«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Três perguntas para entender a redução da meta do superávit primário

O governo da presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira [dia 22 de julho] a redução da meta do superávit primário, que baixa de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) para 0,15% em 2015.

Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmaram que a desaceleração da economia brasileira foi superior ao esperado e a arrecadação de impostos foi menor do que o previsto, o que inviabilizaria o cumprimento da meta original.

O governo também anunciou corte de gastos de R$ 8,6 bilhões. O projeto foi enviado ao Congresso Nacional para aprovação.

Abaixo, três perguntas e respostas para entender a medida adotada pelo governo e que consequências ela pode ter:
Joaquim Levy (à esquerda) afirmou que mudança visa tornar a meta
"alcançável, segura, algo importante para orientar os agentes econômicos"

1 - O que é o superávit primário?

Quando o governo obtém um superávit, significa que ele arrecadou mais dinheiro do que gastou - ou seja, economizou dinheiro.

O superávit primário é a economia feita pelo governo para pagar sua dívida pública, indicador considerado importante para avaliar a capacidade do país de honrar seus compromissos.

Até agora, a meta do Ministério da Fazenda era economizar 1,1% do PIB para pagar os juros de sua dívida, o que foi reduzido para 0,15% após o anúncio desta quarta-feira.

2 - Por que o governo está reduzindo a meta? Que objetivos pretende alcançar?

A meta menor reflete a dificuldade do governo em equilibrar as contas públicas, num momento em que a arrecadação de impostos diminui, mas os gastos públicos continuam altos.

Voltando um pouco no tempo, o Brasil viveu anos de alta de arrecadação por motivos como elevação internacional nos preços das commodities (principais produtos exportados pelo país), aquecimento no mercado consumidor interno e baixo desemprego. Os gastos do país também aumentaram, mas até então isso não era um problema, explica Fabio Klein, analista da Tendências Consultoria.

"Quando esse boom passou e houve retração da atividade econômica, essa conta começou a ficar cara. (...) Reduzir gastos é difícil, e algumas medidas fiscais têm encontrado dificuldade em passar pelo Congresso", diz Klein.

Os ministros explicaram nesta quarta-feira que houve, simultaneamente, uma redução da projeção de receita (por causa, principalmente, da queda na atividade econômica) e um aumento nas despesas (em função de gastos como o de seguro-desemprego e aumentos de custos aprovados pelo Legislativo).

Ao cortar mais gastos, a equipe econômica tenta aumentar a receita do governo em relação às despesas e, assim, sinalizar que o país tem a capacidade de pagar suas dívidas, ainda em alta.

E a mudança da meta do superávit visa cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (tendo em vista a realidade orçamentária do país), disse Joaquim Levy. "(A meta se torna) alcançável, algo importante para orientar os agentes econômicos, os empresários e as famílias e reduzir a incerteza", declarou o ministro.

Para o economista André Perfeito, do Gradual Investimentos, a decisão do governo em reduzir o superávit "incorpora de maneira mais realista as receitas da União, que estão decepcionando, e indica que Levy quer fazer o resultado fiscal de maneira limpa, ou seja, sem contar com nenhuma manobra fiscal".

Por outro lado, alguns economistas debatem se as medidas de austeridade não podem aprofundar a crise econômica do país, eventualmente criando um ciclo vicioso de cortes de gastos profundos levando à baixa atividade econômica e, por consequência, à baixa arrecadação de impostos.

3 - Que consequências isso terá para as contas do governo e para o país?

Fabio Klein, da Tendências Consultoria, explica que o mercado já previa que a meta original do governo não seria cumprida, mas não se esperava uma redução tão grande.
"É um sinal bastante ruim quanto à estabilidade da dívida do país", disse à BBC Brasil.

Em coletiva, o ministro Nelson Barbosa afirmou que a meta do superávit tende a crescer nos próximos três anos (0,7%, 1,3% e 2% do PIB, respectivamente), "quando há a expectativa de que a dívida líquida comece a cair. É uma política que vai possibilitar a recuperação da economia, a estabilização e depois a redução do endividamento público".

Klein analisa que as medidas anunciadas nesta quarta significam que "vamos continuar em um cenário de ajustes e a correr atrás do prejuízo", com mais austeridade nos próximos anos.

Uma preocupação do governo é manter o chamado "grau de investimento", espécie de atestado, por parte das agências de avaliação de risco, de que o país é um bom pagador de suas dívidas.

Para Klein, as agências deverão analisar as perspectivas de longo prazo do país, e não apenas o cenário imediato, "mas o risco é de não conseguirmos sair dessa situação de crise e de não entregar do superávit primário nos próximos anos", o que pode provocar o rebaixamento do país.


Fonte: BBC Brasil – 22 de julho de 2015 – Internet: clique aqui.

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