«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Quer parar de fumar?

Jairo Bouer
Psiquiatra

Parar de fumar de uma só vez talvez seja menos trabalhoso
do que a diminuição gradual
 
É bem verdade que em tempos de crise, quer seja ela econômica, política ou emocional, fica muito mais difícil abandonar o cigarro. Para os fumantes do País talvez este seja um péssimo momento para tomar essa decisão, uma vez que o que se viu por aqui na semana passada é de deixar qualquer brasileiro com os nervos à flor da pele. Mas, vamos lá, esperando contribuir para a saúde física e mental de quem anda propenso a buscar dias melhores, algumas novas pesquisas prometem ajudar.

O primeiro trabalho, feito pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, revela que parar de fumar de uma vez é um método 25% mais efetivo para conseguir o sucesso do que ir fazendo uma diminuição progressiva. O estudo foi publicado no periódico Annals of Internal Medicine e divulgado pelo site da BBC Brasil.

Os cientistas acompanharam 700 pessoas, divididas em dois grupos (interrupção gradual e parada abrupta), que estavam tentando parar de fumar. Todas receberam acompanhamento especializado e podiam obter terapias de reposição de nicotina (adesivos, sprays ou chicletes) gratuitamente no sistema público de saúde (NHS). Seis meses depois de tentar largar o cigarro, cerca de 15% do grupo de interrupção gradual continuava sem fumar. Já no grupo da parada abrupta, 22% seguiam livres do tabaco.

No Brasil, apesar de uma queda importante no número de fumantes nos últimos anos (cerca de 30% só na última década), os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que cerca de 11% dos brasileiros adultos ainda fumam no Paísmais de 20 milhões de pessoas.

Bom lembrar que parar de fumar é jogo duro, mas não impossível. Por conta própria, sem nenhuma forma de ajuda, de 1% a 2% das pessoas conseguem sucesso no longo prazo. Com apoio e uso de reposição de nicotina (como no estudo britânico), as chances se ampliam em 10 a 20 vezes. Com os medicamentos mais específicos (bupropiona, vareniclina), que diminuem o “craving” (a vontade incontrolável) de fumar, essa taxa fica ainda mais alta.

É claro que parar de uma só vez exige esforço e comprometimento iniciais maiores, mas no longo prazo talvez seja menos trabalhoso do que ir administrando a diminuição gradual.
Relações sociais

Outro estudo britânico da semana passada, da Universidade de Dundee, sugere que adolescentes mais sociáveis são menos propensos a fumar, beber e usar outras drogas. Mais de 1 mil estudantes de 13 a 17 anos foram avaliados e, quanto mais fortes eram as conexões com família, colegas de escola e amigos, menores as chances de abuso de substâncias. O trabalho foi publicado no British Journal of Developmental Psychology e divulgado pelo jornal Daily Mail.

Entre os jovens que não se relacionavam bem em casa, na escola e na rua, 24% já haviam experimentado o cigarro. Entre os que se socializavam de forma adequada, esse índice era de menos de 9%.

Em um estudo anterior do mesmo grupo de pesquisadores também foi identificada uma correlação entre problemas de socialização e dificuldades emocionais, o que poderia até explicar a maior busca por álcool, tabaco e drogas entre esses adolescentes. De qualquer modo, parece que, quanto maior a rede de contatos sociais e habilidade em formar vínculos, melhor a proteção contra o abuso de substâncias.

Vacina contra nicotina?

Uma nova esperança poderá estar disponível no arsenal de recursos contra o cigarro nos próximos anos. Uma equipe da Universidade de Scripps, na Califórnia, nos Estados Unidos, está testando, ainda em animais, uma espécie de vacina que ajuda a diminuir os efeitos da nicotina no cérebro. O trabalho foi publicado no Journal of Medicinal Chemistry e divulgado pelo Daily Mail.

O produto aumenta o nível de anticorpos que se ligam às moléculas de nicotina, retardando os seus efeitos no organismo, e, assim, diminuindo a vontade de fumar um novo cigarro. A nova terapia poderia, além de ser mais efetiva, provocar menos efeitos colaterais do que os remédios atuais. É esperar para ver!

Fonte: O Estado de S. Paulo – Saúde – Domingo, 20 de março de 2016 – Pág. A20 – Internet: clique aqui.

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