino, aquela à qual o bispo Lefebvre está ligado definitivamente, com as consequências que conhecemos.

Há aqui uma inversão fragorosa das prioridades: a ordem social católica torna-se o critério de interpretação não só do papa, mas também da Igreja e da própria Palavra de Deus.

A partir desse primeiro grave erro argumentativo, Messori deduz, inevitavelmente, uma série de contradições entre "diversos papas", enumerando as várias tomadas de palavra que o Papa Francisco já nos acostumou a considerar com grande interesse: homilias, exortações, repreensões, telefonemas, piadas, considerações de sabedoria, decisões administrativas, impulsos proféticos, meditações pastorais...

E Messori, de modo aparentemente ingênuo, se pergunta: "Qual, dentre essas diversas formas de exercício do papado, devemos seguir?". Aqui também o defeito de raciocínio é bastante evidente e altamente preocupante. Como Messori é vítima de uma leitura apologética e "política" do papado, não consegue distinguir os diversos níveis de respeitabilidade [autorevolezza] e de autoridade [autorità] das expressões papais. O que diz respeito, evidentemente, não só a Francisco, mas a "todo" papa.

O embaraço de Messori deriva, evidentemente, de uma personalização indevida da figura papal, justamente aquela contra a qual Francisco gastou algumas das suas palavras mais fortes. Esse é o fruto de uma história que inicia com aquele "a minha pessoa não conta nada" de João XXIII, assomado na noite do dia 11 de outubro de 1962 à janela do Palácio Apostólico, debaixo a lua e diante da multidão à espera.

Essa mensagem, que depois o Concílio Vaticano II amplamente articulou e determinou, não chega até Messori. Ele não aceita a Igreja articulada, diferenciada, com ministerialidade plural: ele quer um papa forte, mas reduzido a um repetidor do Catecismo – e seria melhor ainda se ele se limitasse a ser um repetidor do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. À Igreja de Messori, serve não um papa verdadeiro, mas apenas um compêndio de papa, um papa assustado, nostálgico, esquivo, talvez com muita sabedoria, mas absolutamente sem profecia.

A tudo isso, no entanto, é preciso acrescentar a conclusão do texto de Messori, totalmente no "condicional", dedicada às hipóteses "diferentes" que ele poderia sugerir a Francisco, mas também selada com aquela indicação da oração como o horizonte de "colaboração", à distância, com o bispo de Roma.

Sobre isso, Messori e Francisco concordam: o segundo sempre pede que se reze por ele, e o primeiro concluiu convidando a rezar pelo papa. Tudo bem? Talvez.

Resta uma impressão profunda de incompreensão: Messori não consegue entender o primeiro papa "filho do Concílio Vaticano II". Ele podia entender os papas enquanto eles eram pais do Concílio. O primeiro filho papa do Concílio e filho da América é, para Messori, "imprevisível", justamente por ser "incompreensível".

Quão diferente e quão mais madura do ponto de vista eclesial, ao invés, tinha parecido a reação do grande moralista Marciano Vidal, quando, alguns meses depois da eleição de Francisco, tinha observado com perspicácia que Francisco logo tinha sido reconhecido como papa por causa de um "pressentimento eclesial", que a Igreja soubera elaborar 50 anos depois do Concílio.

Havia, na Igreja, um pressentimento da possibilidade de que um papa pudesse ser como Francisco. Por isso, pôde-se reconhecê-lo como papa, desde as suas primeiras palavras. A uma Igreja que confia no seu próprio pressentimento, seria fácil contrapor uma Igreja feita somente de apegos e de ressentimentos... Seria fácil, mas não seria justo.

Em vez disso, gostaria de agradecer a Messori por essa sua confissão e também gostaria de recuperar o seu desejo de oração, como horizonte comum de uma Igreja que, descobrindo-se como "campo de refugiados", também deve se ocupar dos "refugiados do Concílio de Trento e do Vaticano I": seja daqueles vestidos de vermelho, que se sentam preocupados na Cúria Romana, seja com aqueles de terno e gravata, que escrevem perturbados nos grandes jornais.

Traduzido do italiano por Moisés Sbardelotto. Para ler este artigo no original, clique aqui.
* Andrea Grillo é teólogo italiano, professor do Pontifício Ateneu Santo Anselmo, de Roma; do Instituto Teológico Marchigiano, de Ancona; e do Instituto de Liturgia Pastoral da Abadia de Santa Giustina, de Pádua.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 8 de janeiro de 2015 – Internet: clique aqui.

