«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Jesuítas elegem o seu primeiro Superior Geral latino-americano

O venezuelano que sabe “ler o mundo”,
este é o novo “Papa negro” dos jesuítas

Redação

A Companhia de Jesus elegeu o seu primeiro líder latino-americano desde a sua fundação em 1540, um venezuelano que mora em Roma cujo passado curiosamente faz paralelo com o do primeiro papa jesuíta.
PE. ARTURO SOSA ABASCAL - Novo Superior-Geral dos Jesuítas

Foi eleito na manhã de sexta-feira, 14 de outubro, o novo Superior Geral da Companhia de Jesus. Trata-se de Arturo Sosa, venezuelano. Tomaram parte na eleição 212 delegados representando os quase dezessete mil jesuítas do mundo, reunidos em Roma na Cúria Geral, a poucos metros dos muros do Vaticano.

Ele nasceu em Caracas, no dia 12 de novembro de 1948. Fez o curso de Filosofia na Universidade Católica de Andrés Bello, Caracas e o curso de Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma. É doutor em Ciências Políticas pela Universidade Central de Venezuela.

Foi diretor da Revista SIC, importante revista venezuelana de análise política, social e econômica, professor na Universidade Católica Andrés Bello, na Universidade Central de Venezuela e na Georgetown University, Washington, Estados Unidos. Igualmente foi superior Provincial da Companhia de Jesus na Venezuela de 1996 a 2004. Desde 2004 foi reitor da Universidade Católica de Táchira. Desde 2014 é membro do Conselho do Prepósito Geral da Companhia de Jesus.

Publicou vários livros sobre a democracia e a ditadura na Venezuela do século XX, o colonialismo e a emancipação na Venezuela, o pensamento político venezuelano.

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Papa Francisco e Pe. Arturo Sosa

Austen Ivereigh
Crux
14-10-2016

Da mesma forma como Jorge Mario Bergoglio, que dirigiu a dividida província argentina em meio à ditadura que ocorria no país na década de 1970, o Padre Arturo Sosa, SJ, 67 anos, foi o provincial dos jesuítas da Venezuela entre 1996 e 2004, quando havia tensões dentro de sua província ao longo da ditadura de Hugo Chávez.

Anteriormente à sua nomeação como provincial, Arturo Sosa esteve encarregado do apostolado social dos jesuítas na Venezuela, o que inclui a grande rede jesuíta escolar Fé e Alegria, que serve primeiramente aos pobres. Também foi o coordenador do Centro Gumilla de ação e investigação social, também jesuíta.

Em entrevista concedida em 2014, ele descreveu o regime autoritário do sucessor de Chávez, Nicolás Maduro, como uma “tirania popular”.

Especialista em ciência política e teoria política, tendo sido professor e pesquisador por vários anos e sendo uma pessoa que conhece o regime de Maduro em primeira mão, esta sua eleição parece destinada, em parte, a reforçar a mediação do Vaticano na situação que rapidamente se deteriora no país. [...]

Entre os postos acadêmicos de destaque que ocupou estão a sua atuação como membro do conselho fundador da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas, e reitor da Universidade Católica de Táchira. Lecionou e foi pesquisador em ciência política em muitos institutos e faculdades diferentes e, em 2014, trabalhou como professor visitante do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Georgetown, em Washington, DC.

Padre Arturo Sosa vinha atuando desde 2014 como o Delegado Geral para as Casas e Obras Internacionais da Companhia de Jesus em Roma, o que significa que era o responsável pela formação jesuíta e outras casas, incluindo a sede da congregação, ou Cúria Geral, e a Universidade Gregoriana.

Alguns dos 212 jesuítas eleitores de todo o mundo, a maioria delegado pelos quase 17 mil membros de todo o mundo, votaram na manhã desta sexta-feira para a escolha de um novo Superior Geral depois da renúncia do Padre Adolfo Nicolás.

Não está claro ainda quantas rodadas de votação foram precisas para elegê-lo, mas o resultado se soube depois de algumas poucas horas.

Os eleitores jesuítas passaram esta semana em murmuratio, discutindo entre si os méritos dos possíveis Gerais.

Pensa-se que Arturo Sosa seja o primeiro Superior Geral dos jesuítas a ostentar um bigode (embora muitos tenham tido barbas).

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Pe. Arturo Sosa (novo Superior Geral) e
Pe. Adolfo Nicolás (ex-Superior Geral) dos Jesuítas
Andrea Tornielli
Vatican Insider – La Stampa
15-10-2016

«É um homem que sabe ler o mundo». Os confrades definem assim Arturo Sosa Abascal.

«Eu tenho a sensação de ter necessidade de muita ajuda: começa agora um grande desafio - disse aos microfones da Rádio Vaticano - esta é a Companhia de Jesus, então, Jesus deve se esforçar, mesmo aqui, com a gente. Depois, confio nos companheiros que são tão bons. Este não é o trabalho de uma pessoa, é o trabalho do corpo da Companhia. Farei o meu melhor.»

Grande especialista em política e doutrina social da Igreja, além de espiritualidade, Sosa Abascal viveu a crise da revolução venezuelana de Hugo Chávez e analisou-a em artigos e escritos não afáveis ao regime. Conheceu e visitou o atual Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, núncio apostólico na Venezuela de 2009 a 2013. Encontrou padre Jorge Mario Bergoglio durante a 33ª Congregação Geral dos Jesuítas em Roma em 1983. E tornou a reencontrá-lo várias vezes nestes dois últimos anos.

Quem o conhece bem o define como «um verdadeiro líder», com grande capacidade de escuta e discernimento. Um homem afável e enérgico, com as ideias claras, que «sabe ler o mundo» e estudou em profundidade os mecanismos do poder político. Mas, também, explica ao jornal La Stampa padre Antonio Spadaro, diretor da revista Civiltà Cattolica, uma pessoa «de algo nível espiritual, que une o seu ser um homem de Deus a uma significativa estatura intelectual». Spadaro observa além disso como padre Sosa seja ao mesmo tempo um «homem de governo». [...]

«Francisco – disse padre Federico Lombardi – conhece padre Sosa e há já uma boa base de comunicação. O Papa foi o primeiro no mundo a ser informado, está muito contente, deu a sua bênção e manifestou a sua alegria pela eleição. Certamente, o fato que seja da América Latina é interessante. Os últimos três eram europeus que viveram na Ásia. A Companhia de Jesus [Jesuítas] tem um olhar não eurocêntrico. Sentimo-nos um corpo muito mundial».

Traduzido do italiano por Telmo José Amaral de Figueiredo. Acesse a versão original deste artigo, clicando aqui.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Sexta-feira, 14 de outubro de 2016 – Internet: clique aqui; Sábado, 15 de outubro de 2016 – Traduzido do inglês por Isaque Gomes Correa – Internet: clique aqui.

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