ALERTA ÀS FAMÍLIAS
Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)
Uma
oportuna reflexão para este Dia dos Pais
Sagrada Família - mosaico |
Este
domingo é o Dia dos Pais. A próxima semana é a Semana da Família. Para o mês de
outubro o Papa Francisco convocou um Sínodo Extraordinário sobre a Família.
Não há
nenhuma dúvida: está soando o alerta geral sobre a Família.
Tida
tradicionalmente como reduto inesgotável de reservas morais, que podiam ser
invocadas nos momentos de maior crise da sociedade, agora ao contrário, é a
família que está fazendo água, e necessita de socorro urgente.
Basta
conferir o ambiente tenso que se encontra, por exemplo, na maioria das salas de
aula. Tal a soma de problemas trazidos da família pelos alunos, que os
professores se veem doidos. A situação já ultrapassou os limites da normalidade.
É imperioso convocar a sociedade, para socorrer a família. E fazer com que ela
se torne, de novo, um espaço providencial, seguro e tranquilo, como reduto em
que as pessoas aprendem a se relacionar com equilíbrio, assimilando valores
indispensáveis, como o respeito mútuo, a solidariedade e a confiança para a
partilha de compromissos e para a garantia de segurança e de convívio salutar.
Assim a
família voltaria a ser um ambiente favorável ao crescimento das pessoas,
levando-as a assumir a própria identidade, sem equívocos e sem receios de
enfrentar a realidade.
Se nos
perguntamos pela origem desta crise profunda por que passa hoje a família, não
há dúvida que boa parte da responsabilidade deve ser colocada na conta de quem
se diverte em solapar valores tradicionais, fazendo da família uma caixa de
ressonância das suas irreverências, para divertimento dos que carecem de
discernimento, e para delírio dos que garantem audiência fácil aos programas de
televisão.
Buscando
uma explicação sociológica da crise por que passa a família, o Papa Francisco
foi encontrar no documento de Aparecida um aspecto que merece nossa atenção.
Descrevendo
a situação em que vivemos, Aparecida afirma que estamos, não só numa época de
muitas mudanças, mas numa “mudança de época”.
Portanto, uma crise mais profunda, não episódica.
Constata
ele que em momentos assim é mais viável o abandono de valores tradicionais, na
ingênua esperança que a nova situação se encarregará de trazer as soluções,
como foi capaz de generalizar a crise.
Em todo
o caso, mesmo sem levar em conta todos os motivos, o fato é que hoje a família
passa por um momento de profunda crise, que tende a se generalizar.
Está na
hora de dar-nos conta que estão em jogo os fundamentos éticos de nossa
sociedade. E que não dá mais para fazer dos problemas das famílias roteiros
fáceis de novelas descomprometidas com a ética e com a moralidade.
Chega
de fazer da família um joguete de divertimentos pitorescos e irresponsáveis.
Está na hora de assumirmos a defesa da família, assegurando-lhe todo o apoio de
que ela necessita para retomar sua nobre vocação de geradora da vida e de
educadora das pessoas.
Fonte: Diocese de Jales – Artigos do Bispo –
Quinta-feira, 7 de agosto de 2014 – Internet: clique aqui.
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