«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

CATEQUESE DO PAPA: a importância da festa na família

Vaticano
PAPA FRANCISCO
Beijando uma criança durante a Audiência Geral de
Quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A festa é uma das dimensões marcam o ritmo da vida familiar. É uma “invenção” de Deus: o relato da criação, no Gênesis, fala que Deus repousou no sétimo dia. Assim, aprendemos que é preciso dedicar um tempo para contemplar e regozijar-se com o trabalho bem feito.

A festa, portanto, não é sinônimo de preguiça, mas tempo de dirigir um olhar amoroso e agradecido a tantas realidades que nos circundam:
  • os filhos,
  • os netos,
  • a nossa casa,
  • os amigos,
  • a nossa comunidade.

A festa também possui uma dimensão sagrada. É um Mandamento que tem por fim lembrar o homem que ele foi criado à imagem de Deus e que ele é senhor do trabalho, não seu escravo. Por isso, a obsessão pelo lucro que torna tantas pessoas escravas do trabalho é algo contrário à dignidade humana, bem como a ganância que leva querer transformar o descanso num negócio, para ganhar dinheiro.

Acima de tudo, a festa é o tempo do encontro com Deus. Na Eucaristia dominical, Jesus nos dá a sua presença, o seu amor, o seu sacrifício, transfigurando todas as realidades, a começar pela própria vida familiar.

Leia abaixo, na íntegra, a catequese papal:


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje abrimos um pequeno percurso de reflexão sobre três dimensões que articulam, por assim dizer, o ritmo da vida familiar: a festa, o trabalho, a oração.

Comecemos pela festa. Hoje falaremos da festa. E logo dizemos que a festa é uma invenção de Deus. Recordemos a conclusão do relato da criação, no Livro do Gênesis, que ouvimos: “Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho. Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia repousara de toda a obra da Criação” (2, 2-3). O próprio Deus nos ensina a importância de dedicar um tempo para contemplar e desfrutar daquilo que no trabalho foi bem feito. Falo de trabalho, naturalmente, não só no sentido do ofício e da profissão, mas no sentido mais amplo: toda ação com que nós homens e mulheres podemos colaborar para a obra criadora de Deus.

Portanto, a festa não é a preguiça de sentar em uma poltrona, ou a sensação de uma vã evasão, não, a festa é, antes de tudo, um olhar amoroso e grato sobre o trabalho bem feito; festejamos um trabalho. Também vocês, recém-casados, festejam o trabalho de um belo tempo de noivado: e isso é belo! É o tempo de olhar os filhos, os netos, que estão crescendo, e pensar: que belo! É o tempo de olhar para a nossa casa, os amigos que hospedamos, a comunidade que nos cerca, e pensar: que coisa boa! Deus fez assim quando criou o mundo. E continuamente faz assim, porque Deus cria sempre, também neste momento!

Pode acontecer que uma festa chegue em circunstâncias difíceis ou dolorosas, e se celebra talvez com “nó na garganta”. No entanto, mesmo nestes casos, pedimos a Deus a força de não esvaziá-la completamente. Vocês mães e pais sabem bem disso: quantas vezes, por amor aos filhos, são capazes de sugar o sofrimento para deixar que eles vivam bem a festa, saboreiem o sentido bom da vida! Há tanto amor nisso!

Também no ambiente de trabalho, às vezes – sem omitir os deveres! – nós sabemos “infiltrar” qualquer faísca de festa: um aniversário, um matrimônio, um novo nascimento, bem como uma despedida ou uma chegada…é importante. É importante fazer festa. São momentos de familiaridade na engrenagem da máquina produtiva: nos faz bem!

Mas o verdadeiro tempo da festa suspende o trabalho profissional e é sagrado, porque recorda ao homem e à mulher que foram feitos à imagem e semelhança de Deus, que não é escravo do trabalho, mas Senhor, e portanto também nós nunca devemos ser escravos do trabalho, mas “senhor”. Há um mandamento para isso, um mandamento que diz respeito a todos, ninguém excluído! E em vez disso sabemos que há milhões de homens e mulheres e até mesmo crianças escravos do trabalho! Neste tempo há escravos, são explorados, escravos do trabalho e isso é contra Deus e contra a dignidade da pessoa humana! A obsessão do lucro econômico e a eficiência da técnica colocam em risco os ritmos humanos da vida, porque a vida tem os seus ritmos humanos. O tempo do repouso, sobretudo aquele dominical, é destinado a nós para que possamos desfrutar daquilo que não se produz e não se consome, não se compra e não se vende. E em vez disso vemos que a ideologia do lucro e do consumo quer “abocanhar” também a festa: também essa às vezes é reduzida a um “negócio”, a um modo de fazer dinheiro e de gastá-lo. Mas é para isso que trabalhamos? A ganância de consumir, que comporta o desperdício, é um vírus ruim que, entre outros, nos faz reencontrar-nos, ao final, mais cansados que antes. Prejudica o trabalho verdadeiro e consome a vida. Os ritmos indisciplinados da festa fazem vítimas, muitas vezes os jovens.

Enfim, o tempo da festa é sagrado, porque Deus o habita de modo especial. A Eucaristia dominical leva à festa toda a graça de Jesus Cristo: a sua presença, o seu amor, o seu sacrifício, o seu fazer-se comunidade, o seu estar conosco… E assim cada realidade recebe o seu sentido pleno: o trabalho, a família, as alegrias e os cansaços de cada dia, também o sofrimento e a morte; tudo é transfigurado pela graça de Cristo.

A família é dotada de uma competência extraordinária para entender, orientar e apoiar o autêntico valor do tempo da festa. Mas que belas são as festas em família, são belíssimas! E em particular de domingo. Não é por acaso que as festas em que há lugar para toda a família são as que têm mais sucesso!

A própria vida familiar, olhada com os olhos da fé, nos parece melhor que os cansaços que nos custa. Aparece-nos como uma obra de arte de simplicidade, bela justamente porque não é artificial, não é fingida, mas capaz de incorporar em si todos os aspectos da vida verdadeira. Aparece-nos como uma coisa “muito boa”, como Deus disse ao término da criação do homem e da mulher (cf. Gn 1, 31). Portanto, a festa é um precioso presente de Deus; um precioso presente que Deus deu à família humana: não a estraguemos!

Tradução de Jéssica Marçal.

Fontes: Santa Sé – Francisco – Audiências 2015 – Quarta-feira, 12 de agosto de 2015 – Internet: clique aqui. Canção Nova – Especiais – Papa Francisco – Quarta-feira, 12 de agosto de 2015 – 11h26 – Modificado às 11h27 – Internet: clique aqui.

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