«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

BANCO AJUDAVA RICAÇOS E CRIMINOSOS DO MUNDO TODO A ESCAPAREM DO FISCO E DA JUSTIÇA

HSBC atuava como “caixa automático” de contas secretas

Jamil Chade

Documentos mostram que banco entregava malas de dinheiro a clientes estrangeiros na Suíça sem fazer perguntas; lista tem mais de 100 mil nomes
HSBC é um banco inglês considerado o segundo maior do mundo

O segundo maior banco do mundo, o HSBC, entregava malas de dinheiro a clientes estrangeiros que iam a Genebra para consultar suas contas secretas e criou uma indústria de lavagem de dinheiro em sua filial, atraindo mais de 100 mil correntistas. O pacote incluía a criação de empresas offshore e fundações para escapar do controle de seus países de origem.

As revelações estão causando um profundo mal-estar na Suíça e sacudindo o mundo financeiro. Nos Estados Unidos, Reino Unido e Bélgica, autoridades exigem respostas do banco e ameaçam até com mandados de prisão.

Os dados foram revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo com base em documentos tirados do banco por um ex-funcionário, Hervé Falciani. Se as autoridades de pelo menos cinco países já se utilizaram desse banco de dados para recolher US$ 500 milhões em impostos desde 2007, os detalhes e a lista não eram conhecidos do público.

Foi a primeira vez na história do segredo bancário suíço que uma lista desse tamanho foi vazada para a imprensa. Personalidades do esporte, música, nobreza, políticos e mais de 8 mil contas relacionadas a brasileiros fazem parte dos documentos, envolvendo pelo menos 5,5 mil clientes e US$ 7 bilhões.

Os documentos apontam mais de 170 nacionalidades e celebridades como Fernando Alonso, Michael Schumacher, Valentino Rossi e o tenista Marat Safin. Cerca de 95% das contas não eram declaradas. Para permitir que os clientes tivessem acesso ao dinheiro sem ser questionados por seus Fiscos, o banco agia como caixa automático para valores milionários.

Segundo documentos revelados pelo jornal The Guardian, em 2005 o banco entregava pacotes de dinheiro sem questionar os motivos. Se oficialmente o limite para retirada era de 8 mil francos suíços, clientes de todas as partes do mundo diariamente saíam do banco com malas. O banco sempre entregava o dinheiro em moedas que não eram suíças, o que indicava que seria gasto fora do país.

Uma das pessoas que mantinham essa prática era Arlette Ricci, da Nina Ricci Perfumes. Com mais de US$ 18 milhões em sua conta, ela recebeu em 2005 dez pacotes durante o ano. Num outro documento, o banco aceitou o argumento do magnata Beny Steinmetz, que retirou em apenas um dia mais de US$ 100 mil, alegando que usaria o dinheiro numa viagem para a África do Sul e Rússia.
Hervé Falciani - ex-funcionário do HSBC que revelou a lista dos correntistas
da agência suíça do banco
Manobras

Os cuidados com o sigilo dos nomes dos clientes eram totais. Em um documento, os gerentes das contas alertam que um certo espanhol era “paranoico” e não aceitava que o banco lhe contatasse. “É apenas ele quem nos contata.”

Até a profissão dos donos das contas era mascarada. Na lista de 100 mil nomes, a atividade mais frequente é “dona de casa”. São mais de 7 mil mulheres com contas secretas registradas dessa forma.

O que os documentos revelam é um esquema para atrair clientes, garantindo que o dinheiro ficaria seguro e imune ao controle dos Fiscos e da Justiça de outros países. Os próprios gerentes de contas eram incentivados a seguir essa estratégia e o banco chegou a oferecer barras de ouro aos funcionários que atingissem uma meta de atração desse tipo de cliente.

Mas os documentos revelam que os gerentes do banco não abriam contas apenas de pessoas que não queriam pagar impostos. Segundo a investigação, as listas incluem fundações e doadores que financiaram Osama Bin Laden, além de traficantes de armas e de drogas.

