«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Especialistas recomendam cautela

DE SÃO PAULO

Psicopedagoga alerta para o risco de o ensino precoce atrapalhar no futuro a escrita para parte das crianças
Pesquisadora critica pressa e defende que é possível aprender uma segunda língua muito bem até os dez anos

Apesar de a neurociência apontar as vantagens do aprendizado de uma segunda língua cada vez mais cedo, especialistas em desenvolvimento humano e educação fazem ressalvas.

"Recomendo cautela na transposição dessas descobertas científicas em métodos e programas que simplificam o que é muito complexo", diz Selma de Assis Moura, professora de didática para a educação bilíngue no Instituto Singularidades.

"Precisamos de famílias comprometidas, professores preparados, currículos bem montados e gestores responsáveis para transformar esse potencial em ganhos reais."

A psicopedagoga Maria Irene Maluf, coordenadora do curso de neuropedagogia e psicanálise da PUC-SP, alerta para um problema.
"De 10% a 15% das crianças têm algum tipo de dificuldade de aprendizagem. Para elas, o aprendizado da segunda língua vai causar provavelmente uma grande carga para o cérebro, que vai se refletir na hora de escrever."

Maria Irene alerta ainda para os casos em que os pais colocam os filhos para estudar inglês por pura vaidade.

Pesquisadora em desenvolvimento humano, Elvira Souza Lima acredita que não é preciso ter tanta pressa.
"Do ponto de vista do desenvolvimento da criança, não tem nenhuma justificativa para começar [a aula de inglês] tão cedo, a não ser querer que a criança fale os fonemas sem sotaque, mas isso ela também faz nos primeiros anos de vida."

Segundo ela, até os dez anos, as crianças aprendem muito bem a segunda língua.
Elvira lembra ainda que o idioma só será aprendido sem sotaque se o professor - ou o cuidador da criança, no casos dos berçários - for nativo na língua estrangeira.

O período de exposição do bebê à segunda língua também é considerado essencial para haver algum resultado.
"Uma escola de inglês [com aulas duas vezes por semana] não oferece um contato consistente com a língua.

O que propicia o aprendizado é o tempo de exposição", diz Ana Paula Mariutti, presidente da Organização das Escolas Bilíngues do Estado de São Paulo). (FABIANA REWALD)

Veja uma aula para bebês:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/928565-bebes-tem-aula-de-ingles-antes-mesmo-de-falar.shtml

Fonte: Folha de S. Paulo - Cotidiano - Domingo, 12 de junho de 2011 - Pg. C4 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1206201104.htm
______________________________

ANÁLISE

Futuro depende mais de disciplina que de ambiente multilinguístico

JOÃO BATISTA ARAUJO E OLIVEIRA*
ESPECIAL PARA A FOLHA

Vamos por partes. Primeiro, existe um período mais favorável ao aprendizado de línguas estrangeiras. O aprendizado natural de uma ou mais línguas traz benefícios e não prejudica o desenvolvimento da linguagem.

No primeiro ano de vida, para efeito de ouvir e falar, as crianças aprendem a selecionar sons familiares e descartar os demais. Até o terceiro ano, adquirem a estrutura sintática própria de cada língua.
O uso frequente de duas ou mais línguas tem outros efeitos conhecidos, como maior capacidade de julgamento sintático -por exemplo, a criança bilíngue tem mais facilidade de distinguir o que é uma frase gramaticalmente correta, mas semanticamente incorreta, e vice-versa.

Há indícios de que usuários de duas línguas têm menos chance de ter Alzheimer.
Mas tudo isso se aplica à aprendizagem natural num contexto de uso frequente.

Segundo, o cérebro é extremamente plástico. É capaz de aprender línguas com alto nível de proficiência em outras fases de vida e mediante uso de métodos apropriados.
É um pouco mais difícil aprender nuanças como a linguagem figurada; são raros os poetas que escrevem numa segunda língua. Mas não há danos irrecuperáveis para quem não aprendeu uma segunda língua no berço.

Terceiro, vale a pena? É uma questão de custo benefício: para quem nasce em um ambiente multilinguístico, aprender duas ou mais línguas é uma benção. Aos demais, não é uma maldição.

Há várias outras coisas que a família pode fazer para assegurar um futuro promissor aos seus filhos. Há muitos outros circuitos cerebrais que podem ser reforçados com um ambiente estimulador.
Um ambiente sem tóxicos, com segurança, estabilidade, carinho, disciplina que leve à autorregulação e, sobretudo, ler e conversar muito com as crianças desde o berço.

* JOÃO BATISTA ARAUJO E OLIVEIRA , psicólogo, é presidente do Instituto Alfa e Beta.

Fonte: Folha de S. Paulo - Cotidiano - Domingo, 12 de junho de 2011 - Pg. C4 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1206201105.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.