ELEIÇÕES 2014 - O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Marina abre 10 pontos sobre Aécio e venceria Dilma no 2º
turno
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO E DANIEL BRAMATTI
Pesquisa
Ibope contratada pelo “Estado” e pela Rede Globo mostra candidata do PSB 9
pontos à frente da presidente em disputa direta
Marina Silva está isolada na segunda
colocação da corrida presidencial, com 29%, na primeira pesquisa
Ibope/Estadão/TV Globo na qual consta como substituta de Eduardo
Campos e candidata do PSB. Ainda líder, Dilma
Rousseff tem 34%, e Aécio Neves
(PSDB) caiu para o terceiro lugar, com 19%. Num 2.º turno contra a petista,
Marina venceria se a eleição fosse hoje.
Embora
o cenário de 1.º turno testado pelo Ibope seja diferente do da pesquisa
anterior, que ainda trazia Campos como candidato, é possível verificar que a entrada da ex-ministra do Meio Ambiente
na disputa tirou eleitores de Dilma e Aécio: ambos perderam 4 pontos. Os
demais candidatos, somados, perderam 3. Também houve queda na taxa dos que
anulariam ou votariam em branco (6 pontos) e na dos indecisos (3 pontos).
Além de
medir a intenção de voto - ao apresentar a lista de candidatos e pedir ao
entrevistado que aponte seu preferido -, o Ibope cita o nome de cada
concorrente e pergunta se o eleitor votaria nele com certeza, se poderia votar,
se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece o suficiente para responder.
A soma das duas primeiras respostas - “votaria com certeza” e “poderia votar” -
é o potencial de votos, isto é, o teto de votação em determinado momento.
A candidata do PSB é a que tem o teto mais
alto: 65% afirmam que votariam nela com certeza ou poderiam votar. Dilma
e Aécio têm 52% e 48%, respectivamente.
Segunda etapa
Em um 2.º turno, Marina seria eleita com
45%, contra 36% da petista. Há, porém, ainda 11% de indecisos e
outros 9% que anulariam o voto. Já
contra Aécio, Dilma ainda seria reeleita: 41% a 35%. Nesse cenário, há mais
indecisos e eleitores que anulariam: 12% em cada grupo.
A pesquisa mostra que a realização de um
2.º turno é praticamente certa: os adversários de Dilma,
somados, têm 51%, 17 pontos a mais do que os 34% da presidente. Para encerrar a
disputa já na primeira rodada, um candidato precisa obter maioria absoluta dos
votos.
Na simulação de 1.º turno, Marina aparece à
frente de Aécio em quase todos os segmentos do eleitorado. As
exceções são os que têm mais de 55 anos (empate técnico de 20% a 19%,
respectivamente) e os que têm renda superior a cinco salários mínimos (28% a
32%).
A candidata do PSB colhe seus melhores
resultados entre os mais jovens, os mais escolarizados e os evangélicos.
Lidera entre quem tem curso superior, com 33%, ante 27% para o adversário
tucano e 24% para a petista. No segmento evangélico, chega a abrir 10 pontos de
vantagem sobre Dilma (37% a 27%).
Marina empata tecnicamente com a atual
presidente no eleitorado com renda entre dois a cinco salários mínimos e com
mais de cinco salários. Nas faixas de renda, a candidata petista
só abre vantagem significativa entre os que ganham até um salário mínimo (46% a
23%).
Na
divisão do eleitorado por regiões, Dilma
só se mantém na liderança isolada no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste. No
Sul, ela empata tecnicamente com a adversária do PSB (31% a 27%, no limite da
margem de erro). E o Sudeste tem a
disputa mais embolada: Marina com 30%, Dilma com 27% e Aécio com 25%.
O apoio
à presidente é maior nas cidades de até 50 mil habitantes (43%) e menor nas com
mais de 500 mil (28%). Com Marina, acontece o oposto (24% e 31%,
respectivamente).
Dos três primeiros colocados, a candidata
do PSB tem a menor rejeição. Só 10% dizem que não votariam nela de
jeito nenhum, contra 36% que não votariam em Dilma, e 18% que rejeitam Aécio.
Reações
A
pesquisa foi recebida com preocupação nos comitês tucano e petista. Os
dirigentes, porém, atribuem o desempenho de Marina à comoção pela morte de
Campos, em 13 de agosto. “Daqui para
frente é avaliar a exposição dela como candidata, aí teremos uma avaliação
correta”, disse o coordenador-geral da campanha de Aécio, senador Agripino
Maia (DEM). “Não se sustenta por muito tempo. É como uma espuma que se
desmancha no ar porque a candidatura de Marina não é sólida”, atacou o
vice-presidente do PT, deputado José Guimarães.
COLABORARAM
ERICH DECAT e RICARDO GALHARDO.