Mal-estar

Na Suíça, a publicação da lista e das revelações causou um terremoto político. Antes mesmo de sair na imprensa os nomes dos correntistas, o CEO do banco, Franco Morra, enviou no dia 29 de janeiro uma carta a cada um dos clientes alertando para o fato e pedindo “desculpas”.

Ao público, a versão do banco foi diferente. Em um comunicado, Morra garantiu que o banco passou por uma “transformação radical” para “evitar que seja usado para evasão fiscal ou lavagem de dinheiro”.

A Associação Suíça de Bancos tentou colocar a culpa nos gerentes, alertando que essas práticas eram individuais e não se tratava de uma política das instituições. “Os banqueiros que não respeitam a lei precisam assumir as responsabilidades.”

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia – Terça-feira, 10 de fevereiro de 2015 – Pg. B6 – Internet: clique aqui.

Brasileiros depositaram 7 bilhões de dólares em contas na Suíça

Jamil Chade

Relatório mostra que filial suíça do HSBC lucrou com contas de traficantes, ditadores e criminosos; brasileiros estavam ligados a 8,7 mil contas secretas

O banco HSBC abriu mais de 8,7 mil contas secretas para brasileiros na Suíça, onde foram depositados US$ 7 bilhões. Os dados fazem parte de documentos bancários que revelam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro e que, em muitos casos, ajudou a evadir impostos. No mundo, o banco auxiliou mais de 100 mil clientes a levar para a Suíça suas fortunas, nem sempre declaradas em seus países.

A lista desses clientes é um exemplo de como o sistema bancário do país lucrou ao manter contas de criminosos, traficantes, ditadores e milionários que optaram por não pagar impostos. Na semana passada, delatores do caso da Petrobrás indicaram que abriram 19 contas em nove bancos suíços para receber a propina.

No caso do HSBC, o Brasil aparece com destaque na lista, sendo o quarto país com maior número de clientes no ranking das nacionalidades que mais usaram o banco e as contas secretas. No total, foram mais de 8,7 mil contas ligadas a 6,6 mil brasileiros. Entre as personalidades brasileiras estava Edmond Safra. No mundo, a lista conta com nomes como Fernando Alonso, Emilio Botin, David Bowie e Tina Turner.

Edmond Jacob Safra (1932-1999):
foi um banqueiro magnata judeu libanês naturalizado brasileiro
que continuou a tradição bancária de sua família no Líbano,
no Brasil, na Suíça, nos Estados Unidos e no resto do mundo.
A lista inclui desde traficantes de drogas, de armas, ditadores até nomes famosos do mundo da música e do esporte, num total de US$ 100 bilhões. Os documentos são apenas uma parte do que seria o sistema bancário suíço, duramente criticado por autoridades de todo o mundo por permitir a existência de contas secretas e ser uma espécie de "buraco negro" no sistema financeiro internacional.

Os documentos foram colhidos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, rede formada por 45 veículos de comunicação do mundo inteiro, e revelam a frequência com a qual personalidades iam a Genebra para consultar suas contas e administrar suas fortunas. O relatório foi divulgado ontem no site do consórcio e publicado por alguns jornais europeus.

No caso do Brasil, as contas registradas existem desde os anos 70 e o período avaliado vai até 2006. Na maior das contas, os documentos apontam para mais de US$ 300 milhões em apenas um nome.

Pelos documentos, porém, o que se revela é que o crime organizado sul-americano usou as contas do HSBC para lavar dinheiro da droga e não se exclui que parte das contas tinha relações com organizações criminosas. Os papéis foram obtidos a partir de uma lista roubada dos escritórios do banco em Genebra por um ex-funcionário, Hervé Falciani, em 2008 e entregue às autoridades francesas.

