Comportamento emocional influencia no desempenho escolar
Renato Biazzi
São Paulo
Estudante
ansioso vai pior nas aulas de matemática.
Estudo
mostra que trabalho em grupo ajuda no aprendizado.
Pesquisa
feita com três mil alunos da rede particular do Brasil, em 12 estados, mostra
que o comportamento emocional e social dos alunos interfere no aprendizado e
desempenho escolar. O estudante ansioso e que não sabe lidar com essa ansiedade
vai pior nas aulas de matemática.
Os
estudantes responderam um questionário para saber como se sentem antes de uma
prova ou quando fazem um trabalho em grupo, por exemplo. Eles também tiveram
que resolver questões de matemática e raciocínio lógico.
Os
pesquisadores cruzaram os dados da autoavaliação com as respostas dos
exercícios e descobriram que a ansiedade
descontrolada piora em 23% o desempenho do estudante brasileiro.
“A
ansiedade, quando você não sabe lidar com ela, toma conta de uma forma que você
acaba não conseguindo mostrar aquilo que você sabia”, afirma Anita Abed, pesquisadora e
psicopedagoga.
Os
questionários com os alunos confirmaram uma suspeita de muitos educadores de
que há algo errado com o ensino da matemática no Brasil. Os alunos que apenas
reproduziram fórmulas prontas, decoradas na resolução dos exercícios, se saíram
pior nas avaliações. “A decoreba
atrapalhou ao invés de ajudar. Se eu não tenho a decoreba, eu tenho que me
virar, ser mais criativo, buscar uma solução. A gente precisa trabalhar a matemática na escola de uma forma
significativa, para que os alunos entendam aquelas ferramentas e saibam usar”,
sugere Anita.
Já os jovens que demonstraram criatividade no
raciocínio e autoconfiança foram bem nas questões. A pesquisa comprovou
ainda que o trabalho colaborativo, ou seja, em grupo, ajuda no aprendizado de
todo mundo. E o melhor, os alunos gostam. “Tem gente que sabe mais que o outro,
então a gente faz em dupla e a gente aprende um com o outro e fica mais fácil”,
opina Mateus Vaz, de 11 anos.
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