FICOU MUITO FEIO ! ! !

Totalmente parcial

Editorial

Num Estado de Direito, bloquear estradas não é um meio legítimo para reivindicações políticas... Outra coisa bem diversa – e não legítima – é a absoluta diferença de tratamento que o governo de Dilma Rousseff dispensa às manifestações, dependendo da sua cor ideológica.
CAMINHÕES PARADOS PELA MANIFESTAÇÃO CONTRA O GOVERNO DILMA ROUSSEFF

É evidente que o poder público não pode se omitir diante de manifestantes que desejam criar o caos no País como forma de impor suas demandas políticas. Entre as funções primordiais do Estado está o dever de assegurar à população a paz social e, obviamente, o direito de ir e vir.

Como é lógico, o governo federal deve utilizar os meios de que dispõe para estabelecer a ordem pública diante das manifestações de caminhoneiros que vêm interditando diversas rodovias pelo Brasil afora. Num Estado de Direito, bloquear estradas não é um meio legítimo para reivindicações políticas.

Isso é uma coisa. Outra coisa bem diversae não legítimaé a absoluta diferença de tratamento que o governo de Dilma Rousseff dispensa às manifestações, dependendo da sua cor ideológica. Tolera de uma forma acintosa [deliberada, provocadora] toda e qualquer movimentação de João Pedro Stédile e seu exército [Movimento dos Sem-Terra, MST], como Lula diz – ainda que violenta, ainda que destrua a propriedade privada, ainda que atrapalhe a vida de milhares de pessoas. Tolera greves políticas, como a que vem ocorrendo na Petrobrás – e causa não pequeno prejuízo à estatal e ao País.

No entanto, não há qualquer tolerância para manifestações não alinhadas aos pendores ideológicos da presidente da República. Fica evidente que no Palácio do Planalto vige a máxima: “Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei”. E se a lei não existe, basta criá-la.

Assim, a presidente Dilma Rousseff criou uma Medida Provisória (MP) específica para penalizar de forma mais dura os caminhoneiros que pedem o seu impeachment. O governo federal editou a MP 699, que altera o Código de Trânsito Brasileiro para criar um novo tipo de infração que pune especificamente os caminhoneiros que bloqueiam estradas.

Clique sobre a imagem para assistir ao vídeo com o discurso da presidente:


Que contradição ! ! !
O discurso da presidente está impecável!
De fato, bloquear estradas, impedir a livre circulação de pessoas e mercadorias
é um crime gravíssimo!
Porém, por que o seu governo somente age de modo rápido, duro e
repressivo contra caminhoneiros que desejam seu afastamento?
A lei não é igual para todos, como ela mesma afirma?
Ou alguns são mais "iguais" que outros perante a lei?

Está longe da boa prudência de um governante alterar a legislação a partir de situações únicas. Mas aqui o caso é ainda mais grave, pois se trata de usar o poder institucional para impor uma determinada vontade política. Por que nunca ocorreu à presidente Dilma editar uma MP com esse mesmo teor para penalizar as manifestações de “movimentos sociais” de esquerda – que nada mais são do que movimentos político-partidários – que tantas vezes criaram o caos no País? Por que não se criou uma MP nesse estilo quando Stédile e suas agremiações bloquearam estradas – as mesmas estradas que os caminhoneiros estão bloqueando – e invadiram repartições públicas no primeiro semestre deste ano?

No início de março, algumas mulheres militantes de esquerda invadiram uma empresa em Goiás e destruíram estufas, mudas e material genético. O que fez a presidente Dilma? Promoveu um convescote com as “camponesas” no Palácio do Planalto.

Dias depois, o MST promoveu uma onda de manifestações pelo País, que incluiu fechamento de avenidas e rodovias, ocupação de repartições e obras públicas, invasão de fazendas, agências bancárias e empresas privadas. E o que fez a tão diligente presidente da República quando se trata de reprimir manifestações pró-impeachment? Viajou até o Rio Grande do Sul para confraternizar com João Pedro Stédile e militantes do MST e da Via Campesina, no assentamento Lanceiros Negros.

Não é justificável bloquear estradas para pedir o que for – seja a reforma agrária, seja o impeachment, seja a mudança na política econômica. Não é justificável promover greves políticas – a legitimidade das greves está diretamente vinculada a reivindicações trabalhistas. Todos devem respeitar a lei.

É exatamente isso o que a presidente Dilma Rousseff e sua turma precisam aprender – todos, e não apenas alguns, devem respeitar a lei. Quando o poder público faz distinções político-ideológicas na hora de decidir o que combater e o que tolerar, ele perde autoridade. Fere-se a essência igualitária do Estado. Não cabe a um presidente da República – eleito para ser representante de todos – ser tão acintosamente parcial.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Quinta-feira, 12 de novembro de 2015 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

MAIS UMA DEMOSTRAÇÃO DE AUTORITARISMO E
DESRESPEITO ÀS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS:

Arreganhos do desespero

Editorial

Para o PT está tudo errado no trabalho dos delegados, procuradores e juízes federais – em especial Sergio Moro, a personificação de Satanás –, porque os petistas pegos com a boca na botija estão sendo mandados para a cadeia.

