«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Análises e reações ao "Acordo de Paris" para a redução do aquecimento global

Para especialistas, texto é bom, mas tem lacunas

Giovana Girardi & Andrei Netto

Eles dizem que o documento não deixa claro como combater 
as mudanças climáticas;
“países vulneráveis” ganharam espaço no acordo 
Centenas de ambientalistas fazem ato em frente à Torre Eiffel, em Paris,
com mensagem de paz e esperança.

Corpos estendidos pelo chão escreveram: "100% renovável"
Foto: Thibault Camus / AP
O Acordo de Paris é histórico por juntar pela primeira vez todos os países do mundo no objetivo comum de combater as mudanças climáticas e buscar conter o aquecimento do planeta a 1,5°C. Apesar de não deixar muito claro como isso será feito, traz os pilares para promover a transição para um mundo sem carbono. Essa foi a avaliação de organizações ambientais e sociais sobre o documento assinado na noite deste sábado em Paris.

"A roda das ações climáticas se move vagarosamente, mas em Paris ela virou. Esse acordo coloca a indústria do combustível fóssil no lado errado da história", disse Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace. "Há muitas coisas no texto que foram diluídas e poluídas pelas pessoas que querem espoliar nosso planeta, mas ele contém um novo imperativo para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C. Esse número singular e o objetivo de zerar as emissões líquidas pela metade do século vão causar impacto nas diretorias das companhias de carvão e nos palácios dos Estados exportadores de petróleo."
 
CARLOS RITTL
Observatório do Clima (Brasil)
Para Carlos Rittl, do Observatório do Clima, ao longo de mais de 20 anos de negociações climáticas sempre houve muita expectativa e muita frustração, mas em Paris, diz, se fez história. "Claro que o texto não temos toda a clareza sobre os caminhos que precisamos seguir. Mas ele tem elementos importantes, os pilares desse processo. A referência do 1,5°C significa que nós da sociedade civil vamos voltar para casa e podemos cobrar atualização da INDC (pacote de compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa do Brasil), dos investimentos, dos planos. Começa em Paris um novo regime climático."

Para o ambientalista, no entanto, o fato de acordo ter sido construído de baixo para cima, ou seja, com as metas sendo propostas pelos países e não impostas de cima para baixo pelo acordo, deixa muita coisa para ser decidida pela vontade de cada país. "São eles que vão decidir como vão se engajar para aumentar a ambição de mitigação e de financiamento. E há um risco nisso. Se o espírito positivo de engajamento que se viu até Paris se desfizer, podemos seguir numa trajetória perigosa de aquecimento de 3°C", complementou.

PERDAS E DANOS

ONGs que trabalham com países mais vulneráveis elogiaram também a presença de um artigo sobre "perdas e danos". Apesar de não trazer menções a compensações financeiras para aqueles países que já estão além da capacidade de se adaptar às mudanças climáticas, o texto fala que é preciso lidar com o problema.

"É a primeira vez que ‘perdas e danos’ é incluído num texto global e só isso já é muito importante. Não traz compensação, mas como o documento considera limitar o aquecimento a 1,5°C, já está direcionando ações para que se evite mais danos para esses países mais vulneráveis. É uma conquista", disse Mohamed Adow, conselheiro climático da Christian Aid. 
JENNIFER MORGAN
Diretora global do programa de clima do World Resources Institute
Jennifer Morgan, diretora global do programa de clima do World Resources Institute, afirma que o acordo ganhou poder ao incorporar as "vozes dos mais vulneráveis". "Mas claro que, como todas as negociações difíceis, não podemos dizer que se acordou exatamente tudo o que queríamos. Há muito trabalho a ser feito. E o acordo traz um sinais claros: um compromisso de voltar para a mesa a cada cinco anos para revisar e reforçar os compromissos dos países; um sinal para o longo prazo sobre a inevitável mudança para uma economia de zero carbono; e suporte financeiro para os países vulneráveis", diz. "Em Paris, o mundo deu uma mensagem clara. Estamos unidos na nossa determinação de criar um futuro mais seguro, saudável e mais próspero."

POSITIVO
CORINNE LE QUÉRÉ
Universidade de East Anglia

Até mesmo a comunidade científica, que na sexta-feira estava crítica ao texto de rascunho que tinha sido apresentado, viu mudanças positivas na versão final. "O texto reconhece o imperativo da comunidade científica de combater as mudanças do clima. Os três elementos-chave para fazer isso estão no texto de alguma forma: manter o aquecimento bem abaixo de 2°C, praticamente mover a economia para longe dos combustíveis fósseis e revisar a contribuição de cada país a cada cinco anos para aumentar a ambição", disse Corinne Le Quéré, da Universidade de East Anglia.

"Todos os governos parecem agora reconhecer que a era dos combustíveis fósseis precisa acabar, e logo. Mas o poder da indústria dos combustíveis fósseis está refletido no texto, que prolonga a transição de tal forma que danos climáticos sem fim serão cometidos. Já que a velocidade é uma questão crucial agora, nós ativistas precisamos redobrar nossos esforços para enfraquecer essa indústria. O texto não salvou o planeta, mas pode ter salvo a chance de salvar o planeta", completou Bill McKibben, cofundador da 350.org.

Ontem, ativistas tomaram as ruas de Paris para protestar contra o documento.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Sustentabilidade – Domingo, 13 de dezembro de 2015 – Pg. A18 – Internet: clique aqui.

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