PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA: TRISTE REALIDADE!
Vinte países entram na categoria de alta perseguição
religiosa
Ivan de Vargas
Só em seis países, dos
196 analisados, verificou-se uma
melhoria na situação das minorias religiosas
O Papa Francisco exortou nesta segunda-feira a comunidade
internacional a não permanecer
"muda e inerte” perante a perseguição que sofrem os cristãos em diversas
partes do mundo, como aconteceu no Quênia
na semana passada e está acontecendo no Iraque,
Síria e outros países.
Atualmente, três em
cada quatro pessoas que sofrem por causa de sua fé no mundo são cristãos.
Esta é uma das principais conclusões do Relatório
sobre a Liberdade Religiosa 2014, elaborado por Ajuda à Igreja que Sofre
(AIS).
De acordo com os cálculos desta organização internacional, 200 milhões de cristãos são perseguidos e
outros 500 milhões sofrem discriminação.
Na lista de estados com as mais graves violações predominam
os países muçulmanos. De fato, entre as 20 nações classificadas na
categoria de "alta perseguição",
14 sofrem perseguição ligada ao islamismo extremista. Trata-se do:
·
Afeganistão,
·
Arábia Saudita,
·
Egito,
·
Irã,
·
Iraque,
·
Líbia,
·
Maldivas,
·
Nigéria,
·
Paquistão,
·
Filipinas,
·
Somália,
·
Síria,
·
Sudão e
·
Iêmen.
Nos restantes seis países, a perseguição está ligada a regimes autoritários como o:
·
Azerbaijão,
·
China,
·
Coréia do Norte,
·
Eritréia,
·
Birmânia (Myanmar) e
·
Uzbequistão.
Apenas em seis países, dos 196 analisados, verificou-se uma
melhoria na situação das minorias religiosas.
ASIA BIBI - mulher cristã paquistanesa Sentenciada á morte por fazer "observações blasfemas" |
Nesta linha, destaca-se o sofrimento que está padecendo há
anos Asia Bibi, a mulher cristã
paquistanesa condenada à morte por suposta blasfêmia.
"Na Páscoa Jesus Cristo nos dá um exemplo de paz e de
perdão. Todos devemos aprender com o ensinamento e sacrifício de Cristo,
crucificado por nós e que perdoou todos aqueles que o machucaram”. Asia Bibi continua fechada no presídio
feminino do distrito de Multan, localizado em Punjab a sete horas de carro
do domicílio familiar.
Seu marido, Ashiq, e Joseph
Nadeem, responsável da Renaissance
Education Foundation de Lahore – que se responsabiliza da assistência legal
e da ajuda à família -, se reuniram na quinta-feira passada com ela.
Neste momento, a mulher cristã nunca deixou de pensar no
Santo Padre. “Peço para o Papa que faça
uma oração especial pela paz no mundo e por mim", disse comovida ao
seu advogado.
Asia Bibi foi
denunciada por blasfêmia em 19 de Junho de 2009, pelo muçulmano Qari Muhammad Salam, à polícia da
cidade de Nankana Sahib. Os fatos aconteceram quando a fiel cristã, que estava
trabalhando em um campo, foi mandada para buscar água. O resto das mulheres,
seguidoras do Islã, se opôs a que ela fosse porque, ao não ser muçulmana,
contaminaria o recipiente e o tornaria impuro. Portanto, lhe exigiram abandonar
o cristianismo e se tornar muçulmana, ao qual ela se opôs.
Em sua justificativa, Asia
Bibi disse a seus companheiros que "Jesus morreu na cruz pelos pecados da humanidade" e perguntou
às mulheres muçulmanas o que Maomé havia feito por elas. Ao ouvirem estas
palavras, foram ao imã local, marido de uma das camponesas, que por sua vez
apresentou uma queixa à polícia pelo crime de blasfêmia.
Depois de um julgamento no Tribunal de Primeira Instância de
Nankana Sahib, esta mãe de cinco
filhos e humilde camponesa foi condenada
à morte no dia 8 de novembro de 2010. A
sua sentença foi confirmada no dia 16 de Outubro de 2014 pela Suprema Corte de
Lahore.
Esta norma, teoricamente, busca proteger os costumes da
sociedade muçulmana, já que o Paquistão se define em sua constituição como um
país islâmico. Mas, na prática, serviu como um quadro jurídico para justificar
revanches políticas e pessoais entre muçulmanos, bem como abusos contra as
minorias não-muçulmanas do país, o que tem sido denunciado desde há muito pelos
ativistas de direitos humanos.
Por outro lado, há
também a perseguição aberta dos militantes do autoproclamado Estado Islâmico,
que na lista das suas atrocidades, assassinatos e decapitações, nesta
Páscoa acrescentou o ter explodido a Igreja
cristã da Virgem Maria em Tal Nasir,
de quase um século de idade, na província de Hasaka, no nordeste da Síria, como
noticiou segunda-feira a agência de notícias oficial SANA.
Fonte: ZENIT.ORG –
Roma, 07 de Abril de 2015 – Internet: clique aqui.
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