«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

COPA DO MUNDO: Mundial tem orçamentos fictícios


Rafael Moraes Moura

Projetos precários e contestados pelo Ministério Público, como Maracanã e Mané Garrincha, abrem brecha para estouros propositais de gastos no evento

A conta da Copa do Mundo de 2014 é uma fantasia, um "chutômetro" calculado a partir de projetos básicos incompletos, mal feitos ou ambas as coisas. Essa precariedade, como se não bastasse, ainda serve para justificar estouros orçamentários. O projeto básico deve ter uma descrição suficientemente detalhada para caracterizar a obra ou serviço.

O caso de Brasília é emblemático do "voo cego". O governo do Distrito Federal alega que o novo Mané Garrincha [foto acima - em obras] vai custar R$ 671 milhões. Mas desse orçamento não constam cobertura, assentos, catracas e, pasmem, gramado e trave. "O preço final desse estádio é uma grande interrogação, que ninguém sabe responder", criticou o promotor Ivaldo Lemos Júnior, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)

"Se fez licitação e excluiu o assento, iluminação e gramado, não pode atribuir à Fifa a responsabilidade, porque a Fifa estabeleceu que tem de ter iluminação, gramado, assento. Se alguém eventualmente fracionar a licitação por conveniência, que assuma a responsabilidade", disse o ministro do Esporte, Orlando Silva.

Em fevereiro, relatório do TCU sobre o Maracanã apontou que "não há qualquer segurança de que a planilha contratual, derivada do orçamento base, contemplará o custo real da obra".
Na comparação Maracanã x Mineirão, o projeto básico do estádio carioca era tão superficial que só apresentava 37 plantas, contra 1.309 do mineiro, que também passa por reforma.

Além disso, as autoridades do Rio apresentaram cinco elementos no projeto básico, contra 30 de Belo Horizonte. Não foram disponibilizados itens como topografia, estrutura de concreto, iluminação e instalações elétricas.

"De uma forma geral, as obras vão ficar mais caras, são um cheque em branco para as construtoras e quem paga é o contribuinte", afirmou ao Estado o procurador Athayde Ribeiro Costa, coordenador do grupo de trabalho do Ministério Público Federal para a Copa de 2014.

Em maio passado, o governo do Rio apresentou ao TCU o projeto executivo (uma versão mais detalhada). Apenas na semana passada foi enviado o orçamento completo. Nos bastidores, já havia quem chamasse o desenho do Maracanã de "mera ficção".

"É como fazer uma reforma na casa e não saber quantos metros quadrados de piso, quantos sacos de cimento serão usados. Ao final, não tem como cobrar do seu mestre de obras se ele usou material a mais ou a menos, se usou da qualidade que você queria. Esse projeto é o equivalente ao que a administração pública faz", disse o procurador Vinicius Panetto.

Surpresas? 
Em Cuiabá, a obra estimada em R$ 342 milhões já ganhou aditivo de R$ 12 milhões só com a reformulação das fundações. Apesar de o governo dizer que foi feito estudo do terreno, os técnicos acabaram "surpreendidos" com o acúmulo expressivo de água no subsolo. O projeto do estádio não inclui assentos nem telões, o que vai aumentar ainda mais o custo final.

Desde março, o Tribunal de Contas da Bahia vem exigindo do governo local os projetos básico e executivo da Fonte Nova. De tão enxuta, a planilha orçamentária, à qual o Estado teve acesso, nem parece dizer respeito a um estádio de R$ 591 milhões com capacidade para 50 mil pessoas. A cobertura é descrita apenas pela expressão "manta tensionada", a um custo de R$ 75,6 milhões - e ponto.

"Como chegaram a esses valores? É isso que o tribunal quer saber", disse o conselheiro Pedro Lino. O tribunal solicitou que a Fundação Escola Politécnica da Bahia auditasse o projeto da Fonte Nova, o que não foi possível com a irrisória quantidade de documentos existentes.

Detalhamento
Outro estádio com projeto básico deficiente é o Arena da Amazônia, de Manaus. No ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou sobrepreço de R$ 85 milhões e observou que o plano da estrutura metálica da cobertura não estava detalhado o suficiente para determinar a quantidade de aço necessária.

Após explicações do governo do Amazonas, a CGU constatou que permanecia sobrepreço de R$ 76,4 milhões no orçamento. "A situação de Manaus e do Maracanã é de um despreparo, de uma deficiência que parece proposital. O Brasil não aprendeu com o Pan (Jogos Pan-Americanos de 2007, cujo orçamento estourou)", criticou Athayde.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Esportes - Domingo, 19 de junho de 2011 - Pg. E1 - Internet: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110619/not_imp734377,0.php
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Olimpíada e Copa expõem cartolagem nacional

Jamil Chade

À frente dos maiores eventos da história do País, mandatários de CBF e COB revelam ao mundo seu modus operandi

O mundo já conhecia o futebol brasileiro. A partir de agora, começa a descobrir também como operam os cartolas do País.