O Papa Francisco e as críticas

Enzo Bianchi*
Revista JESUS
Janeiro de 2015
Enzo Bianchi - monge e teólogo italiano

No saco de mendicante que eu trago a tiracolo e que, no caminho, muitas vezes me bate no coração, eu reúno coisas preciosas que guardo amorosamente, também para tirá-las para fora no tempo oportuno, mas também há outras que, depois de um atento discernimento, eu deixo cair no chão: não são dignas de serem conservadas.

Entre esses objetos, às vezes há pedras que alguns atiram para me atingir: algumas me alcançam e me ferem, outras passam ao lado. Mas todas caem no chão, e eu não as pego de volta para não ter a tentação de jogá-las novamente ao remetente. Nisso também me ajuda a velhice e o seu fato de conhecer o acúmulo de ações que não deixam vestígios.

Para ser sincero, eu não sou tentado nem mesmo a me defender: só se fossem calúnias pertinentes à fé ou à moral eu reagiria, para me interrogar e avaliar uma eventual defesa.

Pensando nisso, surge diante de mim a imagem do Papa Francisco, esse bispo de Roma que, inesperado pela maioria, fez com que se reacendesse novamente o fogo do Evangelho que não estava apagado, mas chocava debaixo das cinzas acumuladas nas últimas décadas, depois do arder da hora do Concílio.

O Papa Francisco tem muitos inimigos ou, melhor, sabe que muitos se opõem a ele, não conseguem ter simpatia por ele, não estão dispostos a ouvi-lo: são estes que se sentem como seus inimigos, mesmo que ele, justamente em nome do Evangelho que ele quer viver a cada dia com radicalidade, se recuse a considerá-los como tais e a agir em consequência, segundo a estratégia humana exigida pela contraposição.

A única defesa que ele realiza é a denúncia das "fofocas" – eu as definiria como "murmurações" – que ele faz frequentemente, comentando o Evangelho na missa matinal em Santa Marta. Fofocas que não são críticas de rosto aberto, exercício de parresia [grego: desassombro, arrojo, atrevimento] e franqueza, mas palavras lançadas como flechas no escuro, repetidas em conciliábulos, acusações em meia voz que até sugerem uma infidelidade sua à tradição da Igreja e à doutrina católica.

Devemos reconhecer: também havia críticas contra João Paulo II e Bento XVI, mas para Francisco há também um sutil desprezo. Ele é julgado como "não teólogo", ele é lido com desconfiança. Acima de tudo, sente-se desconforto em relação aos seus gestos simples e espontâneos, humanos e tão pouco hieráticos para parecer populistas.

No entanto, Francisco vive como sempre viveu – ele mesmo confessa que se propôs a não mudar de vida ao se tornar papa – na simplicidade, deixando que a paixão do Evangelho o mova, sem prestar muita atenção a estilos consolidados de poder e de corte.

Certamente, é um papa diferente no estilo daqueles que o precederam, mas essa é uma riqueza para a Igreja que é universal e não pode continuar se expressando apenas em atitudes muito ligadas à cultura europeia.

A operação de discernimento autêntico com a ajuda do Espírito Santo que deveria ser feita é, em vez disso, aquela sobre o elemento que mais propriamente lhe compete: confirmar os irmãos na fé, estar no meio deles como aquele que serve, pastorear os seus irmãos e as suas irmãs amando o Senhor mais do que todas as suas próprias coisas.

Eu sou um pouco mais jovem do que Francisco, e o que me impressiona nele todas as vezes que eu o encontro é a sua fé sólida como a rocha, a sua convicção apaixonada de crente a quem Deus renova a força e a juventude, a sua crença de que Jesus Cristo é o Evangelho e o Evangelho é Jesus Cristo.

E então, por que, a cada dia que passa, aumentam os seus opositores, que parecem ter a mesmo perfil daqueles homens religiosos que Jesus repreendia: obcecados pela lei, sem misericórdia, homens da letra intencionados apenas a se defender, pessoas autorreferenciais que espiam o pecado nos outros e nunca o confessam como próprio?

Alguns destes, sempre na penumbra eclesial, chegam até a indicá-lo como culpado de heresia bondosa; outros dizem que ele está destruindo a Igreja e a imagem do papado; alguns chegam até a considerá-lo como papa ilegítimo...

Mas Francisco sabe que pode contar com a oração constante que sobe por ele da Igreja, a qual precisa dele ser o rebanho do Senhor.

Traduzido do italiano por Moisés Sbardelotto. Para ler este artigo no original, clique aqui.
* Enzo Bianchi é um famoso monge e teólogo italiano, fundador da Comunidade de Bose, na Itália, autor de livros traduzidos em várias línguas.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 8 de janeiro de 2015 – Internet: clique aqui.




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