A MAIOR CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA BRASILEIRA!
Polícia Federal já calcula em R$ 19 bi o prejuízo da
Petrobrás
Julia Affonso,
Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Delegado da Lava Jato anuncia que perícia técnica em
fase final apontará sobrepreços muito maiores que os porcentuais inicialmente
anunciados em propinas; valor é três vezes maior que o inserido no balanço da
estatal
Igor Romário de Paula - Delegado da Polícia Federal Um dos coordenadores da equipe de investigação da operação "Lava Jato" |
A
Polícia Federal [PF] reuniu elementos para apontar que o prejuízo gerado para a Petrobrás pelo esquema de cartel, fraudes em
licitações, desvios e corrupção alvos da Operação Lava Jato pode chegar a 20%
do valor dos contratos. O porcentual é muito superior aos 3% referentes às
propinas confessadas por delatores. Segundo a PF, o rombo no caixa da estatal
petrolífera já chega a R$ 19 bilhões.
O
delegado da Polícia Federal Igor Romário
de Paula, um dos coordenadores da equipe da Lava Jato, afirmou que essa coleta de elementos “pode levar um
prejuízo à Petrobrás em seus contratos da ordem de 15% a 20%”.
“Laudos de nossos peritos da
área contábil e de engenharia que devem ser divulgados em breve derrubam a tese
de que a corrupção nesses contratos era em torno de 2% a 3%. Provavelmente
vamos chegar a patamares de 15% a 20% do valor dos contratos sendo destinados à
corrupção”,
afirmou o delegado nesta quinta-feira, 2.
A
Lava Jato aponta até o momento um prejuízo de pelo menos R$ 6,2 bilhões para a
Petrobrás, valor reconhecido pela estatal em seu balanço.
“Aquele
número do balanço da Petrobrás é válido, mas conservador. Não temos dúvida de que os prejuízos são maiores que os R$ 6 bilhões
lançados no balanço. Mas é quase impossível fazer essa mensuração porque há
uma série de efeitos em toda a cadeia de licitação”, afirmou o procurador da
República Carlos Fernando dos Santos
Lima, da força-tarefa da Lava Jato.
Carlos Fernando dos Santos Lima Procurador da República envolvido na investigação da operação "Lava Jato" |
Os procuradores da
força-tarefa esperam recuperar espontaneamente R$ 1 bilhão até o fim deste ano, segundo avaliação de
Carlos Lima. Até o momento já retornaram aos cofres públicos R$ 700 milhões –
incluindo valores devolvidos pelos réus confessos.
O
delegado Igor Romário explicou que peritos federais incluíram nos cálculos em
fase final “não apenas porcentuais destinados a pagamentos de agentes públicos
e políticos”. “Mas também prejuízos
causados em favor das empresas contratadas através do sobrepreço dos contratos,
seja por jogo de planilha, seja por inserção de despesas desnecessárias.”
Igor
Romário de Paula explicou que os porcentuais de até 3% comunicados até aqui nas
operações da Lava Jato tinham por base a informação dos delatores.
“Só que esses laudos que
estão sendo concluídos estão considerando não só a corrupção destinada aos
agentes públicos. Estão embutidos aí superfaturamento, jogo de planilhas,
montagem de projetos destinados a favorecer as empresas.”
O
levantamento em análise concentra alguns contratos investigados. Por isso, o
valor total do rombo é muito maior, segundo avaliação dos investigadores.
O
delegado da Lava Jato afirmou que assim que for concluído o laudo poderá ser
melhor detalhado como as empresas, além de participarem de um cartel, que lhes
garantia a divisão do mercado, também recebiam pagamento superior ao que era
justificado para o contrato.
As
denúncias envolvendo sobrepreço e fraudes em licitações ainda não integram o
rol de acusações dos primeiros processos da Lava Jato. O Ministério Público
Federal tem priorizado a divisão dos crimes em denúncias distintas, e
concentrou as primeiras etapas nos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa.
“Temos a impressão que nunca
chegaremos a um número fechado. E, infelizmente, nunca vamos recuperar um
número próximo a esse valor”, afirmou Igor Romário.
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