«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 19 de abril de 2016

A INTERNET BANDA LARGA SOB AMEAÇA!

Paula Soprana & Bruno Ferrari

Ao impor limites de consumo de dados em planos de banda larga, operadoras prejudicam os clientes e o desenvolvimento do país na era digital
SEDE DA ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações

As operadoras de banda larga conseguiram um feito nesta semana. Uniram um país que, ao longo dos últimos meses, acostumou-se com um ambiente belicoso e polarizado nas redes sociais. Comunidades no Facebook e petições on-line com mais de 1 milhão de apoiadores exigem que as operadoras Net, Vivo e Oi suspendam seus projetos de impor franquias de dados para a banda larga fixa.

A franquia que já existe para os celulares passaria a valer também para o Wi-Fi de casa. Quem atingir o limite terá a velocidade reduzida. Em alguns casos, bloqueada. O pecado das operadoras foi mexer com uma paixão de mais de 105 milhões de brasileiros, que usam a internet freneticamente para trabalhar, se entreter e se informar. Somos os campeões de uso de redes sociais:
* Passamos 60% mais tempo dentro de sites como o Facebook que os americanos.
* Cerca de 70% dos usuários de internet no Brasil usam a rede para fins educacionais.
* Mas são os adeptos dos serviços de streaming, como o YouTube, o Netflix e o Globo Play, que saem como os grandes prejudicados dessa mudança.

O Brasil é a segunda maior audiência global do YouTube, serviço que se tornou o cartão de visita do streaming. A terceira maior do Netflix, com 4 milhões de assinantes. O Globo Play, que oferece a programação da TV Globo em computadores e smartphones, tem mais de 5 milhões de usuários em poucos meses de lançamento.

São números que mostram a ascensão da tecnologia que permite o consumo de conteúdo sem a necessidade de fazer o download no computador. Uma inovação que, além da comodidade, é uma alternativa para driblar a pirataria on-line. Ao assinar um desses serviços, o usuário paga o direito autoral e diminui a busca por downloads ilegais. Se por um lado eles transformaram a forma como consumimos música, filmes e programas de TV, se mostraram grandes rivais das operadoras de banda larga.

Serviços de streaming [YouTube, Netflix, Globo Play e outros] usam uma quantidade muito maior de bytes que a navegação tradicional na internet, com acesso a e-mails e sites. As operadoras alegam que o investimento necessário em infraestrutura para acompanhar a mudança de hábito do consumidor é elevado. Argumentam que a carga tributária para equipamentos de rede é alta – e nesse ponto é difícil discordar. “A solução que encontraram para isso é restringir o direito ao usuário, quando deveriam fazer uma reforma da legislação tributária do setor”, afirma Thiago Tavares, presidente da ONG Safernet e conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI).

Por trás, há também o interesse econômico. Além da conexão à internet, Net, Oi e Vivo oferecem combos que incluem telefone fixo e TV por assinatura. Para seduzir o cliente, esses pacotes costumam vir com descontos para quem topa levar os três serviços juntos. O avanço do streaming está fazendo com que muita gente deixe de assinar a TV a cabo. No modelo atual, o consumidor é obrigado a pagar por programas distribuídos numa grade preestabelecida, além de ter de incluir em seu pacote canais que não interessam – pense num casal sem filhos que paga por dezenas de canais voltados ao público infantil. Muitos consumidores estão cancelando a TV e migrando gradativamente para esses serviços sob demanda. Ao impor um limite de consumo de dados claramente insuficiente – e cobrar por pacotes adicionais –, as operadoras poderiam recuperar parte das receitas perdidas.

Não é esse, porém, o discurso oficial das operadoras. Elas justificam que, ao adotar o modelo de franquia de dados, poderão gerenciar melhor as demandas de cada cliente, cobrando menos de quem usa pouco e mais de quem usa muito. Mas quem está mais próximo de se tornar um padrão de usuário de internet no futuro? A pessoa que só acessa e-mail e lê sites ou alguém que assiste aos vídeos de notícias, passeia pelo YouTube, baixa conteúdo digital, assina serviços como Netflix e Globo Play? Números mostram que será o segundo grupo. De acordo com a Cisco, empresa que faz a medição do consumo de dados digitais no mundo, o tráfego de internet no Brasil terá crescido 2,2 vezes entre 2014 e 2019. O volume de vídeos da internet, sozinho, triplicará no mesmo período. Em médio prazo, todos estaremos pagando mais por estourar nossas franquias.

