«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Para entender o atual jogo político

Luis Nassif

Há dois tempos em jogo: o atual e o das eleições de 2018.
Para 2018 habilitam-se os que têm votos;
para 2015, os que têm poder.
É a partir dessa dicotomia que se torna mais fácil entender 
os últimos lances políticos. 
Do alto para baixo em sentido horário, temos:
Lula (ex-presidente da República), Aécio Neves (Senador PSDB-MG), José Serra (Senador PSDB-SP),
Geraldo Alckmin (Governador de São Paulo) e, ao centro, Dilma Rosseff (Presidente da República)

Poucas vezes a política mostrou-se tão adequada à definição do sábio Magalhães Pinto, que a comparava às nuvens do céu: agora estão de um jeito, daqui a pouco de outro.

Há dois tempos em jogo: o atual e o das eleições de 2018. Para 2018 habilitam-se os que têm votos; para 2015, os que têm poder. É a partir dessa dicotomia que se torna mais fácil entender os últimos lances políticos.

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O potencial de votos distribui-se por três políticos: pela situação, o ex-presidente Lula; pela oposição, o senador Aécio Neves e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Já o poder político funda-se na aliança mídia-Lava Jato, ambos sendo exaustivamente usados pelos dois lados.

Os vazamentos providenciados por procuradores e delegados reforçam politicamente a atuação do grupo, especialmente quando acontecerem os embates com as instâncias superiores. E a capacidade de pautar o Ministério Público Federal [MPF] e a Polícia Federal [PF] sustenta o poder de coerção da mídia.

Ao melhor estilo República Velha, centra-se fogo nas relações Lula-grandes grupos, para vê-los de joelhos vindo buscar proteção junto aos grupos de mídia. Qualquer notícia serve aos propósitos, desde a criminalização das tentativas de emplacar obras de empreiteiras brasileiras no exterior, financiamentos à exportação de serviços, até jantares sociais.

De certa forma, repete-se o modelo italiano da operação “mãos limpas” que, a pretexto de limpar a política, limpou a área para a ascensão de Berlusconi, imperador da mídia.

Esse grupo serve principalmente aos propósitos de José Serra, o candidato preferencial da mídia, especialmente depois que foi exposta a fragilidade política de Aécio Neves.

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Os desdobramentos da crise afetam de maneira distinta os interesses dos quatro candidatos:
  1. A Lula interessa a recuperação de Dilma.
  2. A Alckmin, uma Dilma desgastada até 2018.
  3. A Aécio, a eventualidade de uma queda de Dilma com a convocação imediata de novas eleições. A sua fragilidade não permitirá que sobreviva até 2018.
  4. A Serra, a instauração do parlamentarismo.
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Não se pense na conspiração clássica, com os conspiradores se reunindo à socapa na calada da noite. O pacto tácito se dá em torno de alguns eixos de atuação, presentes na parceria mídia-Lava Jato:
  1. Fogo total no esquema Lula, preservando Dilma Rousseff. A ideia central é a de que esticar o governo Dilma desmoralizado até 2018 é mais garantido do que um eventual impeachment agora, permitindo a volta de Lula em 2018. Aliás, é impressionante a disciplina de comentaristas políticos da mídia que conseguem pensar todos da mesma forma e mudar de opinião da mesma forma e no mesmo dia.
  2. Intocáveis são apenas a mídia e os principais caciques do PSDB. Aliados pontuais – como Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) – são jogados ao leão, inclusive para reforçar o caráter democrático da Lava Jato.
Não se trata de um roteiro rígido, porque as nuvens da política ainda não se consolidaram. Trata-se de apenas um ensaio inicial de consolidação de alianças visando 2018.

Apenas uma questão poderá reverter essas estratégias: a hipótese (por ora distante) de recuperação de Dilma.

PS - A informação de que foi colocada uma tarja preta em cima do nome de José Serra, na relação de mensagens apreendidas no celular de Marcelo Odebrecht, e mantidos os nomes de MIchel Temer e Geraldo Alckmin, confirma plenamente as hipóteses acima.

Fonte: Jornal GGN – Luis Nassif Online – Terça-feira, 21 de julho de 2015 – 17h34 – Internet: clique .

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