QUATRO NOTÍCIAS DE TIRAR O SONO DOS BRASILEIROS!
Brasil deve ter pior desaceleração da economia
em mais de duas décadas, diz FMI
Altamiro Silva
Junior
Relatório do Fundo
Monetário Internacional defende que Dilma continue o processo de ajuste fiscal
para conter o crescimento da dívida pública
Fachada do edifício-sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, D.C. - Estados Unidos |
O Brasil pode ter em 2015 a pior desaceleração da economia
em mais de duas décadas, afirma o Fundo
Monetário Internacional (FMI), que volta a recomendar que mesmo com a
atividade enfraquecida, a presidente Dilma Rousseff siga em frente com o ajuste
fiscal e monetário, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira, 29
de abril, chamado "Perspectiva
Econômica Regional: Hemisfério Ocidental".
"O Brasil está passando por sua desaceleração mais
grave em mais de duas décadas, mas terá de perseverar com os recentes esforços
para conter o aumento da dívida pública e repor a confiança no quadro da
política macroeconômica", afirma o FMI no documento. Na reunião de
primavera do Fundo, que terminou no último dia 19 em Washington, a
diretora-gerente da instituição,
Christine Lagarde, elogiou o ajuste na economia e ainda recomendou reformas estruturais no Brasil.
A previsão dos economistas do FMI é que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai
encolher 1% em 2015, um dos piores desempenhos entre as principais economias
mundiais. Para 2016, a expectativa é de uma recuperação moderada, com o PIB
crescendo 1%.
O aperto na política fiscal que vem sendo conduzido pelo
ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
ajuda a enfraquecer a atividade no curto prazo, mas é "criticamente
necessário" para conter a piora da dívida pública e restaurar a confiança
dos agentes. "As autoridades agora
têm pouca escolha a não ser apertar a política fiscal em meio a uma
recessão", afirma o documento. "O ajuste em curso no Brasil é
fundamental para evitar a piora da dívida e restaurar a confiança na economia
brasileira", disse hoje o diretor do departamento para o Hemisfério
Ocidental do FMI, Alejandro Werner,
ao comentar o relatório.
A mesma análise vale para a alta de juros que vem sendo promovida pelo Banco Central para
conter a inflação. O aperto na política monetária desde 2014 é adequado, afirma
o documento do FMI. Mesmo com a elevação das taxas, o BC continua enfrentando a
tarefa de reforçar a credibilidade do arcabouço de política monetária, já que a inflação persiste em patamar alto,
ressalta o texto. A previsão do FMI é
que o IPCA suba 8% este ano, acima dos 7,8% em um relatório divulgado pelo
FMI durante a reunião de primavera. Para 2016, a previsão é de alta de 5,4%,
abaixo dos 5,9% do documento anterior.
O FMI volta a afirmar que vários fatores estão contribuindo
para o fraco desempenho da economia brasileira. Entre eles, a baixa confiança dos empresários, que
por isso não investem. Além disso, o escândalo
de corrupção na Petrobrás é outro fator, que levou a petroleira e empresas
do setor a cortar investimentos e ainda contribui para aumentar a incerteza na
economia. Pelo lado dos consumidores, o estudo do FMI ressalta que os brasileiros têm segurado os gastos, em
meio à inflação alta, expectativa de piora do mercado de trabalho e com os
bancos segurando o crédito.
Pelo lado externo, o FMI ressalta que o fim do boom das commodities no mercado
internacional, com a desaceleração da economia da China, também contribui
para esfriar a atividade no Brasil e em outros países da América Latina.
O FMI avalia que a desaceleração do Brasil e em outros
países da América Latina, como o Chile, tem sido pior que o antecipado. As
projeções de expansão do PIB brasileiro vêm sendo rebaixadas a cada novo
documento divulgado pela instituição desde 2012.
Para
conhecer e entender melhor as medidas do ajuste fiscal
que
o governo Dilma vem fazendo, clique aqui.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
– Economia & Negócios – 29 de abril de 2015 – 14h09 – Internet: clique
aqui.
Em março, desocupação atingiu o maior nível desde maio
de 2011 e a renda real teve a queda mensal mais acentuada em 12 anos
Idiana
Tomazelli e Carla Araújo
Taxa de desemprego sobe
para 6,2%
Em frente ao prédio do Ministério do Trabalho, no centro do Rio de Janeiro, fila para obter carteira profissional e seguro-desemprego. Foto: Adriana Lorete / O Globo/ 16-03-2015 |
O mercado de trabalho parou de absorver o número cada vez
maior de pessoas que buscam trabalho nas seis principais regiões metropolitanas
do país. Pelo contrário, há registro de demissões, e o resultado dessa
combinação é o aumento da taxa de desemprego para 6,2% em março – a maior desde
maio de 2011, informou nesta terça-feira (28/04) o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Houve
ainda uma queda de 2,8% na renda média real dos trabalhadores em relação a
fevereiro, o maior tombo mensal desde janeiro de 2003.
