«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O fantasma da dívida do Brasil volta a assombrar

Para BIS, dívida alta pode “parar” emergentes

Jamil Chade

Desvalorização cambial elevou endividamento das empresas desses países; Brasil tem a segunda maior dívida, atrás apenas da China 
ELEVADA E REPENTINA QUEDA DAS AÇÕES NA BOLSA DE XANGAI (CHINA)
preocupa os Bancos Centrais do mundo todo!

A desvalorização do real diante do dólar e o acúmulo de dívidas na moeda americana pelas empresas brasileiras nos últimos anos podem fazer a economia do País “parar”. O alerta é dos principais bancos centrais do mundo que, reunidos desde ontem em Basileia, na Suíça, apontam para o impacto da variação cambial nos investimentos nos países emergentes.

Em um documento sobre a análise da dívida em dólar nos emergentes, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) mostra que, se por anos o crédito na moeda americana foi barato e farto para muitos países, a mudança no cenário internacional e a desvalorização de suas moedas tornou a dívida um obstáculo para o crescimento dessas economias.

Ao final de 2015, um total de US$ 9,8 trilhões foi emprestado para o setor empresarial fora dos Estados Unidos da América (EUA), um volume recorde. Desse total, o que chama a atenção do BIS é o volume de empréstimos aos mercados emergentes: US$ 3,8 trilhões. Isso ocorreu, segundo os economistas, porque o dólar se depreciou por anos, o que tornava o empréstimo no exterior um alternativa viável. Com a inversão na curva no Brasil e em outros emergentes, o BIS aponta que muitos projetos podem “parar” ou serem “revertidos”.

Na avaliação da entidade, que serve como o banco central dos bancos centrais, os investimentos corporativos [realizados por empresas, não pelos governos] têm sido fundamentais no crescimento das economias emergentes nos últimos dez anos. Se essa tendência perde força por conta de um dólar mais caro, o resultado será uma economia em sérias dificuldades para crescer.

O BIS cita especificamente o caso brasileiro. Segundo o banco, os empréstimos entre empresas foram triplicados entre 2009 e 2015, passando de US$ 67 bilhões para US$ 206 bilhões. “Papéis brasileiros offshore e em dólar também triplicaram, de US$ 34 bilhões para US$ 107 bilhões”, alertou. No total, considerando também empresas não residentes, o total da dívida das empresas no Brasil atingiu US$ 322 bilhões. O valor seria o segundo maior entre os emergentes, perdendo apenas para a dívida da China denominada em dólares, avaliada em US$ 1,1 trilhão.

“Metade do fluxo de investimentos diretos entre empresas ao Brasil pode representar a substituição de dívidas em dólar com baixo rendimento por dívidas na moeda doméstica com alto rendimento”, apontou o BIS.

O BIS chega a citar o caso da PETROBRÁS como um exemplo de empresa que captou no exterior, se endividou em dólar e, agora, é obrigada a pagar mais caro, diante da desvalorização do real. “A Petrobrás seria um exemplo”, aponta o banco. “Para pagar pelos custos de desenvolvimento do petróleo offshore diante da queda no fluxo de recursos por conta dos preços domésticos controlados de energia, a estatal brasileira ampliou sua dívida em dólares em 2009-2014.” Segundo o BIS, a empresa fez ofertas “de não menos de US$ 8 bilhões”.

O BIS admite que as dívidas em dólares cresceram a um ritmo menor em 2015, em comparação a 2013 e 2014. As emissões líquidas dos emergentes despencaram no segundo semestre do ano passado, de US$ 41 bilhões no segundo trimestre para apenas US$ 5 bilhões entre julho e setembro. Mas em cinco dos 12 mercados emergentes examinados, entre eles o Brasil, a emissão se tornou negativa no segundo semestre de 2015.

China

Apesar de a crise no Brasil estar no foco dos economistas do BIS, o principal tema da reunião que termina hoje tem sido o impacto da China na economia mundial. O alerta dos BCs é de que uma economia chinesa que dê sinais claros de queda pode frustrar os planos europeus e americanos de consolidar suas recuperações.

As recentes turbulências em Pequim mostram, segundo os BCs, que a segunda maior economia do mundo está com sérias dificuldades e, pior, com dificuldades também para agir.

Um dos principais nomes na reunião na Basileia era Zhou Xiaochuan, presidente do BC chinês e alvo de todas as atenções. A incerteza sobre os rumos da economia em Pequim foram ampliados depois das intervenções do BC chinês consideradas como “confusas” pelos demais xerifes das finanças internacionais.

Ontem, os reguladores chineses emitiram um comunicado para apontar que seu sistema financeiro é “estável e saudável”. Mas, em um ano, as reservas externas na China caíram em mais de US$ 500 bilhões, embora analistas apontem que o valor não é ainda uma fonte de preocupação diante das reservas originais de mais de US$ 3,3 trilhões.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia – Segunda-feira, 11 de janeiro de 2016 – Pg. B3 – Internet: clique aqui.

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