«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Roberto Urbina avalia a Teologia da Libertação no Cone Sul e Brasil


Entre os dias 12 e 15 de julho, Santiago do Chile receberá a Jornada Teológica do Cone Sul e Brasil. 
A Jornada é uma etapa preparatória e de mobilização para o Congresso Continental de Teologia (CCT), 
a ser realizado em São Leopoldo, RS, em 2012. 
O CCT tem como principal finalidade pensar os desafios e tarefas futuras 
da teologia da libertação na América Latina.

As Jornadas Teológicas serão realizadas em quatro regiões. A primeira foi realizada na Guatemala, para os países da América Central e Caribe. Após a Jornada do Chile, serão realizadas mais duas: uma na Cidade do México, para mexicanos e hispanos dos Estados Unidos; e outra em Bogotá, para os países andinos.

Para relatar os preparativos e as expectativas para o evento, Adital conversou com Roberto Urbina, membro da comissão organizadora da Jornada no Chile. Na entrevista, Roberto compartilha também sua avaliação sobre a Teologia da Libertação da região e as contribuições que podem ser geradas a partir da Jornada.

Eis a entrevista.

Como estão os preparativos e as expectativas para a Jornada do Cone Sul e Brasil, que será realizada em Santiago do Chile, de 12 a 15 de julho?

A proposta de realizar esta Jornada foi acolhida com muito interesse e entusiasmo porque oferece uma oportunidade de renovação e busca teológica que, até agora, foi pouco estimulada e, algumas vezes, até freada. Teólogos, professores de teologia e de ciências religiosas, biblistas e animadores comunitários de pastoral bíblica, professores de ciências sociais e naturais em várias universidades do país, estudantes de pós-graduação, são os principais inscritos até agora. Muitos deles procedem de universidades da região.

As Jornadas seguem os objetivos do Congresso Continental de Teologia, mas tem alguma especificidade, que será trabalhada no programa do encontro, que reflete uma característica própria da Teologia da Libertação nesta região? Que características seriam essas?

Estas Jornadas estarão vinculadas às universidades católicas e aos movimentos sociais. Um dos aspectos novos será o diálogo entre a teologia e as ciências naturais como a Física e a Biologia. Pretende-se, dentro de seus limites, recorrer a alguns dos grandes desafios que apresentam essas ciências e tentar respondê-los a partir da fé e da teologia, diminuindo assim, dentro do possível, a grande distância que tem existido entre ciências e fé.

Outro aspecto será a contribuição que a reflexão teológica pode realizar para a integração dos países do Cone Sul, pois estarão presentes representantes do Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile. Têm havido experiências significativas que se quer reforçar e destacar. Deseja-se contribuir desde a teologia e a doutrina social às relações de nossos países, não tanto do ponto de vista econômico e político, mas sim desde as bases, da cidadania e dos movimentos sociais.

Como é a metodologia de trabalho pensada para esta Jornada?

A metodologia mais clássica teria sido que estas Jornadas oferecessem o espaço para que teólogos expusessem suas teses e contribuições para a reflexão teológica e trocassem ideias sobre elas. Poderiam inclusive ter dado oportunidade para a participação aberta e para intercâmbios sobre essas exposições.

No entanto, para esta Jornada, estamos adotando uma metodologia mais desafiante: cremos, como afirma a Teologia da Libertação, que têm teólogos entre os animadores de movimentos populares, entre agentes pastorais e no nível acadêmico. Esta será uma oportunidade para que todos eles, juntos, coletivamente, reflitam contribuindo com seus olhares, suas experiências e suas projeções a partir dos temas específicos de cada Mesa de Trabalho.

Serão 10 mesas de trabalho, temáticas, das quais participarão todas as pessoas nestas Jornadas. As pessoas trabalharão durante os três dias, na mesa que elegeu, para produzir um informe de cada Mesa. Ao final, teremos os informes escritos e mais os textos de seis conferências que serão reunidos em um livro.

Qual a importância destes momentos de preparação para o Congresso Continental de Teologia (CCT)?

Olhares de diversos âmbitos em todos os países. Suscitar e recorrer a novas perguntas para a Teologia e elaborar propostas de reflexão e busca que possam ser sistematizadas no Congresso.

Como se avalia a situação da Teologia da Libertação no Cone Sul e Brasil?

Há uma grande diferença entre a Teologia da Libertação no Brasil e nos outros países. No Brasil, esta reflexão teológica está vigente até hoje com uma presença visível e, às vezes, oficial, vivida nas bases rurais, urbanas e sindicais, e apoiada por teólogos reconhecidos, agentes pastorais e um número significativo de bispos. Nos outros países, esta teologia tem um perfil menos influente, mas segue vigente em grupos e comunidades. Depois de Aparecida, estão tendo um maior protagonismo.

Quais são os principais objetivos para a Teologia nesta região? Como a Jornada pode contribuir para avançar na perspectiva de superá-los?

Abrir um novo horizonte no diálogo da fé com a realidade social, cultural, ambiental e econômica da região é o principal desafio. Um diálogo que permita avançar na compreensão de que necessitamos encontrar novas perguntas, mais que novas respostas. Estas Jornadas contribuem para dar uma nova vigência às principais chaves do Concílio: o sacerdócio comum de todos fiéis que os constituem em Povo de Deus, uma fé imersa e inculturada no mundo dialogando vivamente com ele, crescente reconhecimento dos diversos rostos de Deus presentes hoje.

Fonte: ADITAL - Notícias da América Latina e Caribe - 27/06/2011 - Cone Sul - Internet: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=92&cod=57788

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