«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 11 de outubro de 2015

É INACEITÁVEL A VIOLÊNCIA NO BRASIL!

O desafio da violência

Editorial

No ano passado, 58.559 mil pessoas foram assassinadas - o que dá uma média de 160 por dia ou uma a cada dez minutos - em comparação com 55.878 em 2013.
Bairros de periferia são os que mais testemunham a violência cotidiana no Brasil

O alto índice de criminalidade continua sendo um dos mais graves problemas enfrentados pelo País. Afora avanços em alguns poucos Estados, como São Paulo, em termos globais a situação vem piorando a cada ano, de acordo com os estudos feitos regularmente sobre o problema. E o que torna esse quadro particularmente preocupante é que ele se agrava a partir de um número já extremamente elevado de mortes violentas - de mais de 50 mil - nos últimos anos. É algo realmente assustador, como mostram reportagens do[s jornais] Estado e de O Globo.

No ano passado, segundo estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 58.559 mil pessoas foram assassinadas - o que dá uma média de 160 por dia ou uma a cada dez minutos - em comparação com 55.878 em 2013. Esses números incluem homicídios, mortes resultantes de intervenção policial, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e policiais mortos. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, de 26,3, registrada no ano passado, coloca o Brasil na lista dos 20 países mais violentos do mundo.

Alagoas é o Estado em que essa taxa é mais elevada, de 66,5 [mortes por 100 mil habitantes], vindo em seguida o Ceará (50,8) e o Rio Grande do Norte (50 mortes por 100 mil hab.). Para ter uma ideia do que significa aquela taxa nas alturas, se fosse um país, Alagoas seria o segundo mais violento do mundo. A Bahia lidera em números absolutos (6.265 mortos), seguida pelo Rio (5.719) e São Paulo (5.612). Apesar desse número elevado, São Paulo tem a taxa mais baixa, de 10,7. Já o Rio, com taxa de 30, fica muito próximo da Colômbia (30,8), que é o 13.º país mais violento do mundo.


Completa esse quadro desolador um dos dados que mais chamaram a atenção dos pesquisadores do Fórum: as mortes resultantes de intervenção policial, a imensa maioria das quais as polícias insistem em dizer que decorreram de “confrontos” com suspeitos que reagiram. Com 3.022 casos, elas só perdem - com uma grande diferença, é bem verdade - para os homicídios (52.305). O elevado índice da chamada “letalidade policial” é um elemento negativo importante porque abala a confiança da população na polícia, o que prejudica o combate ao crime.

Tudo isso demonstra que, ao contrário de uma ideia bastante difundida e alimentada a seu respeito, o Brasil - como diz o vice-presidente do Fórum e um dos responsáveis pelo estudo, Renato Sérgio de Lima - “está longe de ser um país pacífico”. Isso é claramente incompatível com o que ele chama com razão de “quantidade absurda de mortes” violentas registradas a cada ano. A seu ver, uma redução significativa do número dessas mortes exige mudanças na forma como estão organizados o aparelho policial e o Judiciário.

O problema não é falta de dinheiro, como se imagina comumente, afirma ele, que dá como exemplo disso o fato de o País ter investido em segurança pública, em 2014, cerca de R$ 70 bilhões. É um gasto compatível com o dos países europeus, nos quais a situação é completamente diferente, e que aqui não ajudou nem mesmo a estabilizar o quadro, que continuou a piorar em 2014.

Lima está certo quando diz que esse “não é um problema de um governo ou outro. É um problema nacional e não pode ser ignorado”. Em outras palavras, dada a magnitude do problema, que vem se agravando há décadas, só um esforço conjunto dos três níveis de governo - União, Estados e municípios - será capaz de produzir os resultados necessários para levar o índice de criminalidade para um nível próximo ao dos países desenvolvidos.

E esse tem de ser também um esforço continuado, porque a situação, ao ponto a que chegou, só pode ser mudada ao longo de mais de um governo. Ou seja, a solução depende de os partidos, que se sucedem no poder, colocarem a questão acima de suas divergências. O que está em jogo justifica e, mais do que isso, exige esse entendimento excepcional.

É inaceitável que não se faça o possível e o impossível para pôr fim a essa verdadeira guerra que se trava no Brasil e produz mais vítimas do que muitos dos conflitos contemporâneos.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Domingo, 11 de outubro de 2015 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

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