«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

ADOLESCENTES E PORNOGRAFIA NA REDE

Jairo Bouer
Psiquiatra

Estudo com 700 jovens mostrou que 1 em cada 10
já fez ou participou de um vídeo explícito

Com mais gente acessando o tempo todo a internet, o consumo de pornografia online tem aumentado de forma importante. Só que agora essa busca tem atingido cada vez mais crianças e adolescentes, o que começa a levar os especialistas a uma série de reflexões e propostas de novas condutas.

Um estudo recente de duas ONGs inglesas de defesa dos direitos infantojuvenis, publicado no site da BBC Brasil, que entrevistou 700 jovens de 12 e 13 anos, mostrou que um em cada dez deles já fez ou participou de um vídeo com conteúdo sexual explícito. O número revela um grau de exposição sem precedentes na vida desses adolescentes.

Além disso, 20% dos entrevistados disseram ter visto imagens com conteúdo erótico que os chocaram, e 10% temem estar ficando viciados em pornografia. O trabalho foi feito pelas ONGs National Society for the Prevention of Cruelty to Children [trad.: Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças] e Childline [trad.: Linha da Criança].

Um dos temores é que essa exposição e o consumo excessivo de pornografia online façam mais jovens ficarem deprimidos, com problemas de autoestima e se sentindo pressionados a iniciar sua vida sexual antes de estarem prontos.

Ao assistir a horas de vídeos com performances mirabolantes e fantasias exageradas, os adolescentes podem ficar com a sensação de que jamais vão dar conta do recado, em um momento em que muitos ainda nem iniciaram o mais básico de sua vida sexual.

Jovens impulsivos

Bom lembrar também de um outro trabalho atual, já comentado nessa coluna, da universidade americana de Penn State, que mostra que o comportamento do jovem ao gerenciar sua privacidade na internet é muito mais impulsivo do que o dos adultos. Assim, assumir riscos antes de medir consequências é um padrão comum.

Não é à toa que tantos podem estar se expondo em vídeos e fotos de forte teor erótico, sem ter noção dos impactos que essa atitude pode ter em seu futuro. Há quem afirme, inclusive, que se expor dessa forma é um fenômeno que pode até ser visto como um ganho por parte deles. A popularidade criada pelas imagens ousadas compensaria eventuais problemas. Só quando a reação ganha escala ou gera conflitos é que muitos vão se preocupar com o alcance da exposição. E, aí, pode ser tarde demais.

Pornografia e risco

Ainda em relação à pornografia, vale a pena lembrar de um outro estudo, divulgado no final de janeiro, realizado pela universidades australianas de Sydney e de Curtin, que fez uma análise de 17 pesquisas anteriores sobre comportamentos de risco entre maiores de 18 anos. Sete delas mostram uma relação direta entre maior consumo de pornografia online e prática mais frequente de sexo desprotegido. Além disso, foi detectado um aumento do número de parceiros e da frequência de sexo casual.

Se esse impacto foi provocado nos que já têm alguma experiência no sexo, o que pensar das consequências que o consumo mais frequente de pornografia e a exposição na rede podem ter na vida sexual e afetiva dos adolescentes?

Por isso, muitas ONGs e autoridades têm investido na produção de materiais voltados para os mais jovens (como histórias em quadrinhos) que tentam abordar o assunto e falar de riscos, impactos e consequências de um consumo frequente de pornografia na rede.

Além disso, como proibir e limitar o acesso à internet nessa faixa de idade costuma ter resultados muito parciais, a ideia seria estimular pais e filhos a conversarem sobre o tema. Também um trabalho mais estruturado nas escolas, que busque relacionar sexualidade, relacionamentos e vida online, pode ser uma estratégia de ação importante. Só não se pode deixar que, no vácuo de projetos de sexualidade e prevenção, as imagens e os conteúdos pornográficos encontrados na internet sejam a única fonte de informação para o jovem.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole – Domingo, 12 de abril de 2015 – Pg. A19 – Internet: clique aqui.

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