«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

É HORA DE PENSAR MAIS LONGE E DE TER JUÍZO!

Primavera

Antonio Delfim Netto*
Joaquim Levy - Ministro da Fazenda
Quem foi premiado com uma longa experiência pública com o setor privado (financeiro e real) sabe:
1º) que, para o empresário, o nível de volatilidade do seu humor é proporcional à perspectiva de flutuação da sua conta bancária, o que o torna um curto-prazista e
2º) que a inquietação que ataca os trabalhadores é a perspectiva de aumento do nível de desemprego. As dificuldades de manter a coesão de suas famílias e sua integração na empresa, a ausência de reservas de poupança, o nível de seu endividamento e a precariedade do auxílio ao desemprego explicam a angústia por resultados imediatos, o que os torna, também, curto-prazistas.

Esses fatos explicam por que o "ajuste"**, mesmo quando sabidamente indispensável para que num prazo mais longo se recupere o aumento da taxa de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] e a continuidade da inclusão social, é frequentemente retardado e sempre sujeito às vicissitudes do período eleitoral.

É porque o seu sucesso depende essencialmente da arte política de convencer a sociedade que o "ajuste" será o mais inteligente possível (minimiza os seus custos econômicos e sociais) e o mais equânime (distribui os custos proporcionalmente a quem pode e deve pagá-los) para maximizar a sua moralidade.

Como é absolutamente evidente, as condições necessárias para que o "ajuste" seja bem-sucedido são a credibilidade e "convicção" do poder incumbente, a qualidade do programa e a reconhecida competência dos encarregados de sua execução. Não há condição suficiente para garantir o seu sucesso, a não ser, talvez, a sorte...

Por maiores e mais preconceituosas que sejam as desconfianças de parte da sociedade em relação à presidente Dilma, é preciso reconhecer a sua coragem. Diante das dificuldades de 2011-2014, ela escolheu uma nova política econômica e chamou os ministros Joaquim Levy, Nelson Barbosa, Armando Monteiro e Kátia Abreu para executá-la.

Trata-se de um programa razoável dentro das limitações políticas vigentes, que, sem diminuir a ênfase na igualdade de oportunidades, apresenta um caminho realista para nos aproximar da administração "normal" dos países mais bem- sucedidos.

Mas ele não será percorrido em menos de dois anos.

Se a sociedade não for convencida politicamente dos benefícios da troca de algum sacrifício no curto prazo pelas condições de crescimento mais robusto e equilibrado no futuro e não tiver a paciência de esperar os seus frutos, o curto-prazismo acabará prevalecendo. E, quando a primavera chegar, em setembro, se eu conheço os empresários e os trabalhadores, nós os veremos pedindo a troca do programa e dos ministros...

* Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda (governos Costa e Silva e Médici), é economista e ex-deputado federal. Professor catedrático na Universidade de São Paulo.

** O “ajuste”, a grosso modo, são as medidas econômicas tomadas pelo novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, numa tentativa de fazer o Governo Federal voltar a gastar somente aquilo que tem, ou seja, que consegue arrecadar através de impostos e outros meios; bem como, criar as condições para os empresários nacionais e internacionais voltarem a confiar no Brasil e investir. Por esse motivo, está havendo cortes de despesas em vários ministérios, bem como, aumento de impostos e tarifas que estavam, artificialmente, baixas.

Fonte: Folha de S. Paulo – Colunistas – 25/02/2015 – Publicado às 02h00 – Internet: clique aqui.

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