Para baixar em formato pdf o conteúdo desta
publicação do PT, clique aqui

Enquanto Lula corre contra o tempo e age nos bastidores na tentativa de convencer Dilma a adotar uma “nova política econômica” que preserve o potencial eleitoral do PT – quer dizer, dele próprio –, seu partido decide, a pretexto de se defender, partir para o ataque a tudo e a todos que representam ameaça a seu projeto de poder. Recorrendo ao velho hábito de usar as palavras para obter efeito exatamente contrário ao que elas significam, a direção nacional do partido está distribuindo milhares de cópias de um texto intitulado Em defesa do PT, da Verdade e da Democracia, que já é mentiroso a partir do título porque não defende coisa alguma. Ao contrário, dedica-se, em suas 34 páginas, a atacar ferozmente a Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro, o ministro do STF Gilmar Mendes, os tucanos, a imprensa, acusando a todos de, com base em óbvias mentiras, estarem empenhados numa campanha para “eliminar o partido da vida pública brasileira”.

O PT chegou ao poder mitificando sua identificação com os pobres e os estratos sociais marginalizados da vida econômica, de modo a, por meio de marota simbiose, compartilhar o papel de vítima numa sociedade dominada por opressores perversos, as famosas elites. E foi assim que ressurgiu – exumado dos despojos da luta de classes retratada pela ótica do marxismo-leninismo – o argumento central do discurso lulopetista, o do “nós” contra “eles”. Um discurso que não mudou nem com a ascensão de Lula à Presidência e que, como se vê, é revigorado no momento em que o PT, tendo malogrado na tentativa de criar o Paraíso na Terra com seu voluntarismo vesgo, percebe toda a extensão de sua vulnerabilidade política, social e, acima de tudo, moral.

É hora, portanto, de dramatizar o papel de vítima exposta à sanha demolidora daqueles que “mentem sob a proteção da toga, nos mais altos tribunais, afrontando a consciência jurídica da nação em rede nacional de TV. Mentem sob a impunidade parlamentar, disseminando o ódio nas redes sociais. Mentem sob a proteção da autonomia funcional, forjando procedimentos investigatórios sem base alguma, apenas para produzir manchetes”. 
JOÃO VACCARI
Tesoureiro do PT é preso pela Polícia Federal na terça-feira, dia 14 de abril de 2015.
É isso que provoca medo nos petistas???

O tom do documento é patético. Essa chamada “cartilha” destinada a fornecer argumentos à militância petista afirma que “desde a campanha eleitoral de 2014 adversários escolheram as investigações da Operação Lava Jato para insistir em criminalizar” o PT, com o objetivo de “cassar o registro do partido” por temerem “a quinta derrota consecutiva nas eleições”. Como se a vitória petista nas eleições municipais do próximo ano e na presidencial de 2018 fosse favas contadas.

Descontados os exageros que devem ser debitados ao desespero, concretamente motivado pela decadência do apoio popular ao PT, não se pode relevar a gravidade do flagrante desrespeito às instituições democráticas embutido no discurso da liderança petista. Sente-se o PT, com sua vocação autoritária, no direito de julgar o Poder Judiciário de acordo com suas próprias conveniências, chegando ao absurdo de afirmar que seus dirigentes que respondem a denúncias de corrupção têm sido condenados “sem provas”. Disseram isso por ocasião do julgamento do mensalão e repetem agora. Ora, se é o PT quem sabe quais culpas resultam provadas ou não perante os tribunais, para que servem os tribunais? Seria, então, o caso de o partido que está no governo criar um comissariado para substituir um dos Três Poderes da República, integrado por magistrados incompetentes ou mal-intencionados que não sabem distinguir inocentes de culpados?

Para o PT está tudo errado no trabalho dos delegados, procuradores e juízes federais – em especial Sergio Moro, a personificação de Satanás –, porque os petistas pegos com a boca na botija estão sendo mandados para a cadeia. E tudo isso é consequência – ataca o PT – da forma como procuradores, delegados e juízes manipulam a “autonomia funcional de que dispõem”. Em sua enorme soberba e arrogância, os sobas [déspotas] petistas creem que, só pelo fato de estarem no poder, tudo podem e jamais deveriam ser contrariados por “subalternos”. Subestimaram a força de instituições enraizadas na consciência democrática da Nação.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Quinta-feira, 12 de novembro de 2015 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A necessidade de dessacerdotalizar a Igreja Católica

Dominação evangélica para o Brasil

Eleva-se uma voz profética