«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Os opositores de Francisco: nostálgicos e contrários à mudança

Entrevista com Dom Bruno Forte
Arcebispo de Chieti-Vasto e teólogo italiano

Giacomo Galeazzi
Jornal “La Stampa” – Turim (Itália)
17-10-2016

«Quem tem medo da renovação não acredita no Evangelho.»
DOM BRUNO FORTE

Aos opositores de Francisco que identificam em Putin [Presidente da Rússia] o defensor da cristandade, o arcebispo de Chieti-Vasto, Bruno Forte, aplica as categorias da "cegueira ideológica" e da "nostalgia instrumental".

Na pesquisa publicada no último domingo pelo jornal La Stampa, é reconstruída a galáxia anti-Bergoglio, e o presidente da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Episcopal Italiana identifica as "distorções teológicas" da dissidência ao pontífice da misericórdia.

Eis a entrevista.

Lefebvrianos, ultraconservadores que evocam cruzadas contra a invasão islâmica, inimigos do Concílio e adversários das aberturas pastorais do papa argentino em torno da comunhão aos divorciados recasados e do diálogo com o governo chinês. O senhor foi secretário especial no recente Sínodo dos bispos sobre a família: o que mantém unida uma oposição ao pontífice tão diversificada?

D. Bruno Forte: O interesse unificador é a manutenção do status quo. O Evangelho é liberdade, renovação, docilidade ao Espírito Santo. Não crer no Evangelho leva a confundir como subversivo perigoso aquele que prega a palavra de Jesus. O medo da renovação esconde o medo do Espírito Santo que guia a Igreja. Mas é um fenômeno que deve ser colocado nas suas dimensões reais. E a lição do Sínodo é útil precisamente a esse respeito.

Refere-se às resistências internas contra a hierarquia eclesiástica?

D. Bruno Forte: No início, parecia que a Igreja estava dividida, mas, no fim, houve uma grande maioria no Sínodo. A colegialidade episcopal repudiou as posições extremas de encerramento e de oposição a um debate livre.

O papa também é cobrado por causa da acolhida aos imigrantes?

D. Bruno Forte: Diante de uma mudança radical como o fenômeno migratório, uma coisa é uma atitude de compreensível preocupação; outra é a negação ideológica, preconceituosa e antievangélica de qualquer forma de acolhida. As migrações não são apenas uma questão de transferência de pessoas. É justo se perguntar sobre como garantir uma boa integração.

Por que Francisco provoca reações intensas de dissidência?

D. Bruno Forte: Contra o papa, coalizam-se fechamento cultural, nostalgias, natureza estática de atitudes ideológicas e políticas. Em vez de se abandonarem a Deus, alas minoritárias se encastelam. Mas é uma operação sem perspectivas.

Causa-lhe estranheza a exaltação do presidente russo, Vladimir Putin, por parte dos ultratradicionalistas que atacam o Papa Bergoglio?

D. Bruno Forte: Não. É a demonstração de que, quando prevalece a cegueira ideológica, tudo se torna instrumental e nos agarramos aos espelhos a fim de sustentar as próprias razões, até alcançar cenários impensáveis. Jesus estende os braços na cruz para abraçar todos. Por isso, rezemos para que os opositores do papa reencontrem serenidade e lucidez para discernir. Só assim eles verão como esse pontificado é um dom providencial.

Traduzido do italiano por Moisés Sbardelotto. Acesse a versão original desta entrevista, clicando aqui.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 18 de outubro de 2016 – Internet: clique aqui.

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