«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 22 de março de 2016

O que poderá vir após o impeachment de Dilma?

Cunha, Temer e Gilmar

José Roberto de Toledo
CONGRESSO NACIONAL EM SESSÃO CONJUNTA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E SENADO
Temos 271 Deputados Federais enfrentando algum tipo de acusação criminal!
É nas mãos deles que está o destino da Nação!!!

Pelo calendário de Eduardo Cunha, a comissão do impeachment deve receber a defesa de Dilma Rousseff, analisá-la e votar um parecer até 11 de abril. Se passar na comissão, o pedido de impeachment poderá ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados logo em seguida. Aprovado lá, o Senado tende a virar apenas um carimbo burocrático. Logo, pelo Plano Cunha, a crise acabaria em três, quatro semanas. É a trilha coreografada pelo dueto PMDB-PSDB. Mas o fim desta crise é só o começo da próxima.

O impeachment tocado a toque de caixa pelo denunciado Cunha em uma comissão com dezenas de investigados e, finalmente, aprovado por um plenário onde - como lembra o [jornal] The New York Times - 271 deputados enfrentam acusações que vão da fraude ao homicídio é uma admirável obra de engenharia política. Quisera o Metrô paulista e as obras do PAC andassem com a mesma velocidade. Se essa é a luz no fim do túnel, o que há do outro lado dele?

O governo Temer - porque, com exceção de Marina Silva e sua Rede, nenhum outro ator político topa se arriscar em uma nova eleição presidencial agora. Nem quem diz que sim. Em caso de dúvida, ver o desempenho cadente de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra (os presidenciáveis que, por ora, estão no PSDB) nas mais recentes pesquisas do Datafolha. Para quem não confia em estatísticas, é só lembrar como os dois primeiros foram tratados por manifestantes durante os protestos de 13 de março.

Para se erguer, o governo Temer precisará, necessariamente, lotear cargos e ministérios para a maior quantidade de partidos que toparem encarar essa empreitada. Se conseguir comprometer as 25 siglas com representação no Congresso, tanto melhor. Até o PT? Não será por falta de convite. Os empreiteiros do novo governo se verão diante de contradições de difícil superação.
MICHEL TEMER (PMDB - SP)
O vice-presidente da República assume caso Dilma receber o impeachment, mas não estará tranquilo,
pois ele também está sendo investigado devido ao financiamento da chapa Dilma-Temer!

A primeira delas, produzir a retomada do crescimento econômico e realizar um ajuste fiscal ao mesmo tempo. Ou seja, cortar gastos públicos e fomentar investimentos. Talvez o espírito animal dos capitalistas desperte após o eventual impeachment. Atender à expectativa de dois terços da população pelo fim do governo Dilma produzirá uma onda de otimismo. Mas por quanto tempo?

Dependerá de o novo governo conseguir mostrar serviço logo. Não é nada fácil. Após o impeachment de Fernando Collor, o governo Itamar Franco queimou três ministros da Fazenda antes de nomear Fernando Henrique Cardoso [FHC]. E o próprio FHC precisou de mais um ano para engendrar e colocar em prática o Plano Real.

Com o agravante, no caso de Temer e companhia, de que não havia a politização do Judiciário que há hoje. Procuradores não faziam comícios, juízes não faziam passeata e ministros do Supremo Tribunal Federal só falavam nos autos - não nos alto-falantes. Durante o governo Itamar, Sérgio Moro era estudante de Direito, delação premiada não era legal e não havia processo de cassação da chapa que elegera o vice correndo na Justiça Eleitoral.

Essas novidades não são inconsequentes. Se empossado, Temer será o presidente com um olho no Supremo e outro do Tribunal Superior Eleitoral. A pessoa mais poderosa da República não será ele, mas alguém de toga. Gilmar Mendes deve assumir a presidência do TSE dias após Temer - pelo Plano Cunha - mudar-se do anexo para o Palácio do Planalto. Gilmar ditará o ritmo do processo contra o eventual novo presidente. Pode sentar em cima ou apressá-lo.

Se Temer não se comportar, se arriscará a ter o mesmo fim da antecessora. Imaginando-se que essa hipótese só aconteceria após 31 de dezembro, significa que o sonho dos parlamentaristas enfim se tornaria realidade. Caberia aos 271 investigados da Câmara, seus equivalentes no Senado e o resto dos congressistas escolherem um novo presidente - por eleição indireta.

Esse é o cenário otimista.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Segunda-feira, 21 de março de 2016 – Pág. A6 – Internet: clique aqui.

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