«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 5 de dezembro de 2015

"Amo a minha velha Bíblia, aquela que me acompanhou metade da minha vida", disse o Papa Francisco

Redação

Papa Francisco escreve prefácio de uma bíblia dirigida aos jovens
PAPA FRANCISCO fala aos jovens sobre sua experiência com a Bíblia

A revista dos jesuítas, "La Civiltà Cattolica" publicou o Prefácio de uma Bíblia voltada ao público jovem, escrito pelo Papa Francisco.

Francisco relata no texto que os jovens se surpreenderiam com a aparência de sua Bíblia, "velha e usada", mas que por nada faria menos dela, pois é para ele “um inestimável tesouro”, que o acompanhou “metade” de sua vida.

O Prefácio foi escrito para uma Bíblia dirigida aos jovens, que também colaboraram com os comentários da mesma. (Bibel: Jugendbibel der Katholischen Kirche – Bíblia: Bíblia da Juventude da Igreja Católica). A ideia da obra é de Thomas Söding, professor do Novo Testamento na Universidade de Bochu, e por longos anos membro da Comissão Teológica Internacional da Santa Sé. Pai de três filhos, sentia a necessidade de oferecer aos jovens uma possibilidade de acesso à Bíblia que fosse atraente. Assim, entrou em contato com Georg Fisher (Universidade de Innsbruck) e Dominik Markl (Pontifício Instituto Bíblico, em Roma), jesuítas austríacos e Professores de Antigo Testamento, convidando-os a colaborar com o projeto. Após a ampla divulgação do catecismo para jovens Youcat, os autores convidaram a Youcat Foundation (Augsburg), junto com a Katholische Bibelanstalt (Stuttgart) para colaborar com o projeto.

Rádio Vaticano publicou ontem o texto na íntegra, que segue abaixo para os nossos leitores:


* * ** * ** * ** * *

“Meus queridos jovens amigos,

Se vocês vissem a minha Bíblia, talvez vocês não ficariam por nada tocados. Diriam: “O quê? Esta é a Bíblia do Papa? Um livro assim velho, assim usado!”. Poderiam também me presentear uma nova, quem sabe uma de 1.000 euros: não, não gostaria. Amo a minha velha Bíblia, aquela que me acompanhou metade da minha vida. Viu a minha alegria, foi banhada pelas minhas lágrimas: é o meu inestimável tesouro. Vivo dela e por nada no mundo eu faria menos dela.

A Bíblia para os jovens, que vocês apenas abriram, me agrada muito: é tão vivaz, tão rica de testemunhos de santos, de jovens, que dá vontade de lê-la de uma só vez, desde o início até a última página. E depois? Depois a escondem, desaparece numa prateleira de uma biblioteca, quem sabe atrás, na terceira fila, acabando por encher-se de poeira. Até o dia em que os vossos filhos a venderão num mercadinho de usados. Não, isto não pode ser!

Quero dizer uma coisa a vocês: hoje, mais do que no início da Igreja, os cristãos são perseguidos; por qual razão? São perseguidos porque usam uma cruz e dão testemunho de Cristo; são condenados porque possuem uma Bíblia. Evidentemente a Bíblia é um livro extremamente perigoso, que causa tanto risco, que em certos países quem possui uma Bíblia é tratado como se escondesse no armário bombas de mão!

Mahatma Gandhi, que não era cristão, uma vez disse: “A vocês cristãos é confiado um texto que tem em si uma quantidade de dinamite suficiente para fazer explodir em mil pedaços a civilização inteira, para colocar de cabeça para baixo o mundo e levar a paz a um planeta devastado pela guerra. Mas a tratam, porém, como se fosse simplesmente uma obra literária, nada além disto”.

O que vocês têm, então, em mãos? Uma obra-prima literária? Uma seleção de antigas e belas histórias? Neste caso, seria necessário dizer aos muitos cristãos que se deixam aprisionar e torturar pela Bíblia: “Vocês são realmente tolos e pouco sábios: é somente uma obra literária!”. Não, com a Palavra de Deus a luz veio ao mundo e nunca mais se apagou. Na minha Exortação Apostólica Evangelii gaudium escrevi: “Nós não procuramos Deus tateando no escuro, nem precisamos esperar que Ele nos dirija a palavra, porque realmente «Deus falou, já não é o grande desconhecido, mas mostrou-Se a Si mesmo». Acolhamos o tesouro sublime da Palavra revelada!” (n. 175).

Vocês têm entre as mãos, portanto, algo de divino: um livro como fogo, um livro no qual Deus fala. Por isto, recordem-se: a Bíblia não é feita para ser colocada em uma prateleira, mas é feita para ser levada na mão, para ser lida frequentemente, a cada dia, quer sozinho como acompanhados. De resto, acompanhados vocês praticam esporte, vão ao shopping; por que então não ler juntos, em dois, em três ou em quatro a Bíblia? Quem sabe ao ar livre, mergulhados na natureza, no bosque, na beira do mar, de noite à luz de velas... vocês fariam uma experiência forte e envolvente. Ou quem sabe vocês têm medo de parecerem ridículos diante dos outros?

Leiam com atenção. Não permaneçam na superfície, como se faz com histórias em quadrinho! A Palavra de Deus não pode ser lida com um passar de olhos! Antes, perguntem-se: “O que diz este texto ao meu coração? Por meio desta palavra, Deus está me falando? Talvez esteja suscitando anseios, a minha sede profunda? O que devo fazer?”. Somente assim a Palavra de Deus poderá mostrar toda a sua força; somente assim a nossa vida poderá transformar-se, tornando-se plena e bela.

Quero confidenciar a vocês como leio a minha velha Bíblia. Frequentemente a pego, a leio um pouco, depois a deixo de lado e me deixo olhar pelo Senhor. Não sou eu que olho para Ele, mas Ele que olha para mim: Deus está realmente ali, presente. Assim me deixo observar por Ele e escuto – e não é um certo sentimentalismo – percebo no mais profundo de meu ser aquilo que o Senhor me diz.

Às vezes não fala: e então não ouço nada, somente vazio, vazio, vazio.... Mas, paciente, permaneço lá e o espero assim, lendo e rezando. Rezo sentado, porque me faz mal ficar de joelhos. Às vezes, rezando, até mesmo adormeço, mas não tem problema: sou como um filho próximo ao seu pai, e isto é aquilo que conta.

Vocês querem me fazer feliz? Leiam a Bíblia”.

Fonte: ZENIT.ORG – Roma, 4 de dezembro de 2015 – Internet: clique aqui

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