«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 3 de agosto de 2014

QUEM GANHA COM O BRASIL? - UM EXEMPLO...

Alexandre Versignassi & Guilherme Pavarin

O porto de Santos é a cafeteira do mundo: um terço do café tomado na Terra passa por ali, numa jornada que começa nas fazendas do Brasil e termina nas xícaras de Madrid, Milão, Moscou, Kiev… Não só nas xícaras. O maior comprador do nosso estimulante preto, ao lado dos EUA [Estados Unidos da América], é a Alemanha. Mas eles não tomam tudo. Revendem uma parte razoável, porque é um negocião: os alemães pagam mais ou menos R$ 400 em cada saca de 60 quilos e reexportam para o resto da Europa por R$ 800. Sem industrializar nada, só revendendo café “cru” mesmo, do jeito que ele sai das roças daqui.

Não é malandragem, é logística: eles podem fazer isso graças à sua malha ferroviária cheia de tentáculos, veias e artérias. Reexportar dali para o resto da Europa é fácil. Num ano típico, os caras importam 18 milhões de sacas e revendem 12 milhões. Isso faz da Alemanha o terceiro maior exportador de café do mundo, atrás apenas do Brasil e do Vietnã. Tudo sem nunca ter plantado um pé de café.

Tem mais. Das 6 milhões de sacas que ficam dentro da Alemanha, uma parte vai para Schwerin, uma cidadezinha de conto de fadas perto da fronteira com a Dinamarca. Por lá, os grãos brasileiros reencarnam na forma de cápsulas de Nespresso. E ganham preços que até outro dia só eram praticados no mercado de outro estimulante – branco [a cocaína]. Um quilo dessas cápsulas acaba saindo por R$ 400 no varejo, quase setenta vezes o quilo do café cru. 70 X 1 para a Alemanha.  
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COMENTÁRIO PESSOAL:

Com as informações acima, podemos perceber o quanto o nosso país perde ao vender para fora somente produtos agrícolas, pecuários e minerais sem nenhuma elaboração mais sofisticada, ou seja, sem valor agregado.
Valor agregado é o valor adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo.

Quanto menos elaborado é um bem ou serviço, menos valor ele terá no mercado. O Brasil, há um bom tempo, vem se conformando em ser um mero fornecedor de bens e produtos tais como são retirados da natureza ou minimamente transformados.

Com isso, quem mais lucra com os bens de nosso país são empresas estrangeiras capazes de agregar valor (elaborar mais) os produtos primários que adquirem de nós. Um outro exemplo é o aço brasileiro. Ele é exportado para a China em forma de minério bruto e de lá é reexportado para outras partes do mundo em forma de automóveis, máquinas, chapas especiais etc. 

Até quando vamos ficar, apenas, assistindo outros se enriquecerem às custas daquilo que vendemos a preço barato?

Fonte: Revita SUPER INTERESSANTE – Edição 336 – Agosto de 2014 – Pgs. 30-31 – Internet: clique aqui.

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