«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

“Os tucanos agem de forma muito irresponsável em relação à crise”

Entrevista com José Arthur Giannotti

El País
Madri – Espanha

"O PSDB está totalmente irresponsável com relações à crise. O pessoal da Câmara é mais ligado à luta política imediata. É toda a política nacional que ficou em um tiroteio no escuro. Quando temos um câncer na presidência da Câmara, que não tem nenhuma responsabilidade com o orçamento e a recuperação do país, nós temos o fim da política."
José Artur Giannotti
Professor de Filosofia - USP

Eis a entrevista.

O PSDB tem várias correntes, lideradas pelo senador Aécio Neves, pelo governador Geraldo Alckmin...

Prof. Giannotti: O PSDB nunca foi um partido. Sempre foi muito mais uma reunião de caciques que têm as suas posições. A ideologia não é o forte do PSDB. O que o partido está fazendo, na Câmara, é uma oposição fraca ao Governo, sem levar em conta que são seus próprios princípios que estão em jogo.

Essa divisão é ruim para o partido?

Prof. Giannotti: Isso não apenas enfraquece o partido, mas faz com que ele seja mais um tiroteio do que uma oposição política. Não fazem política responsável, estão apenas empenhados em derrubar a Dilma.

O partido, assim como o PT, votou na quarta-feira pelo aumento do gasto público em um momento de aperto econômico. Como você avalia atuação do PSDB na Câmara?

Prof. Giannotti: O PSDB está totalmente irresponsável com relação à crise. O pessoal da Câmara é mais ligado à luta política imediata. É toda a política nacional que ficou em um tiroteio no escuro. Quando temos um câncer na presidência da Câmara, que não tem nenhuma responsabilidade com o orçamento e a recuperação do país, nós temos o fim da política.

Alckmin, Serra e Fernando Henrique Cardoso têm assumido uma posição mais moderada do que os tucanos da Câmara...

Prof. Giannotti: Um dos motivos disso é que em São Paulo o PSDB tem exercido o poder há mais tempo do que em outros Estados. Logo os políticos são mais escolados, mais cientes dos desvios de poder do que os outros. Eles são menos aventureiros.

Mas mesmo assim eles não agem em bloco...

Prof. Giannotti: Entre o Serra e o Alckmin, a diferença ideológica é enorme. O Serra é muito mais à esquerda enquanto que o Alckmin, que é excelente político, é mais tradicional. Pega as figuras do PSDB de São Paulo: Fernando Henrique Cardoso, todos respeitam, mas sua linha ideológica não se reflete nos demais caciques. Não pense o PSDB enquanto unidade.

É possível falar em racha no PSDB?

Prof. Giannotti: Não creio que haja um racha. O sistema político inteiro está rachado. É preciso entender a natureza da crise para ver o que significa essa atual anomia [quando o indivíduo não se sente representado na sociedade]. É preciso levar em consideração que a crise advém de um tipo de corrupção que foi instalado, que é diferente daquela que existe no PSDB, no PMDB, etc. A máquina do PT, ela própria passou a depender dos “pixulecos”, desse recolhimento de propinas, e não só a máquina, mas sua governabilidade também. A compra de apoio dependia disso.

Fonte: El País – Brasil – 7 de agosto de 2015 – 15h06 – Internet: clique aqui.

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