A DESIGUALDADE AUMENTOU NO BRASIL !
A fraude que a esquerda engoliu
Clóvis Rossi
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A MAIOR TRANSFERÊNCIA DE RENDA QUE HOUVE NO BRASIL FOI DO ESTADO (TODO O POVO) PARA OS MAIS RICOS POR MEIO DE JUROS PAGOS PELOS TÍTULOS DO GOVERNO FEDERAL |
Ao
contrário do que acontece na maior parte do mundo, a desigualdade – essa imensa chaga no corpo social brasileiro – não
aparece nem de leve nos debates sobre o que fazer para o país recuperar
vitalidade.
É
fácil explicar por que: não é um tema para a direita triunfante, mais preocupada com as contas públicas do que
com os que mal podem pagar suas contas. E a esquerda, historicamente inquieta com o tema, preferiu render-se à
fraude de que a desigualdade teria caído sob Lula.
O que caiu – se é que caiu
mesmo – foi a desigualdade entre salários, mas jamais a disparidade entre a
renda do capital e a do trabalho, verdadeiramente obscena.
É
fácil entender: o único instrumento em que se apoiava a lenda da queda da
desigualdade é a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar).
Não
é instrumento idôneo: os pesquisadores
perguntam a renda da família. Quem vive só de trabalho ou de outro
rendimento fixo diz o que ganha. Quem, além do salário ou de rendimento fixo,
recebe proventos advindos de aplicações financeiras omite essa parte da renda.
Ou por mero esquecimento, portanto de boa-fé, ou por medo (do fisco, de
sequestro, do que seja).
Como aumentou a renda dos
mais pobres,
a partir dos diferentes tipos de bolsas, a
pesquisa registra diminuição da desigualdade, mas somente por uma falsa
declaração dos mais ricos.
NOS GOVERNOS DE LULA E DILMA O QUE AUMENTOU FOI A RENDA DE SETORES MAIS POBRES, NO ENTANTO, A DESIGUALDADE FICOU INTOCADA E, INCLUSIVE, AUMENTOU!!! |
Em
2015, Marcelo Medeiros, Pedro Ferreira de Souza e Fábio Avila de Castro, todos da UnB (Universidade de Brasília) e, os dois
primeiros, também do Ipea (Instituto
de Pesquisas Econômicas Aplicadas), lançaram
na equação da desigualdade dados do imposto
de renda e chegaram a uma triste conclusão: não houve em absoluto queda
da desigualdade nos últimos 20 anos.
Um
só dado: os 5% mais ricos passaram de
deter cerca de 40% da renda total do país em 2006
a abocanhar 44% em 2012. Guardadas as
proporções, o 1% mais rico e o 0,1% superrico também ficaram com uma fatia
ainda maior que a obscena cota que tinham em 2006.
O Ipea (instituto do governo) proibiu a difusão do estudo, como é
natural: a corte odeia quem grita “o rei está nu”.
Mas
o trabalho circulou entre especialistas e provocou observações, o que levou
Marcelo e Pedro a uma revisão da pesquisa. Saiu há pouco o novo resultado e,
sem surpresas, é igual ao anterior: não
houve redução da desigualdade.
[Onde está o nó da questão?]
Nem
poderia haver: o governo destina aos
juros e encargos da dívida, em um ano, o equivalente a 15 anos do gasto com
Bolsa Família.
Ou,
posto de outra forma, o governo paga às
(poucas) famílias mais ricas em um ano o que vai para 42 milhões de pobres em
15 anos. É transferência de renda, sim, mas de todos os contribuintes,
inclusive os pobres, para os ricos e ultrarricos.
A
realidade desmancha, assim, a narrativa que o governo ensaiou inutilmente, a de
que a onda anti-Dilma é uma vingança dos ricos contra o governo dos pobres. Como diz sempre o próprio Lula, os ricos nunca ganharam tanto dinheiro como em seu
governo.
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