«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

DILMA NO SUFOCO!

Editorial
Dilma Rousseff concedendo entrevista ao Jornal Nacional (Rede Globo)
Segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Nunca antes nos 3 anos, 7 meses e 18 dias de Dilma Rousseff no Planalto o público tinha tido a oportunidade de ver o que subordinados da "gerentona" conhecem por humilhante experiência própria: a chefe à beira de um ataque de nervos. Com a diferença de que, no seu gabinete, ela se sente literalmente em casa para descarregar a ira com as presumíveis dificuldades da equipe em captar o seu pensamento - o que, tendo em vista as peculiares circunvoluções de sua forma de expressão, se explica plenamente.

"Não há no inferno", escreveu Shakespeare, "fúria comparável à de uma mulher rejeitada." Ou de uma Dilma Rousseff contrariada - e sem poder pôr no devido lugar o responsável real ou imaginário pela afronta. Foi o que a audiência do Jornal Nacional (JN) da segunda-feira descobriu ao acompanhar a entrevista dos apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta com a candidata à reeleição. Ela foi a terceira a ser arguida na série de sabatinas de 15 minutos com os principais aspirantes à Presidência, iniciada com o tucano Aécio Neves, a quem se seguiu o ex-governador Eduardo Campos, na véspera de sua trágica morte. (Quando a sua candidatura tiver sido formalizada, também Marina Silva será convidada.)

Por ser presidente, Dilma teve o privilégio de receber os jornalistas na residência oficial do Alvorada, à frente de estantes de livros encadernados e cuidadosamente dispostos, sem sinal de manuseio, um cenário escolhido para denotar solenidade, elevação e a nobreza da função presidencial. Nada que ver com o ambiente do JN, nos estúdios da Rede Globo, no Rio de Janeiro, em que os donos da situação, como Aécio e Campos sentiram na pele, são os âncoras do principal noticioso da TV brasileira, infundindo, nas suas perguntas, contundência e conhecimento de causa à altura dos seus implacáveis colegas britânicos - a referência mundial no gênero.

Mas logo na resposta ao primeiro disparo de Bonner sobre uma das duvidosas distinções do governo - as denúncias de casos de corrupção em sete ministérios - ficou claro o desamparo da presidente. Faltava-lhe o ponto no ouvido pelo qual o seu marqueteiro João Santana poderia conduzi-la, se não a terra firme, ao menos para longe do vórtice [turbilhão]. Pior ainda, faltava-lhe o conforto das gravações irrepreensivelmente produzidas que confeccionam uma imaginária Dilma estadista. Com o misto de irritação e impaciência que denotaria durante toda a entrevista, ela desandou a juntar frases e mais frases que tinham em comum a extensão, a desconexão e a pretensão.

Para mostrar superioridade ética, por exemplo, disse que os governos petistas não têm um "engavetador-geral da República", como, segundo a oposição, teria sido o titular do Ministério Público Federal nos anos Fernando Henrique. E reivindicou, para "nós", a criação da Controladoria-Geral da União. Na realidade, Lula pouco mais fez do que mudar o nome do órgão fiscalizador do Executivo (Corregedoria-Geral da União) instituído pelo tucano em 2001 e fortalecido no ano seguinte com a absorção da Secretaria Federal de Controle, antes vinculada ao Ministério da Fazenda. Em dado momento, tentando cortar o interminável palavrório da candidata, o entrevistador recebeu uma dose de Dilma em estado puro: "Então, continuando o que eu estava dizendo…".

Fez-se de desentendida quando Bonner lhe perguntou o que achava de o PT tratar como vítimas os companheiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. Pelo menos três vezes ela repetiu que, como presidente, "não julgo ações do Supremo", por mais que o jornalista reiterasse que o objeto da pergunta era a conduta de seu partido, não o veredicto do Tribunal. A esta altura, Dilma parecia prestes a explodir. Quando o assunto passou a ser a economia, diante dos números amargos, de conhecimento público, sobre a inflação e o PIB [Produto Interno Bruto], saiu-se com um "não sei da onde que estão (sic) seus dados". O tempo do programa estourou depois de quatro perguntas apenas e Dilma precisou ser interrompida quando pedia "o voto dos telespectadores".

Terminado o sufoco, a presidente tomou uma decisão prudente, embora apequenadora: cancelou a entrevista que daria em seguida à Globo News.

Para conferir o que foi dito acima,
assista ao vídeo com a entrevista completa,
clicando sobre a imagem abaixo:


 Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Quarta-feira, 20 de agosto de 2014 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.