«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Um discurso imoral ! ! !

A culpa dos outros

Editorial

São inacreditáveis o cinismo e a irresponsabilidade de Lula
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Acossado pela ameaça cada vez mais concreta de amargar um melancólico fim de carreira atrás das grades, Luiz Inácio Lula da Silva perdeu a noção do ridículo e abriu mão da responsabilidade imposta por sua condição de líder popular. Lula protagonizou na quarta-feira passada [23 de março], em São Paulo, um comício em recinto fechado dirigido a líderes das centrais sindicais – todos identificados com pulseiras brancas atadas ao pulso direito – aos quais transmitiu importante palavra de ordem: a Operação Lava Jato é um dos principais responsáveis pela crise econômica, particularmente pelo aumento do desemprego e pelo consequente “pânico criado na sociedade brasileira”. Mas garantiu que, se o Congresso Nacional tiver “seis meses de paciência”, ele, Lula, produzirá o milagre de transformar o Brasil no “País da alegria”.

Afirmou Lula: “Essa operação de combate à corrupção é uma necessidade para esse país. Mas eu acho que vocês deveriam procurar a força-tarefa, o juiz, para saber o que eles estão discutindo sobre quanto essa operação já deu de prejuízo para este país. Será que não dá para combater a corrupção sem fechar as empresas? Já ouvi falar R$ 200 bilhões, R$ 250 bilhões de prejuízo”. E acrescentou: “Quando isso terminar, você pode ter muita gente presa, mas pode ter muita gente desempregada nesse país. Vocês têm que procurar a força-tarefa e perguntar se eles têm consciência do que está acontecendo nesse país”.

São inacreditáveis o cinismo e a irresponsabilidade de Lula. O subtexto de seu discurso é claro, ao estabelecer uma hierarquia entre valores como o COMBATE À CORRUPÇÃO e os INTERESSES DOS ASSALARIADOS, sugerindo que estes devem prevalecer sobre aqueles, como se fosse impossível a solução óbvia de compatibilizá-los. Lula quer induzir as lideranças sindicais a enxergar o combate à corrupção como prejudicial à “classe operária”. Quer ver os trabalhadores na rua atacando a Lava Jato e o juiz Sergio Moro e defendendo, na verdade, a impunidade dele, Lula, afastando os riscos de ter de pagar por ilicitudes que possa ter praticado em relações promíscuas com a elite representada pelos empresários e executivos corruptos das maiores empreiteiras de obras públicas do País.

As sucessivas derrotas de Lula, Dilma e o PT nos tribunais – só até certo ponto aliviadas pela decisão do ministro Teori Zavascki de manter o ex-presidente momentaneamente fora da jurisdição do juiz Sergio Moro – estimularam o lulopetismo a partir para um vigoroso ataque no campo político. Faz parte dessa estratégia, além dos recentes e frequentes pronunciamentos de Dilma Rousseff em atos públicos programados com esse objetivo, também a intensa agenda de encontros de Lula com lideranças políticas e com as chamadas “bases populares” do PT. A capacidade de mobilização dos petistas e das entidades e organizações sobre as quais o partido mantém forte influência já não é a mesma de tempos atrás, quando o PT e seus líderes eram exemplos de virtude, mas ainda é o trunfo mais valioso com os quais Dilma e Lula contam hoje para se livrarem do impeachment e da cadeia.

Essa estratégia, que se por um lado tem obrigado Dilma à tarefa ingrata de se haver com suas enormes dificuldades de manejar a língua e a lógica – na quinta-feira acusou a oposição de “criar motivos inexistentes” para atacá-la –, por outro lado coloca Lula exatamente no lugar em que se sente mais à vontade: o palanque. Eventualmente, o picadeiro, considerando a risível promessa de criar o “País da alegria” no fantástico prazo de seis meses.

Mas Lula acha que pode tudo, até mesmo considerar-se mais poderoso do que nunca, apesar de estar na incômoda situação de enfrentar entraves na Justiça para assumir o cargo de ministro e ficar a salvo das “perseguições” de Sergio Moro. Lula preferiria, é claro, livrar-se do magistrado que se tornou herói nacional por ousar tratá-lo, e a muitos outros poderosos, como cidadãos iguais perante a lei. Do alto de sua soberba, Lula continua se achando mais igual do que todo mundo e fala como se fosse o chefe do governo – o que, de fato, é, depois que Dilma Rousseff se dobrou a todas as suas exigências, no desespero de salvar um mandato que não exerce.

Se você não acredita, assista ao vídeo com o discurso de Lula e, depois,
a reação indignada do presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República,
Sr. José Robalinho Cavalcanti:


 Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Sexta-feira, 25 de março de 2016 – Pág. A3 – Internet: clique aqui.

REAÇÃO INDIGNADA:

Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República,
Sr. José Robalinho Cavalcanti

«Relacionar a Lava Jato com corrupção ou com impactos econômicos é a mesma coisa de culpar o médico por localizar e tentar tratar um câncer ou o policial que por acaso encontrou um cadáver na rua por um homicídio.
Isso não faz nenhum sentido.
A situação econômica do país deriva de decisões econômicas e de gestão, que não cabe a nós discutir, mas que nada têm a ver com a Lava Jato, a situação da própria Petrobras deriva de decisões de gestão que também nada têm a ver com a Lava Jato», afirmou.

Fonte: Portal G1 – Jornal Nacional – Edição do dia 24/03/2016 – Publicado no site em 24/03/2016 – 21h32 – Atualizado em: 24/03/2016 às 21h55 – Internet: clique aqui.

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