A perda do poder de compra pode levar mais pessoas a sair em
busca de uma colocação. “Se a pessoa
precisa compor renda, ela pode se sujeitar a trabalhar por um salário menor”,
disse Maria Lúcia Vieira, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do
IBGE. “Isso pode fazer com que pessoas
aceitem trabalhos menos qualificados”, afirmou.
Uma parte na queda dos rendimentos é provocada pela inflação, que registrou em março a maior alta para o mês desde 1995. Outra parte,
porém, é fruto de pagamentos menores em termos nominais. “São de fato pessoas recebendo remunerações menores em seus trabalhos.
Não temos como afirmar se é menor poder de barganha do trabalhador, se são as
pessoas que foram demitidas e acharam outra vaga com salário menor, ou se as
pessoas estão se inserindo no mercado de trabalho já com remuneração mais
baixa”, explicou a gerente.
Queda recorde de renda
Em termos anuais, a renda real também teve uma baixa
recorde, a mais intensa desde fevereiro de 2004. A perda de 3% em relação a
março do ano passado espalhou-se por todas as atividades, da indústria aos
serviços. “Não há uma atividade ou
posição que se destaque. Todos parecem ter perdido um pouco”, disse Maria
Lúcia.
O mais preocupante é que a soma de todas as remunerações dos
trabalhadores – a chamada massa de rendimento real – também encolheu em todas
as comparações. “Isso pode agravar o processo recessivo. O corte da massa de renda terá reflexo no sentido de reduzir a demanda
das famílias”, alertou o economista João
Sabóia, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O economista-chefe da Gradual
Investimentos, André Perfeito,
percebe o resultado como consequência do ajuste promovido pelo governo. “Esse efeito vai ser ainda mais forte até o
final deste ano”, previu. “O remédio
é amargo.”
Fila do desemprego
No começo de cada ano, a taxa de desemprego costuma subir,
seguindo um movimento sazonal, em função da dispensa de trabalhadores
temporários contratados para o Natal. Acontece que, em 2015, as demissões ocorreram de forma mais intensa, e a taxa de
desemprego mudou para um patamar mais elevado em função da conjuntura econômica,
reconheceu o IBGE. Em março do ano passado, a taxa estava em 5%.
No período de um ano até março, 280 mil pessoas se somaram
às filas por um emprego nas regiões metropolitanas pesquisadas. Parte dessa
população estava atrás de recolocação após o corte de 197 mil vagas no período
(a maior parte com carteira assinada), enquanto outros integravam antes o grupo
de inativos – gente que não estava procurando trabalho e não podia ser
considerada desempregada, pela metodologia das pesquisas sobre trabalho.
“O mercado de trabalho entrou num período de piora nítida. O
clima geral no país está muito negativo e a tendência é aprofundar mais até o
fim do ano”, analisou Saboia, para quem o quadro se assemelha ao início de
2009. Naquela época, também houve deterioração rápida no emprego após a crise
internacional.
A despeito do quadro ruim, o Brasil está longe do fundo do
poço. A perspectiva é que a busca por
emprego continue aumentando, o que pressionará a taxa de desemprego para cima
e representará uma inversão do cenário visto entre 2013 e 2014, quando a
redução da procura por trabalho intrigava economistas.
Além disso, os
rendimentos dos trabalhadores devem ficar ainda menores, sacrificados pela
inflação elevada e pela conjuntura desfavorável.
“Imagino o desemprego chegando a 7% ou 7,5% no final do ano”,
avaliou André Perfeito.
Fonte: O Estado de S.
Paulo – Economia – Quarta-feira, 29 de abril de 2015 – Pg. B5 – Internet:
clique aqui.
Caixa vai passar a financiar apenas a metade do valor
dos imóveis usados
Aline Bronzati
e Renée Pereira
Com a queda nos
recursos da caderneta de poupança, principal fonte de financiamento
imobiliário, banco reduziu de 80% para 50% a parcela a ser financiada nos
imóveis do SFH e de 70% para 40% nos imóveis do SFI; é o terceiro aperto no
crédito em duas semanas
Em menos de duas
semanas, a Caixa anunciou três medidas que vão dificultar a vida do brasileiro
na compra da casa própria:
·
Primeiro reduziu
o limite de financiamento para imóveis em geral de 90% para 80% e elevou a taxa
de juros.