Fonte: O Estado de S. Paulo – Política –
Quarta-feira, 27 de agosto de 2014 – Pg. A4 – Internet: clique aqui.
Marina personifica desejo de mudança e vira favorita
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Marina Silva - candidata à Presidência da República pelo PSB |
Marina
Silva superou Aécio Neves e venceria Dilma Rousseff na simulação de segundo
turno porque personificou o desejo de mudança. Pela primeira vez nesta campanha eleitoral, um nome da oposição assumiu
claramente a preferência entre os 71% de eleitores que querem mudar tudo ou
quase tudo no governo. Desde junho de 2013, essa é a principal força da
eleição presidencial, mas não estava concentrada em ninguém.
Hoje, se
dependesse só dos mudancistas, Marina estaria em primeiro lugar na corrida
presidencial, com 34% – bem à frente de Dilma (24%) e de Aécio (22%). Isso é
inédito. Enquanto Eduardo Campos era o candidato a presidente do PSB, os
mudancistas se dispersavam entre Dilma (27%), Aécio (28%), Eduardo (10%), e
entre brancos, nulos e indecisos (28%).
Dilma só se mantém em primeiro lugar no
geral por causa dos 26% de eleitores que querem pouca ou nenhuma mudança. A
presidente tem dois em cada três votos desse eleitorado.
O
problema aumenta para Dilma quando a disputa fica no mano a mano do segundo
turno. Nessa simulação, Marina conquista 56% dos mudancistas, e a presidente
não ganha quase nenhum eleitor a mais nesse grupo do que já conseguira no
primeiro turno: fica com 25% dos mudancistas. Entre os continuístas as
proporções se invertem: Dilma fica com 66%, e Marina, com 26%. Como há quase 3 vezes mais mudancistas do
que continuístas, Marina é favorita para vencer um segundo turno contra Dilma.
Se o
“drive” da eleição não mudar, é até esperado que Marina cresça mais nas
próximas pesquisas – à medida que mais eleitores mudancistas se identifiquem
com ela. E isso tem mais chances de acontecer com Marina do que com Aécio
porque ela tem maior potencial de voto e menor rejeição que o tucano.
Apesar dos números muito favoráveis à
candidata do PSB, é precipitação achar que a eleição acabou. Como
a tragédia de Eduardo Campos provou, tudo pode mudar num instante.
Fonte: O Estado de S. Paulo – Política –
Quarta-feira, 27 de agosto de 2014 – Pg. A4 – Internet: clique aqui.
Para brasileiro, vida vai bem e País vai mal, relata Ibope
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO E DANIEL BRAMATTI
Sobre
o futuro, há altas demonstrações de otimismo: 68% afirmam que sua situação
econômica estará melhor em 2015
A maior
parte dos eleitores (48%) acha que o Brasil está no rumo errado, e não no rumo
certo (43%), segundo a mais recente pesquisa Ibope, divulgada nesta terça-feira,
26. A situação econômica do Brasil é
ruim ou péssima para 30%, regular para 43% e boa ou ótima para 24%.
O
cenário é outro quando o Ibope pergunta sobre a situação pessoal dos
entrevistados, em vez do panorama no País. Nada
menos que 43% afirmam que sua situação econômica é boa ou ótima, e apenas 13% a
avaliam como ruim ou péssima.
Quando
a pergunta é em relação à vida que o cidadão leva hoje em dia, 76% se declaram
satisfeitos ou muito satisfeitos.
Futuro
Sobre o
futuro, há altas demonstrações de otimismo: 68% afirmam que sua situação econômica estará melhor em 2015.
Apenas 4% preveem ter menos dinheiro no próximo ano. O futuro do País também é
ensolarado para 45% dos entrevistados pelo Ibope. Apenas 13% acham que o Brasil estará economicamente pior em 2015.
Na
avaliação sobre os rumos do País, há uma grande disparidade de respostas
segundo o sexo dos entrevistados. Os homens estão divididos em dois grupos
similares: 46% afirmam que estamos no rumo certo, e 45%, no errado. Entre as
mulheres, porém, a divisão é de 40% contra 50%. O restante não opinou ou não
soube responder.
Na
divisão do eleitorado por idade, os mais
jovens são os mais críticos em relação à economia. Entre os que têm de 16 a
24 anos, 33% consideram a situação ruim ou péssima. Na faixa dos que têm mais
de 55 anos, a taxa cai para 24%. As diferenças desaparecem quando se avalia o
otimismo em relação a 2015.
A
economia vai melhorar para 45% dos homens e 45% das mulheres. Dizem o mesmo 47%
dos mais jovens e 45% dos mais idosos. Nem todos esperam desfrutar da mesma
maneira dessa eventual melhora. Entre os
mais jovens, 71% dizem que sua situação econômica pessoal vai melhorar. No
eleitorado com mais de 55 anos, a taxa cai para 59%.
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