«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

OS ATUAIS ESTRATOS SOCIAIS NO BRASIL

Classes C, D e E reúnem 68% dos brasileiros

MÁRCIA DE CHIARA

Essa é a estratificação do Brasil de acordo com o novo critério de classificação social

Wagner Antônio Kamakura - Rice University
Um dos idealizadores do novo critério de estratificação social
Há mais brasileiros que pertencem às camadas de menor renda - C, D e E - nas nove regiões metropolitanas do País do que às classes mais ricas, A e B. Essa é a estratificação do Brasil que se configura pelo novo critério de classificação social da população, o Critério Brasil, adotado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep). A nova métrica, mais minuciosa do que a anterior que está em uso desde 2008, começa a valer a partir de janeiro de 2015 para todas as pesquisas de mercado feitas no País.

Pelo novo critério, 68% dos brasileiros são das classes C e D, ante 63% pela estratificação antiga. Em contrapartida, diminuiu de 37% para 32% a fatia dos mais ricos, que pertencem às classes A e B. "Isso não significa que o brasileiro tenha empobrecido, mas pelo novo critério ficou mais difícil estar nas camadas de maior renda. Mudamos a régua", afirma o coordenado do Comitê do Critério Brasil, Luís Pilli.

O Critério Brasil de estratificação social da população foi formulado pelos professores brasileiros Wagner Kamakura, da Rice University, dos Estados Unidos, e José Afonso Mazzon, da FEA/USP. Essa nova métrica leva em conta não apenas:
  • a renda das famílias,
  • mas principalmente a posse de bens,
  • o tipo de moradia,
  • o nível educacional e
  • o acesso a serviços públicos, como saneamento e ruas pavimentadas.
Ao todo são 35 variáveis avaliadas para se chegar ao estrato social.

Pilli explica que a intenção de criar um modelo que considera vários elementos, não apenas os valores monetários que as pessoas embolsam, é tentar tirar uma fotografia da renda permanente das pessoas.

O conceito de renda permanente foi introduzido pelo economista americano Milton Friedman no qual ele considera a renda corrente, isto é o que entra no bolso das pessoas, ajustada às expectativas de quem a recebe.

De acordo com esse modelo de estratificação social, são atribuídos pesos e pontos à população, de acordo com o acesso a determinados bens e serviços, grau de instrução e uso de serviços públicos e tipo de moradia.

José Afonso Mazzon - professor da FEA/USP
Outro idealizador dos novos critérios de
estratificação social do Brasil
Sai TV

Pilli explica que várias mudanças foram feitas em relação ao Critério Brasil hoje vigente para obter um retrato mais próximo da realidade social. Itens como a posse de televisor, rádio e aspirador de pó foram eliminados, pois, de acordo com os formuladores do modelo, esses bens não refletem mais a posição social. Em compensação, passaram a ser considerados nessa avaliação a posse de
  • microcomputador,
  • lava-louça,
  • lava roupa,
  • motocicleta,
  • secadora,
  • forno de micro-ondas e
  • acesso a serviços públicos, como saneamento e pavimentação.
"Posse de microcomputador e acesso a serviços públicos têm pesos muito grandes", diz Pilli.

Na lista de quesitos foram mantidos itens como:
  • a posse de geladeira,
  • freezer,
  • aparelho de DVD,
  • automóvel,
  • banheiro,
  • ter empregado doméstico e
  • o nível de escolaridade do chefe da família.
O coordenador do comitê do Critério Brasil ressalta que alguns itens que já faziam parte do critério anterior foram mantidos, mas tiveram o peso aumentado. Entre eles, estão o número de banheiros existentes na moradia, a quantidade de automóveis e o número de empregados domésticos. Por causa do maior número de itens considerados nessa nova métrica, o total de pontos que a classe A pode atingir, se preencher todos os quesitos, é 100. Pelo critério anterior, e em vigor atualmente, o total de pontos é 46.

Além de agregar novos itens para avaliar a posição socioeconômica da população, o novo critério usa uma base de dados mais ampla que permite ter um retrato mais fiel do País. "O banco de dados mudou: agora passamos a usar a POF (Pesquisa de Orçamento familiar) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de abrangência nacional. Antes, era usado o levantamento do Ibope que considerava dados das nove regiões metropolitanas." Pilli observa que, apesar de 40% a 45% do consumo estar concentrado nas nove regiões metropolitanas, o dinamismo da economia brasileira está andando mais rápido fora desses polos.

Dois “Brasis”

Por causa do universo maior de dados do novo critério, que tem âmbito nacional, só é possível fazer comparações entre a estratificação social nova e a velha para as nove regiões metropolitanas.

Segundo Pilli, o que chama atenção pela estratificação social no novo critério é que, na prática, existem dois "Brasis" em termos de perfil de classes sociais. Um deles é formado pelas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Nessas três regiões, a metade da população pertence à classe C, cerca de 30% são das classes A e B e uma pequena parcela é de classe D. "O Centro-Oeste, por causa da riqueza gerada pelo agronegócio e também em função da capital federal, já se aproxima da estratificação social das regiões mais ricas do País", observa.

Já as Regiões Norte e Nordeste mostram a outra face do Brasil. De acordo com o novo critério, quase a metade da população dessas duas regiões são da classe de menor renda, a classe D. Na Região Norte, 42% da população pertence à classe D e no Nordeste essa fatia chega 47%. Já as classes mais ricas, A e B, representam 16% na Região Norte e 13% no Nordeste. "Esses resultados mostram que o Brasil ainda é muito desigual", afirma Pilli, ressaltando, no entanto, que houve nos últimos anos ganhos de renda.

Pelo novo critério, no País como um todo, 75% da população pertence às classes C (48%) e D/E (27%) e um pouco mais de um quarto integra as camadas mais ricas. Por essa métrica, a classe A representa 3% e a classe B responde por 23%.
 
Confira gráficos explicativos, clicando aqui.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia – Terça-feira, 9 de dezembro de 2014 – Pg. B7 – Internet: clique aqui.

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