«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

MACONHA - LEGALIZAR, NEM PENSAR! [Opinião de quem entende!]


RONALDO RAMOS LARANJEIRA e 
ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES

Maconha, além do tabu

Já existem drogas lícitas que favorecem o uso das demais, não é preciso disponibilizar nenhuma outra; legalizar a maconha, nem pensar!

Vive-se há pelo menos dez anos no Brasil "duas ondas" perigosas: a do aumento do consumo de todas as drogas de abuso, principalmente em jovens adultos, e um forte debate para um abrandamento ainda maior das leis em relação à maconha. Como os atores são poucos, a solução para o aumento do consumo e o aprofundamento do debate não têm sucesso, pois não atingem todas as dimensões do fenômeno.

Os dois fatores podem agravar a situação, preceder o abrandamento para consumo de outras drogas e confundir ainda mais a população.

Depois disso, só mesmo a legalização, e aí o número de usuários vai aumentar, uma porcentagem significante deles se tornará usuário pesado e, para aumentar o número deles, muito será investido.

O debate é simplório e produz um glamour sobre o uso recreacional, seguindo a mesma metodologia da indústria do álcool, cuja comunicação ambivalente mostra que a cerveja não faz mal, é natural, basta usar moderadamente; além do mais, é medicinal.

Mais parece uma campanha de marketing com personalidades, passeatas, filmes e várias inserções na mídia, visando lançar mais um produto, 
mas que não é um produto qualquer 
e que pode, sim, trazer prejuízos.

De um lado, expandem-se apenas os direitos individuais, de outro, publica-se, por meio da neurociência, a imprevisibilidade dos efeitos dessas drogas, cujo impacto vai além do indivíduo, atingindo toda a sociedade, e questiona-se o direito da maioria da população de não usar drogas.

Os argumentos para que não se abrande ainda mais a lei das drogas e muito menos se almeje a legalização são muitos. O fenômeno das drogas é complexo, assim como a solução; portanto, as etapas para entender o fenômeno, atualizar-se sobre suas implicações e preparar a sociedade para mudar seus pensamentos e comportamentos ainda estão muito longe de acontecer.

Todas as drogas psicotrópicas alteram a capacidade de decidir; assim, os jovens, que já não possuem essa função mental plena, decidirão ainda menos preparados.

Já existem drogas lícitas que favorecem o uso das demais, não é preciso disponibilizar nenhuma outra.


As complicações do uso são agudas e crônicas, 
com interfaces como a violência, a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada.
As doenças mentais e de comportamento, 
as doenças cardiovasculares, pulmonares, os cânceres, 
além das malformações congênitas, são frequentes.

Sem prevenção, sem tratamento adequado e disponível, diante da diversidade cultural do país, a política deveria ser desenhada para cada droga, para cada região.

Uma política para a maconha, que no Brasil já tem no mercado, há muito tempo, cigarros mesclados com cocaína, para produzir maior impacto no "freguês", deveria ser baseada em evidências e ter a mesma importância que as demais.

É preciso lembrar que a economia das drogas é uma das três maiores economias do planeta. Enfim, debater é preciso, de forma equilibrada e permanente, com todos os atores disponíveis: políticos, pesquisadores, o usuário e seus familiares, além de outros representantes da sociedade civil.

Fundamentalmente, com foco em um modelo de proteção para crianças e adolescentes brasileiros, pelo direito à prevenção de drogas; se o problema já estiver instalado, pelo direito a um bom tratamento.

Legalizar, nem pensar!

* RONALDO RAMOS LARANJEIRA é professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Instituto Nacional de Políticas sobre Álcool e Drogas (Inpad/CNPq).
ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES, doutora pela Unifesp, é pesquisadora do Inpad/CNPq.

Fonte: Folha de S. Paulo - Opinião - Quinta-feira, 23 de junho de 2011 - Pg. A3 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2306201107.htm

10 comentários:

  1. Não vejo por que de não legalizar, é provado que as drogas legais fazem mais mal tanto para o usuário quanto para a sociedade do que a maconha, um exemplo disso é o álcool.

    A ilegalidade da maconha já se mostro a anos ineficiente, e por isso já passou da hora de repensar sobre isso, não venha dando argumentos moralistas sem fundamentos não, por favor !

    Grato.
    Rafael; adolescente sem "capacidade de decidir".

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  2. A ineficiencia do governo nao justifica a legalização.

