«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 23 de abril de 2016

5º Domingo da Páscoa – Ano C – Homilia

Evangelho: João 13,31-33a.34-35

31 Depois que Judas saiu, do cenáculo disse Jesus: «Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele.
32 Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
33a Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco.
34 Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.»

JOSÉ ANTONIO PAGOLA 

NÃO PERDER A IDENTIDADE

Jesus está se despedindo de seus discípulos. Daqui a pouco, não mais o terão entre eles. Jesus lhes fala com ternura especial: «Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco». A comunidade é pequena e frágil. Acaba de nascer. Os discípulos são como crianças pequenas. O que será deles se ficarem sem o Mestre?

Jesus lhes dá um presente: «Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei». Casos se quiserem mutuamente com o amor com que Jesus amou-os, não deixarão de senti-lo vivo no meio deles. O amor que receberam de Jesus seguirá difundindo-se entre os seus [seguidores].

Por isso, Jesus acrescenta: «O sinal pelo qual todos saberão que sois meus discípulos será se vos amardes uns aos outros». Aquilo que permitirá que uma comunidade que se diz cristã seja, realmente, de Jesus, não será a confissão de uma doutrina, nem a observância de alguns ritos, nem o cumprimento de uma disciplina, mas o AMOR VIVIDO com o espírito de Jesus. Nesse amor está sua identidade.

Vivemos em uma sociedade onde se foi impondo a «cultura da troca». As pessoas trocam objetos, serviços e prestações. Com frequência, trocam ainda mais entre si sentimentos, corpos e até amizade. Eric Fromm [1900-1980: psicanalista, filósofo e sociólogo alemão] chegou a dizer que «o amor é um fenômeno marginal na sociedade contemporânea». Pessoas capazes de amar é uma exceção.

Provavelmente, seja uma análise excessivamente pessimista, porém o certo é que, para viver hoje o amor cristão, é necessário resistir à atmosfera que envolve a sociedade atual. Não é possível viver um amor inspirado por Jesus sem distanciar-se do estilo de relações e intercâmbios interessados que predomina frequentemente entre nós.

Se a Igreja «está se diluindo» no meio da sociedade contemporânea não é só devido à crise profunda das instituições religiosas. No caso do cristianismo é, também, porque muitas vezes não é fácil ver em nossas comunidades discípulos e discípulas que se distingam por sua capacidade de amar como Ele amava. Falta-nos o distintivo cristão [o Amor].

Nós, cristãos, temos falado muito de amor. No entanto, nem sempre temos conseguido ou nos atrevido a dar-lhe seu verdadeiro conteúdo a partir do espírito e das atitudes concretas de Jesus. Falta-nos aprender que Ele viveu o amor como um comportamento ativo e criador que o levava a uma atitude de serviço e de luta contra tudo o aquilo que desumaniza e faz sofrer o ser humano.

Traduzido do espanhol por Telmo José Amaral de Figueiredo.

Fonte: MUSICALITURGICA.COM – Homilías de José A. Pagola – Segunda-feira, 18 de abril de 2016 – 09h55 – Internet: clique aqui.

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