«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 8 de março de 2016

Como se decide o futuro!

Pensando sobre Trump

MOISÉS NAIM
Escritor venezuelano e membro do Carnegie Endowment - Washington

Uma decisão sobre Hillary pode converter o FBI no
grande eleitor de novembro
JAMES COMEY
O atual diretor do FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos) poderá ter papel decisivo
nestas próximas eleições presidenciais norte-americanas

Terá o FBI nestas eleições americanas o mesmo papel que teve a Suprema Corte nas eleições de 2000? Naquelas eleições, a intervenção do tribunal determinando a suspensão da recontagem de votos na Flórida levou George W. Bush à Casa Branca e mandou Al Gore para casa.

Dos nove juízes da Corte, cinco votaram a favor da suspensão e quatro, contra, o que deu a Bush a vitória naquele Estado e com os votos necessários para ganhar de Gore nas eleições nacionais. Sabemos o que veio depois. Por um voto de diferença na decisão da Suprema Corte.

Que tem isso a ver com as eleições presidenciais deste ano? Se, em 2000, a Suprema Corte foi a instituição que determinou na prática quem seria o presidente dos Estados Unidos, este ano o grande eleitor poderá ser o diretor do FBI, James Comey.

Sua organização está investigando se, como secretária de Estado, Hillary Clinton comprometeu a segurança nacional ao enviar mensagens confidenciais do governo por seu sistema particular de correio eletrônico. Se o FBI decidir abrir processo contra Hillary por esse motivo, naturalmente, a desabilitará como candidata.

E, ocorrendo isso, é muito provável que Donald Trump seja o próximo presidente dos Estados Unidos. Qual será a decisão de Comey?

Obviamente, uma vitória de Trump não se deverá apenas a que o FBI desqualifique sua rival, mas também aos milhões de americanos que votam nele seduzidos por sua mensagem, estilo e promessas. E também enganados por suas mentiras.

A marcha aparentemente impossível de deter de Trump rumo à candidatura presidencial pelo Partido Republicano disparou alarmes entre líderes republicanos, como Mitt Romney, que já fez duros ataques ao empresário e candidato.

Também começam a se levantar vozes que chamam atenção sobre as falhas dos meios de comunicação por não haverem sido mais diligentes no escrutínio do controvertido passado de Trump, não exporem ante a opinião pública suas mentiras e não porem em evidência a inviabilidade de suas políticas.
HILLARY CLINTON
tem grandes chances de tornar-se a candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos,
seria, também, a única capaz de vencer Donald Trump

Philip Bennett, respeitado jornalista e professor da Universidade Duke, argumenta que a falha dos meios de comunicação no caso de Trump só é superada pelo fracasso deles em investigar a fundo se era certo que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa, como afirmava o governo de George W. Bush para justificar a invasão do Iraque. “Essa cegueira jornalística no caso de Donald Trump não deveria ocorrer na era da internet, das novas tecnologias que permitem basear reportagens em grandes bancos de dados ou motores de busca pelos quais se pode verificar uma afirmação simplesmente teclando umas poucas palavras num computador”, afirma Bennett.

Entretanto, e independentemente da falha da mídia ao permitir que milhões votem acreditando em coisas que são claramente falsas, o certo é que o grande protagonista, nem bem compreendido nem bem conhecido desta campanha não é Donald Trump. São os eleitores aos quais não parecem importar os dados, informações, evidências e constatações inquestionáveis que põem em dúvida a integridade ou a sinceridade de seu candidato.

As explicações mais comuns descrevem os eleitores de Trump como “irritados”, “fartos dos políticos” e majoritariamente “brancos com baixo nível de escolaridade”. Ainda que essas características dos simpatizantes de Trump possam ter alguma base nas pesquisas, o certo é que também são claramente superficiais e insuficientes. Os eleitores de Trump são mais complexos que isso. Têm muito em comum, por exemplo, com aqueles que apoiam os movimentos populistas que ganharam força na Europa e outras partes – e são encontrados tanto na esquerda quanto na direita.

O mais interessante de Trump como produto político não é a excepcionalidade, mas a forma comum com que ocorre nestes tempos de antipolítica. Os “terríveis simplificadores” proliferam quando cresce a incerteza e a ansiedade social, tornando-se hoje uma tendência global. Estão em toda parte. Mas Trump é a mais perigosa manifestação da tendência. E isso não é excepcional.

Traduzido por Roberto Muniz.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional / Visão Global – Terça-feira, 8 de março de 2016 – Pág. A10 – Internet: aqui.

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