JUROS DE AGIOTAGEM NO BRASIL!
Taxa básica de juros sobe pela sétima vez consecutiva
Flávia
Alvarenga
Brasília
(DF)
Decisão do Banco Central mexe com a vida dos
consumidores.
Taxa Selic serve de base para todos os outros juros da
economia.
O
Banco Central anunciou, nessa quinta-feira (30 de julho), que os juros do cheque especial em junho foram
os maiores em 20 anos e que os do cartão
de crédito chegaram a 372% ao ano.
Na quarta-feira (29), os juros básicos da economia subiram pela sétima vez
seguida.
A
decisão do Banco Central mexe com a vida de todo mundo, porque a taxa Selic serve de base para todos os
outros juros da economia. Portanto, os bancos também vão subir os juros do
cheque especial, dos empréstimos e do cartão de crédito.
O
Banco Central já aumentou sete vezes seguidas a taxa básica de juros, com o
objetivo de diminuir o dinheiro em circulação. É a forma do governo tentar conter a inflação. Com os preços altos,
as pessoas compram menos, o consumo cai e os empresários são forçados a baixar os
preços, senão a situação deles também se complica. É esse o jeito de segurar os
preços.
Nesse
cenário, o consumidor tem que tomar
cuidado para não perder o rumo nas prestações a perder de vista. A alta da Selic leva a alta dos juros em geral.
Nos últimos anos, a época em que a taxa Selic esteve mais baixa, em 7,25% ao
ano, foi entre outubro de 2012 e abril 2013. Em julho do ano passado, já estava
em 11% ao ano e agora chega a 14,25%.
O reflexo no cheque especial
é claro. Em
abril de 2013, os juros eram de 136,98% ao ano. Depois, 172,53% e agora está em 241,3%, segundo número
divulgado pelo Banco Central. Quando a Selic estava em 7,25%, a taxa média de
juros do cartão de crédito rotativo era de 282,10% ao ano, o que já é bem alta.
Em junho, antes desse último aumento, estava em 372%.
O
mesmo acontece com o crédito pessoal.
Quando a Selic estava mais baixa, em abril de 2013, por exemplo, os juros
médios eram de 36%. Em junho deste ano,
eram de 48,4%.
Ao consumidor, só resta
fugir das dívidas. “É continuar com a mesma receita, planejar a vida financeira. Tá
precisando fazer algum tipo de compra? Procure
guardar dinheiro antes para poder fazer pagamento à vista quando puder.
Sempre a programação, sempre planejamento”, orienta Marcos Melo, especialista
em finanças e professor do Ibmec.
O
sétimo aumento consecutivo da taxa Selic foi criticado por várias entidades que representam o empresariado. A Abimaq, que reúne 7,5 mil fabricantes
de máquinas e equipamentos, por exemplo, divulgou um comunicado em que diz que:
"no atual cenário, a alta dos juros
significa uma verdadeira catástrofe para o já combalido setor produtivo e que o
aumento da taxa Selic não é o instrumento mais eficaz para combater a
inflação".
Ninguém
do governo quis comentar, até o momento, o assunto.
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