A Vivo, que também é dona da GVT, não respondeu aos questionamentos sobre o tamanho das franquias, que começam em 10 GB mensais – o suficiente para assistir a quatro capítulos de uma série no Netflix – e vão até 120 GB na tecnologia ADSL, que usa a infraestrutura das linhas telefônicas fixas. Para usuários de fibra óptica, as franquias vão de 120 GB a 300 GB, mas por mensalidades que chegam a R$ 329. Vale lembrar que estamos falando de um limite que é compartilhado entre moradores de uma residência. A média brasileira é de três moradores por domicílio. Cada um tem seu smartphone, eventualmente um tablet, além de TVs conectadas. Imagine cada um deles pendurado no Wi-Fi assistindo a vídeos e a filmes em alta resolução?

A Oi afirma que já prevê em seus contratos as franquias de dados, mas que ainda não implementa a medida. A Net disse que já pratica o limite de dados há anos. No caso, ao atingir a franquia, a velocidade da banda larga cai para 2 Mbps, o mínimo comercializado pela operadora. A única que respondeu ao pedido de entrevista foi a TIM, que não pretende adotar as franquias. “Não posso dizer que nunca vamos adotar o modelo, mas não há nenhuma previsão”, diz Rogério Takayanagi, vice­presidente de marketing da TIM. “Hoje, o consumo médio do usuário de fibra óptica é de 160 GB por mês”, diz.

A Agência Nacional de Telecomunicações [Anatel], que tem dupla missão – zelar por um ambiente de negócios bom para as empresas e também pelos interesses dos cidadãos –, ficou ao lado das operadoras. Ao portal Convergência Digital, especializado no setor de telecomunicações, o superintendente de Competição da Anatel, Carlos Baigorri, disse que a adoção do sistema de franquia é esperada e positiva. “Não existe um único consumidor, então para quem está abaixo da média, consome menos, o limite é melhor. E pior para quem consome muito”, afirmou.

Limitar a banda larga fixa traz consequências que vão além de nossas casas:
* O Wi-Fi do restaurante provavelmente não será mais gratuito,
* os pesquisadores que trabalham com dados pesados terão de gastar muito em internet mensal,
* os estudantes que fazem cursos e graduações à distância terão um gasto extra com internet,
* o fim de semana inteiro no Netflix e no YouTube e os jogos de videogame on-line serão passatempo de uma pequena elite.

O sistema de franquia de dados, antes de prover internet a todos, pode estimular uma estratificação ainda maior entre os brasileiros. Um retrocesso na trajetória de uma tecnologia fundamental para o desenvolvimento do país.

Fonte: Época – Experiências digitais – 15/04/2016 – 18h42 – Internet: clique aqui.

PROTESTE:
EXPRIMA SUA CONTRARIEDADE PARA A
ANATEL E AS OPERADORAS

Você pode se manifestar de duas maneiras, ambas ao mesmo tempo:

1ª) Assinando uma petição on-line endereçada à Vivo, GVT ,OI, NET, Claro, Anatel, Ministério Público Federal: Contra o Limite na Franquia de Dados na Banda Larga Fixa. Além de ser fácil, você poderá compartilhar essa petição em suas páginas sociais na internet, bem como, enviá-la por e-mail aos amigos e conhecidos.

Clique aqui para acessá-la:
* Do lado direito da página, você deve inserir o seu e-mail, logo abaixo os dizeres «Coloque seu endereço de email:»;
* depois, você pode inserir alguma frase com o seu convite para outros assinarem a mesma petição, caso desejar compartilhá-la em sua página no Facebook;
* se você não desejar compartilhar a petição no Facebook, desmarque a opção «Compartilhe essa campanha no Facebook» antes de clicar sobre a palavra «ASSINE».

2ª) Reclamando diretamente à OUVIDORIA DA ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), para isso:
* clique aqui e insira nos espaços apropriados as informações solicitadas, logo após, clique sobre «Avançar»;
* na página que se abrirá, há uma pergunta: «Qual a sua solicitação?», então você deve marcar a opção «Reclamação» e clique sobre «Avançar»;
* uma nova página se abre onde há espaço para você escrever a sua reclamação, inicie com o título: «Contra o Limite na Franquia de Dados na Banda Larga Fixa» e expresse, de modo bem resumido, a sua opinião.
* em seguida, clique em «Finalizar».

Pronto!

A sua reclamação será enviada à ouvidoria da Anatel.

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