Atingindo todas as partes do mundo, a lista das contas traz nomes como o de Gennady Timchenko, um bilionário russo associado ao presidente Vladimir Putin e que hoje é alvo de sanções da UE pela guerra na Ucrânia. A lista também aponta contas em nome de assistentes do ex-presidente do Haiti, Jean Claude "Baby Doc" Duvalier, e de Rami Makhlouf, um primo e aliado do presidente da Síria, Bashar al Assad.

Em resposta ao consórcio, o HSBC reconhece que os controles sobre a origem do dinheiro no passado nem sempre foram corretos. Mas garante que, desde 2007, o banco "tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC". Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Economia & Negócios – 09/02/2015 – 02h01 – Internet: clique aqui.
 
Escândalo no HSBC revela um Hugo Chávez socialista, “pero no mucho”

AGÊNCIA O GLOBO

Era meados de 2005 a 2007. Uma época onde os venezuelanos assistiram à reeleição do presidente Hugo Chávez e ao fortalecimento de sua plataforma bolivariana e anti-imperialista. Um tempo onde o então presidente se declarava cada vez mais socialista e levava adiante uma onda de estatizações no país.
Hugo Chávez Frias - Ex-Presidente da Venezuela (viveu de 1954 a 2013)
Mas esses eram, ainda, dias onde o governo da Venezuela fez depósitos de US$ 120 milhões em quatro contas bancárias na sede do HSBC na supercapitalista Suíça.

Segundo os documentos vazados pelo ex-técnico de informática do banco Hervé Falciani e divulgados pelo jornal francês Le Monde, entre os quase 100 mil clientes registrados na base de dados do HSBC, até então ocultos graças ao sigilo bancário, destacam-se três nacionalidades: britânicos, suíços e venezuelanos.

Aos latinos pertenciam cerca de US$ 14,8 milhões. E desse total, 85%, ou cerca de US$ 12 milhões, estavam em quatro contas pertencentes à Venezuela — abertas em nome do Tesouro Nacional e do Banco do Tesouro, um banco comercial fundado por Chávez em 2005 e que, hoje, tem centenas de filiais em todo o país.

A instituição chavista tinha apenas dois meses de existência quando abriu uma conta com US$ 9,5 milhões no HSBC suíço. Cinco meses depois, o mesmo banco depositou mais US$ 2,2 milhões em duas contas-espelho, segundo revelou o portal investigativo venezuelano Armando.info, encarregado da investigação jornalística dos clientes da Venezuela.

Alejandro Andrade Cedeño
Depois de participar do golpe de Estado de 1992, o tenente Alejandro Andrade Cedeño
tornou-se um guarda-costas do ex-presidente Hugo Chávez, e durante mais de uma década, percorreu cargos no governo em que lidou com o dinheiro do Governo da Venezuela.
Dupla à frente

O presidente do Banco do Tesouro — e responsável pelas contas — era Rodolfo Marco Torres, general do Exército e atual vice-presidente para a área econômica do governo do presidente Nicolás Maduro.

O tesoureiro da época, Alejandro Andrade Cedeño, foi quem abriu outra conta em nome do órgão com cerca de US$ 700 milhões. Cedeño foi, ainda, vice-ministro das Finanças e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento da Venezuela (Bandes). Originário de um subúrbio de Caracas, ele chegou à alta sociedade.

Apaixonado por equitação, Cedeño é considerado um dos mecenas do esporte na Venezuela. E não lhe faltam propriedades na Carolina do Sul e na Flórida, nos Estados Unidos. Até agora, porém, nenhum dos dois quis comentar as revelações.

O vazamento dos dados secretos do HSBC, já apelidado de SwissLeaks, inclui a análise de 60 mil arquivos da base de dados de clientes da filial suíça do banco britânico entre 2005 e 2007.

Fonte: Gazeta do Povo – Economia – Publicado em 10/02/2015 às 20h26 – Internet: clique aqui.

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