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  3. Alguém ai já fumou antes de fazer esse quadro? A teoria de vocês está longe e completamente desconectada da prática. Antes de divulgar qualquer conhecimento que seja, experencie antes para ter total certeza do que está falando se aplica na prática também! Pessoas com a mente fechada é isso mesmo... tende sempre continuar na mesma e nunca expandir a percepçao, tornando assim a mente coletiva por tempos a causadora do todo o sofrimento da humanidade. Por favor, abram-se para O NOVO MUNDO, para UMA NOVA VISÃO!!! Parem de pensar como pessoas conversadoras!!! Pessoas conservadoras não vão ter espaço na Terra e esse acontecimento está chegando cada vez mais perto. Opinião de conservadores que acreditam e seguem uma mente coletiva Burra! JAH BLESS!!!

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  4. Por isso que não dá para pôr um padre, alguém que se baseia em um livro sem qualquer fundamento, para discutir questões científicas! É evidente que o texto está desconexo com a realidade e que nada se entende sobre drogas ou maconha aqui. Diversas drogas na farmácia, ou até mesmo o álcool e o cigarro, oferecem riscos EXTREMAMENTE maiores à sociedade e à saúde. É uma TREMENDA ignorância, se referir à maconha desta maneira. Se ela for legalizada e tirada das mãos dos traficantes, além de auxilios para saúde, conforme COMPROVAM estudos, tirará INÚMEROS jovens de perto do tráfico, do crime e de outras drogas! Aconselho a buscarem artigos científicos, antes de passarem a vergonha de tecer tantas bobagens..

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    1. E não quer dizer com isso, que todo mundo tem que sair fumando a maconha em excesso. A evolução está em tratar as substâncias com maturidade, encarando o que é prol e o que é contra! E fazer isso, acompanhando os estudos científicos que vão surgindo!!!

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    2. Caríssima Paula, eu não vejo que os autores desta matéria que publiquei em meu blog sejam leigos no assunto e incompetentes para tratarem dessa questão, como você afirma! Repito, aqui, o currículo deles:
      * RONALDO RAMOS LARANJEIRA é professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Instituto Nacional de Políticas sobre Álcool e Drogas (Inpad/CNPq).
      ANA CECILIA PETTA ROSELLI MARQUES, doutora pela Unifesp, é pesquisadora do Inpad/CNPq.
      A maconha prejudica, sim, e muito a saúde!!! E isto, não sou eu, um padre, que afirma, mas a própria ciência a qual você tanto gosta de se referir.
      Agora, a discussão da sua legalização ou não é algo a se refletir com mais calma, lucidez e racionalidade, ok? Mas, obrigado por expressar a sua opinião. Respeito-a, apesar de não concordar com ela.

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  5. Concordo que há prós e contras. Mas alucinações?
    Está fora de contexto a matéria acima. Não duvido que sejam pessoas formadas que se esforçaram em sua jornada. Mas as propostas acima são preconceituosas e antiquadas, além de sensacionalistas.
    Estou calma, provavelmente vc quem se exaltou ao ler minha mensagem. Sempre busco estudar um assunto com lucidez e racionalidade, por isso não me baseio em livros fictícios e milenares ;)

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  6. Legalização não é o termo adequado. Mas DESCRIMINALIZAÇÃO! Tirar a maconha do tabu social das últimas décadas, usar os estudos que foram feitos com ela nos últimos anos, e aproveitá-la a favor da humanidade.
    Racionalidade provém de estudos que não se baseiam em fé, naquilo q não se pode provar. Racionalidade é vc encarar as coisas com os FATOS, com aquilo que, não importa no que vc acredita, aquele FATO é COMPROVADO, não importa o que vc ache ;)
    Racionalize um pouco mais! Não falo por mal. A sociedade tem que aprender a ir atrás de conhecimento, e não observar só um lado da moeda, empoeirado ainda por cima...

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  7. Assista esse video, por favor.


    https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=J58YUol_PiA

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  8. Cientistas brasileiros e estadunidenses descobriram que o cérebro fabrica uma proteína que age como maconha em receptores específicos do próprio órgão. A descoberta pode ajudar em pesquisas que buscam entender como a maconha funciona no controle de dor, no estímulo de apetite e para prevenir o uso indevido da droga.
    “Achamos que as descobertas poderão ajudar na fabricação de remédios que promovam efeitos similares aos da maconha, mas sem correr o risco de viciar a pessoa na substância” explica Lakshimi Devi, do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Nova York. “Será útil ter um remédio capaz de bloquear o receptor THC do cérebro”.

    Os cientistas chegaram as suas conclusões retirando pequenas proteínas do cérebro de ratos, chamadas de peptídeos, e determinando a seqüência de seus aminoácidos. A substância foi comparada com outro peptídeo, conhecido por bloquear, e não ativar, o receptor THC do cérebro – que recebe os efeitos da maconha.
    No ano passado, cientistas descobriram que nossa pele produz uma substância que age como maconha. Agora foi identificada essa propriedade em nosso cérebro. De acordo com os pesquisadores que lideraram os estudos, estamos mais perto de acabar com o vício pela substância e tirar “uma boa lição” médica da situação.

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