A organização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 está expondo ao mundo os dirigentes esportivos do Brasil.

Nos bastidores da Fifa, COI e entre a imprensa estrangeira, os cartolas brasileiros chamam a atenção especialmente por um aspecto: a indisfarçável obsessão pelo poder. Na linha de frente, claro, Ricardo Teixeira, 64 anos, que preside a CBF, e Carlos Arthur Nuzman, 68 anos, o mandatário do Comitê Olímpico Brasileiro.

Teixeira já é visto como uma espécie de recordista de permanência no cargo. Depois da experiência de João Havelange, que governou o futebol mundial por 24 anos (1974-1998), havia a percepção de que mandatos tão longos não se repetiriam.

Em 2007, quando já levava 18 anos à frente da confederação brasileira, Teixeira usou o nome da Fifa para conseguir aprovar uma norma na CBF de que o presidente que estivesse no poder no momento em que o Brasil fosse escolhido para abrigar o Mundial deveria ficar no cargo até a realização do evento. Hoje, a Fifa diz jamais ter feito uma imposição semelhante.

"Há uma percepção de que dirigentes no Brasil têm uma grande sede pelo poder", afirmou um ex-membro do Comitê Executivo da Fifa, que pediu para não ser identificado.

É verdade que a Fifa não é exatamente um bom exemplo de alternância de poder. Seu atual presidente, Joseph Blatter, já acumula 13 anos no assento mais poderoso do futebol.

"O plano de poder (de Ricardo Teixeira) é mesmo abrangente", diz outro membro da Fifa.

Nesse aspecto, algo que chama a atenção de cartolas é a capacidade da CBF de financiar as campanhas eleitorais de senadores, deputados e vereadores, o que demonstraria habilidade de articulação política incomum no futebol europeu.

Em Zurique, ninguém tem dúvidas de que a meta de Ricardo Teixeira é a de concorrer à presidência da Fifa em 2015. O próprio Havelange já deu indicações nesse sentido. "Não há dúvidas de que a disputa daqui a quatro anos contará com Teixeira", afirmou.

Ambição olímpica. No COI, a obsessão pelo poder também é algo que marca os dirigentes brasileiros. Presidente do COB, Nuzman propôs em 2009 aumentar de 70 para 80 anos o limite de idade para a aposentadoria dos membros do comitê.

A proposta de Nuzman era a de modificar as leis para a permanência dos integrantes do COI na entidade.

O comitê divide seus membros em três grupos: os eleitos antes de 1966 têm seu cargo garantido de forma vitalícia. Hoje, só Havelange está nessa categoria.

Um segundo grupo de integrantes - eleitos antes de 1999 - tem seu mandato limitado pela idade. Ao completar 80 anos, precisam se aposentar. Um terceiro grupo, eleito a partir de 1999, é obrigado a se aposentar aos 70 anos e não poderá estar no COI a partir de 2012.

Nuzman queria harmonizar esses dois últimos grupos e permitir que todos permaneçam no COI até os 80 anos. Com isso, poderia estar no COI até os Jogos Olímpicos no Rio, em 2016, quando ele terá 75 anos.

Para tentar convencer seus colegas, Nuzman chegou a apontar para fatores demográficos. "A expectativa de vida de homens e mulheres vai aumentar. Eles não apenas viverão mais tempo, mas continuarão ativos", argumentou na época.

Nada disso convenceu a entidade, que tenta caminhar em uma direção oposta: renovar o movimento olímpico.

Jacques Rogge, presidente do COI, insistiu na semana passada que o controle do esporte deve ser transferido para uma nova geração. Ele próprio terá de deixar a presidência em 2013, depois de oito anos no poder.

QUEM SÃO

Ricardo Terra Teixeira 

Data de nascimento: 20/6/1947
Local: Carlos Chagas (MG)
Idade: 64 anos
Cargo: Presidente da CBF
No poder desde: Janeiro de 89 
Maior façanha: Trazer a Copa do Mundo para o Brasil
Ambição: Chegar à presidência da Fifa





Carlos Arthur Nuzman

Data de nascimento: 17/3/1942
Local: Rio de Janeiro (RJ)
Idade: 69 anos
Cargo: Presidente do COB
No poder desde: Junho de 95 
Maior façanha: Trazer os Jogos Olímpicos para o Brasil
Ambição: Permanecer como membro do COI até 2016 





Fonte: O Estado de S. Paulo - Esportes - Domingo, 19 de junho de 2011 - Pg. E4 - Internet: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110619/not_imp734381,0.php

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