POLÍTICOS BRASILEIROS PERDERAM O SENSO DE REALIDADE!
Senado aprova reajuste de até 78% para o Judiciário
Ricardo Brito
A decisão é um duro golpe para o governo Dilma Rousseff
que, em meio aos esforços do ajuste fiscal, costurava um acordo para tentar
adiar, para o próximo ano, o aumento parcelado para a categoria
Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - ao centro da foto - disse que não tomaria “sozinho” a decisão de adiar a votação da proposta, apenas se tivesse o respaldo de outros senadores |
Sob
intenso protestos de funcionários públicos há mais de seis horas, o Senado aprovou nesta noite uma proposta que
concede um reajuste salarial de até 78% entre 2015 e 2017 para os servidores do
Poder Judiciário. A decisão é um duro golpe para o governo Dilma Rousseff
que costurava um acordo para tentar adiar, para o próximo ano, o aumento
parcelado para a categoria.
A
proposta prevê um aumento médio de
59,49% para os servidores em três anos e pode causar um impacto de R$ 1,5 bilhão nas contas do governo só este
ano. O projeto faz parte da chamada "pauta bomba" do Congresso,
que ameaça o ajuste fiscal do governo. A
categoria alega defasagem salarial, uma vez que o último plano de cargos e
salários foi aprovado em 2006.
O
líder do governo no Senado, Delcídio
Amaral (PT-MS), já anunciou que
Dilma vai vetar a proposta. O trunfo do governo é que, mesmo com a
aprovação do projeto, não há previsão na
Lei Orçamentária de 2015 para bancar o reajuste escalonado. Na prática,
essa ausência impede a concessão imediata do aumento, exceto se o Congresso
aprovar um crédito suplementar.
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Não adiantaram os apelos de
líderes alinhados com o Palácio do Planalto, do próprio presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e do ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, para tentar impedir a
votação. Lewandowski e Oliveira enviaram ofícios a Renan para pedir o adiamento
da análise da matéria.
Entretanto,
Renan, que nos bastidores havia se
comprometido a atuar para barrar a proposta, não quis se indispor publicamente
com os servidores. "Nós caminharemos melhor se as decisões forem
coletivas", limitou-se a dizer. Ele ressalvou que o mais
"inteligente" seria fechar um acordo entre as partes envolvidas na
negociação.
Na
quinta-feira passada, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, levou ao
presidente do Supremo a mesma proposta de reajuste dos servidores do Executivo.
O governo propôs um reajuste de 21,3%, dividido em parcelas de 5,5% em 2016,
5,0% em 2017, 4,8% em 2018 e 4,5% em 2019. A proposta foi rejeitada pelo
Supremo, que ficou de apresentar um novo acordo. Contudo, todos os envolvidos na negociação foram atropelados pela pressão dos
servidores.
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Fonte: ESTADÃO.COM.BR –
Política –
30 de junho de 2015 – 22h59 – Internet: clique aqui.
Câmara de São Paulo aprova projeto para
contratação de 660 assessores a mais
Giba Bergamim
Jr.
Em apenas dois dias de sessão, vereadores aprovam
aumento de contratação de assessores
– verdadeiros “cabos
eleitorais” – pagos com dinheiro do povo
Vereador Antonio Donato (PT) atual presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo (SP) |
Na lista de votações
pendentes na Câmara Municipal de São Paulo existem projetos engavetados há mais
de oito anos
– prevendo ações como apoio a crianças com dificuldades de aprendizado e
programas de combate ao alcoolismo.
Mas foram necessários só
dois dias de sessão e menos de uma semana corrida para que os vereadores
apresentassem e aprovassem um texto que permite criar 660 novos assessores em
seus gabinetes.
A
pouco mais de um ano das eleições, cada
um dos 55 parlamentares poderá ter mais 12 auxiliares, com autorização legal
para atuar fora do Legislativo, diretamente nos seus redutos eleitorais.
O
projeto, aprovado em primeira votação na quinta-feira (25/junho) e em segunda
votação nesta terça-feira (30/junho), depende agora apenas da sanção do
prefeito Fernando Haddad (PT) para entrar em vigor.
Para
vetá-lo, ele teria que contrariar sua própria base aliada na Casa – que votou
em peso a favor do texto [PT incluso].
Cada vereador pode gastar R$
130 mil com pessoal todo mês, valor que não será alterado, diz Antonio Donato (PT), presidente da
Câmara e ex-secretário de Haddad.
Na
lógica do Legislativo, os vereadores
poderão empregar mais pessoas, porém com salários menores. O chefe de gabinete, cargo mais alto, ganha em torno de R$ 21 mil.
Hoje, cada parlamentar tem
direito a 18 assessores (chefe de gabinete e 17 assistentes). Com a elevação de 67% nos
servidores comissionados (cargos de confiança que não dependem de concurso),
esse número saltará para 30 (chefe de gabinete e mais 29).
Os
parlamentares definiram que os 12 novos
assessores terão um salário base de R$ 950, contra um mínimo de R$ 2.000
dos 17 atuais.
Embora
a presidência da Casa diga que a iniciativa não deve gerar aumento nos gastos
com salários, benefícios como
vale-refeição podem criar até R$ 5,5 milhões em despesas anuais. Isso
ocorrerá se todos os parlamentares decidirem contratar os novos assistentes,
dando para eles os R$ 700 previstos com auxílio para alimentação.
SUPERLOTAÇÃO
Se
todos os 30 assessores forem acomodados em um gabinete médio, de 100 metros
quadrados, cada um teria que se espremer entre mesas e computadores num
cubículo de 3 metros quadrados.
Porém, lei de 2007 prevê que nem todos os
servidores precisam permanecer na Câmara. A maior parte deles fica em
escritórios regionais, instalados nos bairros onde os vereadores têm mais
votos.
Na
votação desta terça, foram 38 vereadores
favoráveis e sete contra (dez faltaram). Só rejeitaram a proposta:
- Toninho Vespoli (PSOL),
- Andrea Matarazzo (PSDB),
- Mario Covas Neto (PSDB),
- Patrícia Bezerra (PSDB),
- Salomão Pereira (PSDB),
- Gilberto Natalini (PV) e
- Ricardo Young (PPS).
Vereador Dalton Silvano (PV): autor do projeto de aumento do número de assessores |
Autor do projeto apresentado na semana
passada e aprovado às pressas, Dalton
Silvano (PV), disse que a ideia é
"flexibilizar" a ação do vereador. "Tivemos crescimento de
1,5 milhão de pessoas na cidade de 2002 para cá. São 12 novos assessores para
trabalhar para a população."
"Estamos num momento de ajuste fiscal no
país, com retração de custos de governo e recessão para a sociedade. Não é o
momento de debater isso mesmo que o projeto não tenha aumento de despesas",
rebateu Andrea Matarazzo.
Na
gestão Haddad, os vereadores já haviam conquistado poder na administração ao
indicar chefes de gabinete nas subprefeituras.
Fonte: Folha de S. Paulo –
Cotidiano –
30/06/2015 – 16h12 – Atualizado às 23h27 – Internet: clique aqui.
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