«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 29 de novembro de 2015

1º Domingo do Advento – Ano C – Homilia

Evangelho: Lucas 21,25-28.34-36


Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos:
25 Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas.
26 Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas.
27 Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória.
28 Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
34 Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós;
35 pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra.
36 Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem.

JOSÉ ANTONIO PAGOLA 

ESTAI SEMPRE ATENTOS

Os discursos apocalípticos recolhidos nos evangelhos refletem os medos e a incerteza daquelas primeiras comunidades cristãs, frágeis, vulneráveis, que viviam em meio ao vasto Império romano, entre conflitos e perseguições, com um futuro incerto, sem saber quando chegaria Jesus, seu amado Senhor.

Também as exortações desses discursos representam, em boa parte, as exortações que se faziam uns aos outros aqueles primeiros cristãos recordando a mensagem de Jesus. Esse apelo a viver acordados, atentos à ORAÇÃO e à CONFIANÇA, são uma marca original e característica de seu Evangelho e de sua oração.

Por isso, as palavras que escutamos hoje, depois de muitos séculos, não estão dirigidas a outros destinatários. São apelos que têm de escutar os que vivem agora na Igreja de Jesus, em meio às dificuldades e incertezas destes tempos.

A Igreja atual caminha, às vezes, como uma anciã «encurvada» pelo peso dos séculos, lutas e trabalhos do passado. «Com a cabeça baixa», consciente de seus erros e pecados, sem poder mostrar com orgulho a glória e o poder de outros tempos.

É chegado o momento de escutar o apelo que Jesus faz a todos nós.

«Levantai-vos», animai-vos uns aos outros. «Levantai a cabeça» com confiança. Não olheis o futuro a partir de vossos cálculos e previsões. «Aproxima-se vossa libertação». Um dia, não vivereis mais encurvados, oprimidos nem tentados pelo desânimo. Jesus Cristo é o vosso Libertador.

Porém, há maneiras de viver que impedem muitas pessoas de caminhar com a cabeça erguida, confiando nessa libertação definitiva. Por isso, «tende cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis». Não vos acostumeis a viver com um coração insensível e endurecido, buscando preencher a vossa vida de bem-estar e prazer, de costas ao Pai do Céu e a seus filhos que sofrem na terra. Esse estilo de vida vos fará cada vez menos humanos.

«Ficai atentos». Despertem a fé em vossas comunidades. Estai mais atentos ao meu Evangelho. Cuidai melhor de minha presença no meio de vós. Não sejais comunidades adormecidas. Vivei «pedindo forças». Como seguiremos os passos de Jesus se o Pai não nos sustenta? Como poderemos «manter-nos em pé diante do Filho do Homem»? 

LEVANTAI A CABEÇA

Ninguém conhece seu final. Ninguém conhece, tampouco, o final do mundo. Em que terminará tudo isso? O que aguarda a todos e a cada um de nós? O que será de nossos esforços e trabalhos, de nossas esperanças e aspirações?

Quando Lucas ia copiando do evangelho de Marcos o discurso de Jesus sobre o Fim, não se fixou em demasia nas «catástrofes cósmicas». Todos os escritos apocalípticos falavam assim. Ele pensou logo naquilo que se passa às pessoas quando tudo desaba debaixo de seus pés e balança o que, de costume, lhes dá segurança.

Provavelmente, todos conhecemos em nossa própria vida, momentos de crise nos quais não sabemos o que fazer nem a quem recorrer. Situações nas quais podemos sentir medo e, inclusive, angústia porque ficamos sem segurança e sem esperança. No final, o que é a vida? Em que podemos confiar? Segundo Lucas, algo assim acontecerá, um dia, ao mundo. Por isso, oferece-nos algumas orientações para aprendermos a viver com lucidez cristã:

[1ª] Levantai a cabeça. É a primeira orientação. Não viver encolhidos e cabisbaixos, encerrados em nossos medos e tristezas. Levantar o olhar; ampliar o horizonte. A «Vida» é mais que esta vida. Aproxima-se a vossa libertação. Um dia saberemos o que é uma vida liberta, justa, alegre.

[2ª] Tende cuidado para que não se torne insensível vossa mente. É o nosso grande risco: viver apegados às coisas, preocupados só com o dinheiro, o bem-estar e a boa vida. Acabar vivendo de maneira rotineira, frívola e vulgar. Demasiados atordoados e vazios para podermos «entender» algo do verdadeiro sentido da vida.

[3ª] Estai sempre acordados. Não vivermos adormecidos. Despertar nossa vida interior. Em nenhuma parte vamos encontrar luz, paz, novo impulso para viver, se não os encontramos dentro de nós mesmos!

[4ª] Pedindo força [a oração]. É nosso problema: não temos força para ser livres, para ter critério próprio, para cuidar de nossa fé ou para mudar nossa vida. O que faremos se, além disso, deixarmos de nos comunicar com Deus?

Traduzido do espanhol por Telmo José Amaral de Figueiredo.

Fonte: Sopelako San Pedro Apostol Parrokia – Sopelana – Bizkaia (Espanha) – J. A. Pagola – Ciclo C (Homilías) – Internet: clique aqui.

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