«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Teólogos dos EUA criam comissão para avaliar críticas à teóloga


Thomas C. Fox
National Catholic Reporter
(11 de Junho de 2011)

No dia 10 de junho, a Sociedade Teológica Católica dos EUA - CTSA aprovou, com imensa maioria, 
uma resolução que recomenda os bispos dos EUA a estabelecer uma comissão 
para avaliar os procedimentos que levaram à declaração da sua 
Comissão de Doutrina, em abril, que criticou severamente um livro 
escrito por uma renomada teóloga norte-americana.

Por uma votação de 147 a um, a sociedade aprovou uma declaração que diz "lamentar profundamente" que os bispos não seguiram os procedimentos que eles mesmos estabeleceram em 1989, que visavam a resolver os conflitos entre bispos e teólogos.

Foi a primeira vez desde 2006 que toda a sociedade teológica aprovou qualquer resolução (daquela vez, foi em solidariedade com os sem documentos), uma indicação do seu profundo desagrado com a forma como a Comissão de Doutrina dos bispos lidou com uma investigação do livro Quest for the Living God [trad. livre: À Procura do Deus Vivo], da Ir. Elizabeth Johnson, da Fordham University, de 2007.

A resolução foi submetida a todos os membros da sociedade teológica pelo padre jesuíta Michael J. Buckley, que disse que os bispos precisam saber que a "reputação teológica de um teólogo" pode ser ameaçada por um mau uso desse tipo de investigação.

"A Sociedade Teológica Católica dos Estados Unidos lamenta profundamente que os procedimentos estabelecidos pelos bispos norte-americanos no documento Responsabilidades Doutrinais: Procedimentos para a Promoção da Cooperação e a Resolução de Disputas entre Bispos e Teólogos tenham sido ignorados ao aprovar o julgamento sobre Quest for the Living God, da professora Elizabeth Johnson", afirma a resolução.

Teólogos e bispos discutem há décadas sobre qual melhor forma de lidar com as disputas entre eles. Em 1980, trabalhando com os bispos, foram formadas comissões de teólogos e canonistas para avaliar a questão. Em 1983, a declaração Responsabilidades Doutrinais foi aprovada por unanimidade tanto pela Sociedade Teológica Católica dos EUA, quanto pela Sociedade de Direito Canônico dos EUA. Ela foi, então, levada até a Comissão de Doutrina dos bispos, enviada ao Vaticano e, finalmente, formalmente aprovada pela Conferência Nacional dos Bispos dos EUA, em 1989.

Sob o título Responsabilidades Eclesiais (que leva em consideração as responsabilidades e os direitos de bispos e teólogos), ela declarou: "É inevitável que surjam mal entendidos sobre o ensino do evangelho e as forma de expressá-lo. Nesses casos, a conversa informal deve ser o primeiro passo rumo à resolução".

A Comissão de Doutrina dos bispos disse ter estudado o livro de Johnson por mais de um ano antes de emitir sua crítica pungente. Admitindo que nunca notificou Johnson de que seu livro estava sendo investigado, o presidente da Comissão de Doutrina, o cardeal Donald Wuerl, de Washington, explicou que o livro havia sido publicado há mais de três anos quando se iniciou o estudo, e que a comissão sentiu uma urgência para lidar com o livro porque estava sendo amplamente usado em faculdades e seminários.

Em uma declaração do dia 1º de junho, Johnson disse que, se tivesse sido convidada para dialogar, ela poderia ter ajudado os bispos a evitar sérios mal entendidos e equívocos dos argumentos do livro.

Em abril passado, poucas semanas depois de a Comissão de Doutrina ter emitido a sua crítica ao livro de Johnson, dizendo que ele "mina o evangelho" e não adere à doutrina católica autêntica, o conselho da Sociedade Teológica Católica emitiu uma declaração defendendo Johnson, culpando a Comissão de Doutrina por não seguir suas orientações de 1989.

Defendendo seu próprio tratamento dado à matéria, a Comissão de Doutrina declarou que os procedimentos de 1989 adotados pelos bispos dos EUA visavam a resolver as disputas entre teólogos e bispos locais, e que a comissão tinha suas próprias diretrizes dos membros do episcopado dos EUA.

"Estamos muito perturbados com o fato de que a Comissão de Doutrina não seguiu os procedimentos aprovados pelo documento da Conferência dos Bispos dos EUA de 1989, Responsabilidades Doutrinais, que defende que uma conversa informal deve ser realizada como um primeiro passo", dizia a declaração da CTSA.

A declaração da CTSA acusava ainda que a apreciação da Comissão de Doutrina ao livro de Johnson foi "deficiente", porque deturpava o pensamento apresentado no livro.

A resolução aprovada no dia 10 de junho pela Sociedade Teológica não se aventura em questões teológicas, reconhecendo, segundo seus membros, que existem diferenças de opinião sobre questões teológicas dentro do órgão. Ao contrário, limitou-se a criticar os procedimentos dos bispos.

O padre capuchinho Thomas G. Weinandy, diretor-executivo da Comissão de Doutrina, em resposta às críticas dos teólogos e de outros colegas acadêmicos de Johnson, em uma carta do final de abril, escrita aos membros do corpo docente da Fordham University, disse que a Comissão de Doutrina nunca teve a intenção de manchar a reputação de Johnson ou de impugnar sua honra ou dedicação à Igreja. A carta de Weinandy afirmava que a comissão "de nenhuma forma põe em causa a dedicação, a honra, a criatividade, ou o serviço" de Johnson.

Ele acrescentou que a comissão havia escrito a Johnson reiterando sua disposição de entrar em diálogo com ela e que talvez seja hora de rever o documento dos bispos de 1989. "Essa revisão", escreveu, "pode também ser uma ocasião para ver o quão bem as suas disposições são entendidas e aplicadas".

Tradução é de Moisés Sbardelotto.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - 14/06/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=44274

PARA SABER MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO:
  1. Alguns trechos importantes do livro citado (Quest for the Living God): http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=42521
  2. Declaração da Comissão de Doutrina da Conferência dos Bispos dos EUA sobre o livro da Ir. Elizabeth Johnson (em inglês): http://www.usccb.org/doctrine/statement-quest-for-the-living-god-2011-03-24.pdf
  3. Resumo dos principais problemas levantados pela Comissão de Doutrina dos Bispos americanos: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=41924
  4. Resposta do Corpo de Diretores da Sociedade Teológica Católica da América à Declaração sobre "Quest for the Living God: Mapping Frontiers in the Theology of God", da Ir. Elizabeth A. Johnson, emitida pela Comissão de Doutrina da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, no dia 24 de março de 2011: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=42441

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