«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

ANSEIOS DIFUSOS

Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo Diocesano de Jales (SP)

Paira no ar um difuso descontentamento, uma insatisfação indefinida, um generalizado desejo de mudança.


A situação atual encontra um denominador comum, não em propostas objetivas no cenário político e econômico, mas no clima subjetivo, que faz multidões participarem de eventos onde os objetivos não são formulados nem expressos de maneira clara e consistente.

A força da emoção subjetiva parece dispensar a definição das necessárias transformações a serem feitas.

Em tempos de campanha eleitoral, este sentimento pode levar a opções que satisfazem o desejo de mudanças, mas que levam consigo as contradições subjacentes, que não tardariam em acumular impasses, que amargurariam decepções tardias.

O outro lado desta moeda, que está sendo empenhada com ênfase nesta Semana da Pátria, é o pouco entusiasmo com que se encaram propostas concretas e específicas, elaboradas com muita dificuldade de consensos mínimos.

São várias propostas em andamento, que mereceriam, certamente, mais atenção e poderiam suscitar debates mais objetivos, em vista de municiar planos concretos de governo.

Existe em andamento uma “iniciativa popular de lei” sobre a Reforma Política, fruto de uma “coalizão” de entidades, ente as quais se destacam a CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] e OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], com sua força emblemática. Seria o caso de aproveitar o clima da Semana da Pátria para uma ampla difusão da proposta, e de adesão a ela por meio de assinaturas dos eleitores.  Mas, tanto o debate, como o incentivo para a coleta de assinaturas, não correspondem à importância da proposta.

Parece que o amplo desejo de mudança não se satisfaz com a prosaica elaboração de uma lei.

E assim com as outras iniciativas, de resto muito generosas, que estão sendo realizadas neste ano por ocasião da Semana da Pátria.

Entre elas, destaca-se a realização de um plebiscito popular, não oficial, propondo a convocação de uma assembleia constituinte soberana e específica para realizar a Reforma Política.  Esta iniciativa, se contasse com uma entusiasta adesão dos eleitores, poderia deixar o caminho aberto para que finalmente, neste próximo mandato, fosse feita esta reforma que vem patinando há décadas.  Mas, cadê o entusiasmo?  Parece mais cômodo deixar que os outros façam o que faz parte de nossos desejos. Mas será que farão?

No próprio Sete de Setembro, continuam duas iniciativas tradicionais, muito vinculadas ao Santuário de Aparecida, que são a Romaria dos Trabalhadores e o Grito dos Excluídos.

Os lemas destas duas iniciativas, também eles, se coadunam mais com o generoso anseio de mudanças, do que com a elaboração concreta de propostas específicas. O lema do Grito parece narrativo, e tenta se vincular com manifestações já ocorridas: “Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos”.  E o lema da Romaria dos Trabalhadores: “Mãe Negra Aparecida padroeira deste chão, o povo trabalhador não aceita escravidão”.

Diante do difuso desejo de mudanças, fica o desafio de discernir as opções que o tornam viável, adequado e efetivo.

Temos o voto para expressar nossa vontade.

Fonte: Diocese de Jales – Artigos do Bispo – 04 de setembro de 2014 – Internet: clique aqui.

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