·
Ontem, diante da escassez de dinheiro por causa
da queda nos depósitos da caderneta de poupança (principal fonte de recursos do
crédito imobiliário), o banco foi mais radical e derrubou de 80% para 50% o limite de crédito para quem quiser comprar
um imóvel usado dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH); e
·
de 70%
para 40% para imóveis usados enquadrados no Sistema Financeiro Imobiliário
(SFI).
No SFH, o valor máximo do imóvel financiado é de R$ 750 mil
nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal;
nos demais Estados, o valor é de R$ 650 mil. No SFI, estão os financiamentos
que não se enquadram no SFH, como os imóveis com valores superiores ao
estabelecido pela lei. A mudança nos
porcentuais da Caixa – que financia 70% do crédito imobiliário do País – vale a
partir de 4 de maio, para operações com recursos da poupança no chamado
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, financiadas pelo Sistema de
Amortização Constante (SAC).
Os empréstimos de habitação popular, como o Minha Casa Minha Vida, continuam com a
regra anterior, assim como as operações da Caixa que usam a linha de crédito
formada por recursos do Fundo de Garantia (FGTS) para financiar imóveis. Para
os empréstimos do SFH que seguem o sistema de amortização da tabela Price, a
cota máxima de financiamento já havia sido reduzida de 70% para 50% em meados
do mês.
“A medida anunciada
ontem dever e tirar do mercado um número grande de famílias que estava
planejando a compra de imóvel de menor valor”, afirma o vice-presidente de
Habitação Econômica do Secovi-SP, Flávio
Prando. Na avaliação dele, a redução
nos limites de financiamento faz uma diferença
enorme no planejamento da população de renda menor.
“Punição dobrada”
Antes, uma família poderia comprar um imóvel de R$ 500 mil
dando apenas R$ 100 mil de entrada e financiando R$ 400 mil. “Agora ele tem de
ter em mãos R$ 250 mil e financiar outros R$ 250 mil”, afirma o vice-presidente
da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac), Miguel José
Ribeiro de Oliveira. “O brasileiro
preferia pagar um pouco mais de juros e dar uma entrada menor. Agora ele está
sendo punido duas vezes: tem de pagar mais juros e ainda ter mais dinheiro para
dar de entrada.”
Uma das explicações para o corte no financiamento foram os
saques feitos na poupança nos últimos meses. Apenas no primeiro trimestre, as retiradas somaram R$ 23,2 bilhões.
Fonte: O Estado de S.
Paulo – Economia & Negócios – Terça-feira, 28 de abril de 2015 – Pg. B1
– Internet: clique aqui.
Banco Central eleva juro para 13,25% ao ano,
maior nível em mais de 6 anos
Redação
Alta de 0,50 ponto
porcentual já era esperada pelo mercado financeiro
Edifício-sede do Banco Central do Brasil Brasília (DF) |
O Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros, a Selic,
em 0,50 ponto porcentual nesta quarta-feira, 29 de abril, para 13,25% ao ano. É o maior patamar do juro desde dezembro de
2008, quando estava em 13,75%. A decisão foi unânime e já era esperada pelo
mercado financeiro. O BC repetiu o comunicado das reuniões anteriores (veja
abaixo).
O aumento foi
decidido em meio à alta da inflação, que bateu em 8,13% no acumulado em 12
meses até março, e apesar do ritmo já enfraquecido da economia.
Declarações recentes do presidente do BC, Alexandre Tombini,
e do diretor de Política Econômica, Luiz Awazu Pereira, vêm reiterando que a
autoridade monetária está e permanecerá "vigilante" no combate à
inflação. Na visão do BC, os efeitos dos reajustes dos preços administrados
ficarão circunscritos ao primeiro trimestre de 2015 e a inflação deve convergir para o centro da meta de 4,5% no fim de 2016.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, recentemente também se
alinhou ao discurso, ao afirmar que o BC precisa seguir vigilante e conduzindo
ajustes para que a inflação caia e a expectativa seja ancorada em 4,5%.
Veja a íntegra do comunicado:
"Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas
para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50
p.p., para 13,25% a.a., sem viés.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê:
Alexandre Antonio Tombini (Presidente),
Aldo Luiz Mendes,
Altamir Lopes,
Anthero de Moraes Meirelles,
Luiz Awazu Pereira da Silva,
Luiz Edson Feltrim,
Otávio Ribeiro Damaso,
Sidnei Corrêa Marques e
Tony Volpon."
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
– Economia & Negócios – 29 de abril de 2015 – 19h48 – Internet: clique
aqui.
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